31 de dezembro de 2013

Estatísticas 2013

Em 2013, surgiu uma nova leitora em minha vida:


Anna, na piscina, grata pelos livros a prova de água


e isso limitou minhas leituras e aumentou minhas alegrias de uma forma diferente.

Mesmo assim foram 63 livros lidos (3 a menos do que em 2012, mas muito mais infantis) em 52 posts, sendo

2 releituras,
52 estrangeiros,
11 nacionais,
17 infantis,
36 em português,
26 em inglês,
1 em francês,
23 no kindle (e no tablet e no celular, quando dava).

Continuo participando de clubes de leitura e eu adoro, são momentos especiais do meu mês.

Apesar de um segundo semestre fraco de leituras, foram mais 159 curtidas no facebook, obrigada para a galera que me acompanha! Espero continuar inspirar outras pessoas a lerem mais!

Muitos livros em 2014 para todos nós!

Top 2013

A Trégua, de Mario Benedetti
Cadê você, Bernadette?, de Maria Semple
Fazes-me falta, Inês Pedrosa
Fiquei com seu número, Sophie Kinsella

Hors Concurs
Anna Karenina, Leon Tolstoi

30 de dezembro de 2013

Coleção (quase) Completa do Mágico de Oz

Editora Bedford Park Books

E quando vocês menos esperam, eu apareço para contar sobre os últimos 12 livros do ano: A Coleção (quase) Completa do Mágico de Oz. (As minhas prioridades de tempo livre são a Anna e dormir, então 2 livros ficaram para o ano que vem.) 

Aqui no Brasil, esses livros não são muito conhecidos, (aliás, quem sabia que o filme Mágico de Oz foi baseado num livro?), mas Dorothy, o Mágico de Oz, o Espantalho, o Homem de Lata, o Leão, Ozma, Glinda e muitos outros personagens desse reino encantado povoaram a infância de muitas crianças americanas. L. Frank Baum escreveu 14 livros sempre agradecendo a crianças de todas as idades que escreviam cartas perguntando sobre o reino de Oz, seus habitantes e como fazer para chegar lá.

Escritas no começo do século XIX, as histórias parecem "Faz de Conta" de criança mesmo: cheias de situações que parecem insolúveis e aí aparece um ser que voa para tira-los da enrascada, ou o inimigo fica cansado de brigar, ou uma mágica resolve a situação. Histórias inocentes, onde o mal e o bem estão bem definidos, há mensagens morais claras e o bem sempre vence. 

No entanto, meu personagem favorito foi Rinkitink, um rei muito irônico e folgado que fugiu dos seus súditos na história que se passa quase completamente fora do reino de Oz, "Rinkitink em Oz". Ele tem uma cabra super mal humorada, e ótimos diálogos se passam entre eles (porque, sim, todos os animais falam).

Eu estou lendo em inglês (sim, pretendo acabar), e a coleção completa é super barata no Kindle (menos de 1 dólar). Para finalizar, algumas citações:

"Quanto mais alguém sabe, mais sortudo ele é, porque conhecimento é o maior presente na vida."

"Conselho não custa nada - a menos que você siga-o."

"Esse é a maneira de ter ideias [para se salvar de alguma situação]: nunca deixe nenhuma circunstância adversa desencoraja-lo, mas acredite que existe uma forma de sair de toda situação difícil, que pode ser descoberta por um raciocínio cuidadoso."

"Pensamentos devem ser contidos da mesma maneira que o seu óleo [para o Homem de Lata], e somente aplicado quando necessário e para um bom propósito. Se usado cautelosamente, pensamentos são uma boa coisa para se ter."




18 de dezembro de 2013

O fio das missangas

Editora Companhia das Letras - Capa Rita da Costa Aguiar

Mia Couto se aproxima um pouco do fantástico, um pouco do absurdo, mas sempre escrevendo sobre a humanidade de uma maneira bela e poética. No livro de contos "O fio das missangas", as pequenas histórias nos apresentam diversos personagens que poderiam ser distantes, ser próximos, ser nós mesmos.

Esse livro é para quem procura um pouco de poesia na prosa, momentos de leveza e momentos de densidade, com histórias que tocam a alma.

Deixo aqui uma citação em homenagem aos avós (do conto "O adiado avô", que é todo lindo):

"E vai ver que esse nosso neto nos vai fazer sermos nós, menos sós, mais avós."

17 de dezembro de 2013

O Grande Gatsby

Editora Companhia das Letras - Capa Raul Loureiro e Cláudia Warrak
Quando eu era adolescente, eu li uma versão adaptada do livro "O Grande Gatsby", de F. Scott Fitzgerald, e tudo o que eu lembrava era que se tratava de pessoas ricas de Nova York, na década de 1920, e o livro era meio chato. Nada como ler o original, quando se está mais madura!

Primeiro, se trata de uma história de amor - e isso sempre me atrai. Segundo, é um retrato da sociedade norte-americana da época muito bem feito. O autor mostra a sedução do dinheiro e do status, e brinca com o jogo de aparências de tal forma, que alguns personagens parecem artificiais, forçados, tamanha a superficialidade que eles vivem. 

O livro é relativamente curto e bem fácil - fiquei com vontade de assistir o filme, porque não deve ter sido difícil adapta-lo para o cinema.

23 de novembro de 2013

Bíblia - You Version


"You Version" é um aplicativo com o texto da Bíblia disponível em vários idiomas e várias versões, super prático para ter no celular ou no tablet. O que eu achei mais legal é que tem vários planos de leitura: temáticos, que reúnem passagem bíblicas sobre um assunto, ou para ler a Bíblia toda de acordo com sua disponibilidade - um mês, seis meses, um ano...

Eu li o plano de seis meses, e achei fácil de acompanhar: o celular geralmente está a mão, e o aplicativo até envia e-mails para motivar a continuidade quando você atrasa alguns dias. Tem também a opção de colocar o último dia completo como "ontem", assim você continua o plano lendo um pouco por dia, e não desanima porque tem muito para ler por causa do atraso.

A única desvantagem é que há poucas traduções em português disponíveis para leitura offline, principalmente das versões mais usuais da igreja protestante.

19 de novembro de 2013

Vai ficar mais fácil...

Editora Novo Conceito - Capa Victor Burton

"Vai ficar mais fácil... E outras mentiras que contamos às mães de primeira viagem" é um livro despretensioso sobre o início da vida de mãe, com algumas dicas práticas, e bastante sobre os sentimentos associados a essa mudança tão grande.

Claudine Wolk é mãe de três filhos já grandes, e ela comenta que começou a tomar notas sobre o assunto já no primeiro filho, mas conversou com muita gente para preparar esse livro. Parece que o seu principal objetivo é diminuir a ansiedade e tratar das principais preocupações da mãe de um recém-nascido, então é uma leitura para o final da gravidez mesmo. Vale contar que ela é uma americana super prática, então tem dicas como: "mantenha o banheiro e a cozinha minimamente limpos, e use o resto do tempo para descansar". 

Além disso, a autora parou de trabalhar quando o primeiro filho tinha 2 anos, então, embora tenha um capítulo sobre a volta ao trabalho, eu achei mais conteúdo direcionado para mães que deixaram a carreira para se dedicarem aos filhos, e quem está nessa situação vai se identificar mais com ela.

9 de novembro de 2013

Morte nas Nuvens

Editora L&PM Pocket - Capa designedbydavid.co.uk

Eis que eu estava com uma vontade louca de ler Agatha Christie, então escolhi um pocket simpático que eu nunca tinha lido: "Morte nas Nuvens" - com meu queridíssimo Hercule Poirot. A história começa na ponte aérea Paris - Londres, quando identificam que uma passageira morreu e o detetive belga desconfia de assassinato - que aconteceu em sua presença, enquanto ele enfrentava um enjoo aéreo. 

Personagens simpáticos, algumas reviravoltas, um romancezinho, uma história leve com final feliz. Como não amar?


28 de outubro de 2013

A Bíblia do Bebê

Editora Sociedade Bíblica do Brasil



Eu li "A Bíblia do Bebê" com a Anna (de 6 meses): era uma historinha curta por dia (menos de 1 minuto), com ilustrações muito bonitas e coloridas ("olha a ovelhinha, Anna",  "esse homem é Jesus, filha"), mas no que ela realmente estava interessada era por na boca o canto da página... Embora as páginas sejam de papel grosso, seria bom mesmo se esse livro fosse de plástico. 

22 de outubro de 2013

As Virgens Suicidas

Editora Companhia das Letras - Capa Kiko Farkas e Adriano Guarnieri / Máquina Estúdio

"As Virgens Suicidas" é um livro impressionante, como não poderia deixar de ser já que a trama trata do suicídio de 5 irmãs. Não sei da onde Jeffrey Eugenides tirou uma ideia dessas, mas a orelha do livro diz que ele queria escrever sobre "valores e sentimentos do que se convencionou chamar de sonho americano". Há muito o que discutir sobre o livro, mas não há como negar que ele é bem perturbador.

De qualquer forma, o que eu mais gostei foi que o narrador é na primeira pessoa do plural - um grupo de garotos que moravam na mesma rua da família resolve recontar a história vários anos depois, baseados em suas lembranças e em entrevistas com diversos envolvidos. Eu nunca tinha visto um livro assim, e isso dá todo um clima diferente para a história.

Eu não assisti o filme - e não fiquei com vontade de assistir, para dizer a verdade - mas gostei de ler o livro. 

17 de outubro de 2013

A Trégua

Editora Objetiva
Um livro simples e lindo. "A Trégua", de Mario Benedetti, é assim. Daqueles de marcar o cantinho da página dos trechos mais sensíveis. Daqueles de se envolver tanto e ficar com o coração na mão. Daqueles de perder o sono para ler só mais um pouco, só mais um pouco, mesmo sem ter nada a ver com o personagem principal.

Martín Santomé é uruguaio, viúvo, tem 3 filhos e vai se aposentar em breve e, no diário que ele escreve, começa a refletir como será sua vida quando chegar o ócio. Ele se sente velho - e o mundo mudou bastante nesse último século - porque ele tem apenas 50 anos. Então, ele se apaixona por uma mulher com metade da sua idade, e aí temos um romance. Um livro simples e lindo.

Faz tempo que não faço isso, mas não poderia deixar algumas citações de fora desse blog.

"Frio e vento. Que peste. E pensar que, quando tinha 15 anos, eu gostava do inverno! Agora, começo a espirrar e não paro mais. Às vezes, tenho a sensação de que, em vez de nariz, tenho um tomate maduro, com aquela madureza dos tomates dez segundos antes de começarem a apodrecer. Quando me vejo por volta do 35o espirro, não consigo evitar sentir-me em inferioridade de condições em relação ao gênero humano. Admiro o nariz dos santos, aqueles narizes afilados e livres que a gente vê, por exemplo, nos santos de El Greco. Admiro o nariz dos santos, porque estes (é evidente) jamais ficavam resfriados, jamais eram arrasados por estes espirros em cadeia. Jamais. Se tivessem espirrado em sequências de vainte ou trinta explosões consecutivas, eles não poderiam evitar entregar-se devotamente às blasfêmias orais e intelectuais. E quem blasfema - mesmo no mais simplificados dos maus pensamentos - está fechando para si mesmo o caminho da Glória."

"Uma vez, faz muitos anos, ouvi o mais velho deles dizer: 'O grande erro de alguns homens de comércio é tratar seus empregados como se estes fossem serem humanos.' Nunca me esqueci nem me esquecerei dessa frasezinha, simplesmente porque não a posso perdoar. Não só em meu nome, como também em nome de todo o gênero humano. Agora sinto a forte tentação de inverter a frase e pensar: 'O grande erro de alguns empregados é tratar seus patrões como se estes fossem pessoas.' Mas resisto a essa tentação. Eles são pessoas, sim. Não parecem, mas são. E pessoas dignas de uma odiosa piedade, da mais infamante das peidades, porque a verdade é que formam para si uma casca de orgulho, uma embalagem repugnante, uma sólida hipocrisia, mas no fundo são ocos. Asquerosos e ocos. E padecem a mais horrível variante da solidão: a solidão daquele que nem sequer tem a si mesmo."

10 de outubro de 2013

My Child Won't Eat

Editora Pinter & Martin

Na tal da blogosfera há informação sobre tudo, mas é legal quando você chega numa referência boa, e não fica considerando verdade o achismo de alguém. E numa dessas preocupações comuns de mãe (o que é normal? o que é normal?), descobri esse livro do médico espanhol Carlos González, "Meu filho não come - como aproveitar as horas das refeições sem preocupação".

Ele fala bastante sobre curvas de crescimento, ganho de peso, amamentação, introdução ao alimento, e, enfim, sobre como lidar com a alimentação do seu filho. Ele é defensor fervoroso da amamentação e de não introduzir alimentos até os 6 meses de idade, ou pelo menos não antes dos 4 meses (pena que isso pode ser muito difícil para mães que trabalham). Ele também derruba o mito de que se o seu filho não engorda com leite materno, ele vai engordar com comida. De uma maneira bem simples, ele vai explicando que o leite materno tem mais calorias que várias papinhas, que é normal a criança ir engordando menos por mês a medida que ela cresce (se ela engordasse sempre 20g por dia, aos 15 anos ela teria 100 quilos), e que tudo bem sua criança engordar pouco - o problema é quando realmente perde peso, por um período prolongado.

Além disso, o que eu gostei de ler foi algo bem óbvio: a criança não vai morrer de fome. Se for oferecido a ela alimento variado e saudável (principalmente saudável), a criança vai comer o que é necessário para ela - é o tal do instinto de sobrevivência. 

Não encontrei edições brasileiras desse livro, mas tem edições em espanhol e em inglês, eu li no kindle.

1 de outubro de 2013

Six Shorts

Editora The Sunday Times
E aí que eu queria ler alguma coisa do Junot Diaz, autor que está fazendo sucesso e ganhando prêmios, e achei esse livro "6 Contos", os finalistas de uma competição do Sunday Times e EFG Private Bank, a venda na Amazon, para o Kindle, baratinho.


Os outros autores são: Mark Haddon (que eu já conhecia do "O Estranho Caso do Cachorro Morto"), Sarah Hall, Cynan Jones, Toby Litt e Ali Smith. Todas as histórias são muito boas, bem construídas e densas, que nos incomodam de alguma maneira, nos fazem pensar, sem ser chato com alguma tese ou moral. É uma sensação gostosa que só boa literatura é capaz de prover.

Eu não gostei tanto da história do Junot Diaz, "Miss Lora", que mistura inglês e espanhol para contar de personagens latinos nos Estados Unidos (ele que ganhou a competição). A que eu gostei mais foi a do Toby Litt "Chame de "O Inseto" porque eu não tenho tempo de pensar num título melhor", porque eu realmente gosto de metalinguagem.

28 de setembro de 2013

Nariz de Vidro

Editora Moderna - Capa Claudia Scatamacchia

Dizem que é bom ler poesia para bebês, então eu resgatei esse livro do Mário Quintana da minha biblioteca juvenil, Nariz de Vidro, para ler para a minha filha. Eu adoro ler poesia em voz alta, degustando sua musicalidade - acho até que você não aprecia direito a poesia, se não for assim.

Mário Quintana escreve sobre fatos corriqueiros e eventos extradiornários, sobre a vida, a morte e o depois, e a própria escrita, de uma forma singela, direto ao nosso coração. Esse é um livro para crianças e adolescentes, e eu fico feliz de ver palavras "difíceis", conceitos abstratos, e até algo politicamente incorreto ("Que bom ficar assim, horas inteiras, fumando..."), porque a inteligência e a capacidade de discernir também se desenvolvem com arte.

23 de setembro de 2013

Chamadas Telefônicas

Editora Companhia das Letras - Capa warrakloureiro 

"Chamadas Telefônicas" é o primeiro livro do Roberto Bolaño que eu leio. São narrativas curtas, mas com personagens complexas e conflitos densos. Não percebi uma temática comum nessa coletânea de contos, mas há muitos personagens chilenos como o autor e muitas histórias se passam na Europa, particularmente na Espanha, onde o autor morou por um tempo.

Esse não é seu livro mais famoso, mas foi uma sugestão de um fã do Roberto Bolaño como "porta de entrada" para sua obra. Não é possível negar que o autor é muito bom e suas histórias muito bem construídas, mas ele não "me conquistou"...

10 de setembro de 2013

A Bíblia das Meninas para Mães e Filhas

Editora Mundo Cristão

Se você for procurar, tem Bíblia de tudo nesse mundo (considerando somente o livro cristão), há todo um nicho de mercado voltado para "colecionadores" de Bíblia - a próxima que sempre fará diferença na sua vida (enquanto, na verdade, basta ler e reler uma - idealmente). No entanto, eu realmente gostei desse livro "A Bíblia das Meninas para Mães e Filhas", escrito por Carolyn Larsen e lindamente ilustrado por Caron Turk.

São 50 histórias cujas protagonistas são as mulheres, algumas "famosas" como Rute, Ester, Maria, outras nem tanto, como Miriam, Abigail e Dorcas, e algumas que nem são nomeadas. O evento bíblico é recontado através dos olhos delas, com uma boa dose de imaginação para preencher os "vazios", mas todas bem consistentes. Os pequenos contos procuram responder a pergunta: "O que essa mulher estava pensando? O que essa mulher estava sentindo?", o que torna muito fácil de empatizar com elas. 

No final de cada história, há um pequeno texto refletindo sobre a história e convidando a mamãe a conversar sobre o assunto com sua filha, contando experiências. Essa parte não rendeu muito com a Anna - embora eu usasse o tempo para mostrar para ela as ilustrações, mas eu acredito que vai ser muito gostoso reler esse livro quando ela tiver uns 9 - 10 anos. 

3 de setembro de 2013

Cadê você, Bernadette?

Editora Companhia das Letras - Capa Sinem Erkas / Keith Hayes

Eu comecei gostando desse livro. Depois não gostei mais, fiquei com raiva. Aí eu percebi que eu estava ali, sofrendo com os personagens. Aí eu gostei mais do livro: "Cadê você, Bernadette?" (não é um título ótimo??).

Na história, a Bee procura sua mãe Bernadette, lembrando de todos os eventos relacionados com o seu sumiço, além de transcrever registros escritos incríveis, como e-mails, cartas e mensagens de texto. A Bernadette é uma excêntrica: não gosta de gente, contratou uma assistente pessoal na Índia (que inclusive agenda médico e restaurante para ela, em Seattle), já foi uma arquiteta genial, mas agora só lamenta sobre os motoristas de sua cidade... Uma personagem incrível, assim como sua filha (eu gostei menos do pai, hahahaha).

Maria Semple já escreveu roteiro para seriado de TV (como Mad about you), então esse é um livro dinâmico e gostoso de ler, com muitas partes engraçadas - mas tem um drama real no meio, embora os personagens pareçam um pouco caricatos. Realmente incrível é como a história se fecha perfeitamente! Muito bom ler livros assim!

27 de agosto de 2013

Guia Politicamente Incorreto da América Latina

Editora Leya
"Guia Politicamente Incorreto da América Latina" é, como se espera, um livro para sair do "senso comum" a respeito de fatos históricos da região. Menos variado do que o livro sobre o Brasil, é focado em política e grandes líderes dos dois últimos séculos como Che Guevara e Perón, além de um pouco sobre a colonização espanhola e francesa, conforme o caso. Justamente por ser "menos variado", os capítulos são mais longos e cheios de detalhe - principalmente o capítulo sobre Cuba e Che.

Se tudo o que você sabia sobre Che Guevara era "Hay que endurecerse pero sin perder la ternura jamás" e o filme Diários de Motocicleta (como eu), o que é apresentado do argentino que revolucionou Cuba é impressionante - para um lado muito mais escuro da força do que se podia imaginar. Outros dados surpreendentes era a relativa prosperidade em índices de Cuba antes de Che, do Haiti antes da revolução e da Argentina antes de Perón. Não que tudo era bom, claro, mas os autores apresentam perspectivas bem melhores se eles não tivessem sido mal administrados...

Leandro Narloch e Duda Teixeira não são socialistas, marxistas ou de esquerda, e deixam isso bem claro ao se posicionar contra "heróis" dessas correntes de pensamento. Claro que há parcialidade na análise - eu sei - sempre há um viés ideológico em livros históricos, mas eu admiro nesse livro o mesmo do livro anterior: há muitas referências biográficas, todas listadas, e eles também declaram ter visitados os diferentes países, para colher informações "da fonte". Para quem gosta de história, não importa o lado, vale a pena.


23 de agosto de 2013

Waking up married

Editora Harlequin Kiss

De graça até injeção na testa? Bom, o livro eletrônico "Acordando casada" (Waking up married), da Mira Lyn Kelly, é gratuito na Amazon, mas definitivamente não é lá muito bom - ainda mais quando você acabou de ler um ótimo livro e está fresco com ele na cabeça (no meu caso, Memória da Pedra). Trata-se de um livro de banca, com aquela forçação de barra característica - tudo é superlativo e até os defeitos dos personagens são qualidades relativas... Fulaninha e fulaninho se conhecem em Las Vegas numa noite e na manhã seguinte, quando acordam, estão casados, e o príncipe encantando que parece sapo pede um prazo para convencer a moçoila que eles devem continuar casados, mesmo ela estando bêbada quando decidiu casar-se com ele e nenhum dos dois está apaixonado (sim, foi uma decisão "racional"). (Olha que o filme Jogo de Amor em Las Vegas é algo parecido, mas muito mais legal). 

Eu li porque era curto e fácil, queria ver como se chegaria ao final óbvio (sim, eles ficam juntos), mas há livros mais interessantes por aí, realmente. 

19 de agosto de 2013

Marias

Editora Campus - Capa Digital Happenings Design

A ideia do livro "Marias" é apresentada no subtítulo: "A Jornada heróica de 50 mulheres que fizeram história", o que é muito interessante - conhecer e se inspirar na vida de mulheres reais. No entanto, eu não gostei desse livro, e vou explicar meus motivos. 

O primeiro é que o livro é claramente parcial pela posição filosófica (ou religiosa?) dos autores (o livro começou a ser escrito por Eduardo Castor Borgonovi e depois de sua morte foi finalizado pela filha Lara Braun), que é a Teosofia - pelo menos 2 perfis são de mulheres relacionadas a essa filosofia, e eu tenho minhas dúvidas sobre a relativa importância delas frente a outras mulheres - as biografias dessas mulheres são até mais longas do que outras, mais conhecidas.

O segundo ponto é a estrutura de cada texto: os primeiros parágrafos são "um resumo" da resumida biografia, que tem de 3 a 4 páginas, então, dá a sensação de deja vu, realmente não necessária numa leitura que é tão breve.

Por último, um ponto mais pessoal, eu não gostei do estilo de escrita - parece redação de colégio (com direito a alguns erros internos, como idade e ano de morte não coerentes) - com mais adjetivos e advérbios do que substantivos e fatos. Os autores procuram "provar" que as mulheres são destinadas para seus feitos, mas os argumentos não são claros ou tão convincentes.

Para algumas pessoas, pode ser um ponto de partida para conhecer mais sobre algumas personalidades, para outras, valem as curiosidades para um papo variado, mas eu não achei uma leitura gostosa.


30 de julho de 2013

Memória da Pedra

Editora Companhia das Letras - Capa warrakloureiro

Um dos eventos principais em "Memória da Pedra" é o personagem principal, Eduardo, a entregar um cartão com seu endereço para um menino de rua, Romário, o qual ele achou particularmente esperto ao inventar uma história para conseguir uma esmola de uma mulher rica num semáforo da cidade. Eduardo mora junto com a namorada, é professor de filosofia numa universidade, e deixa o garoto dormir na sua casa, e começa um relacionamento estranho com ele, paternal, mas não muito.

A história se passa no Rio de Janeiro, na década de 90, e no clube de leitura surgiu a discussão se essa situação só é verossímil porque se passa no Rio, e isso não faria sentido algum para os paulistanos, mais medrosos e distantes dos "excluídos sociais", para ser politicamente correta...

Para não deixar de mencionar, o livro também trata das relações entre 2 casais, entre si e entre eles - Eduardo e Laura, Gustavo e Marina, personagens muito bem construídos e uma história muito bem amarrada no romance de estreia do Maurico Lyrio. Que venham os próximos!


25 de julho de 2013

Wuthering Heights

Edição Kindle

Eu não lembrava se já tinha lido "O Morro dos Ventos Uivantes", ou uma versão dele, mas tinha uma noção da história e resolvi ler - ou reler - a edição gratuita no kindle. Agora, eu posso dizer: li e não gostei. Claro que a história de Emily Bronte é bem escrita, um classicão da literatura inglesa, mas eu fiquei com uma repulsa da Catherine e do Heathcliff, que foi difícil aguentar o livro todo.

É uma "história de amor", mas o que eles sentem ali não é amor, na minha opinião. Eles são cruéis, tanto um com o outro, como com outras pessoas ao redor - e eu sofro junto, e não consigo empatizar. Acho que muita gente leu esse livro (ou tentou ler) depois da série Crepúsculo, e eu fico imaginando se as pessoas que gostaram desse último gostaram desse clássico também - e por qual motivo. É uma literatura muito diferente, e até o destino dos personagens é bem diferente também, eu diria "não tem nada a ver", mas vai saber. (E desculpem o spoiler...).  

21 de julho de 2013

Sinuca Embaixo D'Água

Editora Companhia das Letras - Capa Elisa Von Randow

Primeiro eu gostei dos textos da Carol Bensimon no blog da editora Companhia das Letras, depois eu li o livro "Sinuca embaixo d'água" e gostei também. É ótimo ler bons jovens autores brasileiros, fica uma sensação de literatura próxima - é o seu país, a sua língua, a sua realidade, numa história muito bem escrita.

Nesse caso, a história gira em torno de Antônia, que morreu num acidente de carro - então acompanhamos pessoas - próximas ou não - lidando com essa situação e com aspectos da sua própria vida. Cada capítulo é do ponto de vista de um personagem, e parece que nós entramos dentro da cabeça deles mesmo. O livro não é longo, e embora os personagens estejam lidando com a perda e a luto, não é tão introspectivo como poderia se imaginar. Recomendo o livro e o blog. 

12 de julho de 2013

Les Yeux Jaunes des Crocodiles

Editora Le Livre de Poche
Eu estudei só uns dois anos de francês, mas eu consigo ler livros nessa língua mais por força de vontade do que por proficiência. Com um pouco de paciência, por ser uma língua próxima do português, é ótimo exercitar a dedução lógica para o significado: ver o que a palavra lembra e pensar em sinônimos - aí é só confirmar no dicionário. Ainda mais se o livro é bom, como "Os olhos amarelos dos crocodilos", aí sim é entretenimento garantido.

Esse livro da Katherine Pancol acompanha a vida de Josephine, casada, duas filhas, em Paris (mas o interessante que os crocodilos do título não são metafóricos como pode parecer). Eu a-do-rei ela, uma heroína normal, embora dê vontade de sacudi-la às vezes para falar: "acooooorda". Muito bom entrar num livro assim!!

Vale a pena deixar aqui o texto da contracapa do livro, muito bonito, numa tradução livre minha:

Esse romance se passa em Paris. E ainda nos deparamos com crocodilos. Esse romance fala dos homens. E das mulheres. Aqueles que nós somos, aqueles que queremos ser, aqueles que não seremos jamais, aqueles que nos tornemos talvez. Esse romance é a história de uma mentira. Mas também uma história de amor, de amizades, de traições, de dinheiro, de sonhos. Esse romance é cheio de risos e de lágrimas. Esse romance é a vida.

Trata-se de uma trilogia, e muito me interesse ler os próximos! (Aqui no Brasil, só o primeiro foi publicado... espero que venham aí os outros!)

2 de julho de 2013

Pinocchio - The Tale of a Puppet

Edição Kindle
O italiano Carlo Collodi escreveu a história original do Pinóquio - o conto de um fantoche - no século XIX. É possível identificar os elementos que inspiraram o filme da Disney, que provavelmente popularizou em nível mundial essa história. No entanto, inicialmente era bem mais nonsense: o Grilo Falante morre logo no começo esmagado pelo boneco, mas reaparece como um "fantasma" e a Fada Azul aparece como jovem, depois rapidamente envelhece para um papel de "mãe".

Eu não gostei muito da leitura, porque tem muita coisa nada a ver no estilo "alegoria" que o autor usa, mas para quem tem interesse, fica a dica - o livro é gratuito pela Amazon. 

26 de junho de 2013

A Vida Descalço

Editora Cosac Naify
Alan Pauls escreveu um livro meio memórias meio crônicas em torno do tema praia com um belo título: "A Vida Descalço". Eu sempre associei praia a sol, verão, curtição, simplicidade - mas o argentino Pauls surpreende ao abordar o assunto com muito mais seriedade e complexidade - algo talvez até excessivo.  

O livro é rico em referências culturais - personalidades, filmes, livros - não muito recentes, já que está muito ligado a infância do autor (que nasceu em 1959). As frases são extremamente longas - como um fluxo de pensamento - o que demanda uma leitura mais atenta. Embora seja um pouco difícil de acompanhar no começo, foi interessante, e o livro me ganhou definitivamente nas últimas páginas...

Ponto curioso: o garoto da capa, assim como de outras fotos que ilustram o livro, é o próprio autor Alan Pauls. A edição, como é costume da Editora Cosac Naify, é primorosa. Agradeço a minha mãe pelo empréstimo!

19 de junho de 2013

Oracle Night

Editora Faber and Faber Fiction
"Noite do Oráculo" é o primeiro livro do Paul Auster que eu leio, por causa do clube do livro, e esta foi uma ótima descoberta - gostei do estilo do autor e fiquei com vontade de ler mais. 

O personagem principal desta história, Sidney Orr, é um escritor (nesses casos, eu sempre penso o quanto do autor está no personagem...) e nós acompanhamos também a história que ele está escrevendo, a qual também é muito boa. Mesmo tendo muita "ação" psicológica, tem bastante ação "real", então a história faz você pensar sobre a humanidade e os relacionamentos, sem ser chata. Interessante também que se passa na década de 80 - e como o mundo mudou nesse período! Sem celular, sem e-mail, sem internet, o quanto isso muda a vida de pessoas, as tramas e conflitos!




15 de junho de 2013

Jane Eyre

Edição Kindle - Amazon
O prefácio da autora para a 3a edição de "Jane Eyre" esclarece que se trata de um filho único - se outras obras são atribuídas a ela, trata-se de "uma honra dada onde não é merecida, e consequentemente, negada onde é justamente devida".

Assim, Charlotte Brontë une-se a Jane Austen na categoria de autoras que poderiam ter escrito mais, porque este livro é lindo, um romance bem construído, delicioso de ler. A história é longa, mas você passa a conhecer intimamente a personagem principal e a torcer muito por ela, mesmo sabendo que não há mocinha sem boas agruras pelo caminho...

11 de junho de 2013

Fairy Tales Every Child Should Know

Edição Doubleday, Doran & Co, Kindle - Amazon

Estou no clima de histórias infantis, então um livro com o título de "Contos de Fadas que toda criança deve conhecer" foi altamente atraente (e gratuito no kindle). Esse livro foi organizado por Hamilton Wright Mabie em 1905, e ao lado de histórias bem conhecidas - como Cinderela, o Gato de Botas, Sinbad, o Marujo - trouxe uma novidade para mim: "A Princesa Leve" de George MacDonald. Parecida com Bela Adormecida, essa princesa é amaldiçoada por uma bruxa com "leveza", tanto física (ela não obedece a lei da gravidade) como mentalmente (não leva nada a sério, não sente compaixão).

A introdução desse livro também dá um bom motivo para crianças conhecerem contos de fadas: 

"O conto de fadas pertence a criança e deve estar sempre próximo a ela, não só porque sua forma literária especial e sua natureza pede isso, mas porque é um dos livros texto mais vitais oferecidos a ela na escola da vida. Em sua importância final, supera a aritmética, a gramática, a geografia, os manuais de ciência, porque sem a ajuda da imaginação nenhum desses livros é realmente compreensível."

De certa forma, isso vale para adulto também, não?

7 de junho de 2013

Contos Reunidos

Editora Companhia das Letras - Capa  Hélio de Almeida
Engraçado como parece que na escola existem vários livros de contos, e depois eles somem da nossa lista de leituras... Gostei de ler essa grande coletânea do Moacyr Scliar, "Contos Reunidos", e conhecer mais desse autor. Ele realmente gosta de temperar suas histórias com pontos de absurdo e nem sempre "resolve" a situação, deixando o incômodo com o leitor, sem dó.

Vale notar as histórias "bíblicas", recontando algumas passagens com a perspectiva de outros personagens, como a família egípcia que sofre as 10 pragas do Egito no tempo de Moisés - não é que eu nunca tinha pensado nisso?

3 de junho de 2013

Altar Ego

Editora Zondervan - Capa Jason Gabbert Design

Eu conheci o autor Craig Groeschel no Summit de Liderança da Willow Creek (que eu muito recomendo) e eu gostei tanto de ouvi-lo falar, que resolvi arriscar a leitura do seu novo livro, Altar Ego - Tornando-se quem Deus diz que você é. Foi uma ótima escolha, porque ele escreve como fala, de uma maneira simples e direta.

É um livro de auto-ajuda, sim, mas baseado na Bíblia e sem forçar a barra - Groeschel fala sobre sua experiência e, mesmo sendo pastor, é bem sincero quanto aos seus pecados e suas dificuldades, o que torna a sua abordagem mais realista e convincente - e sem perder o humor (há alguns comentários bem engraçados). Esse livro é uma injeção de ânimo, daqueles livros de grifar e voltar a ler os trechos mais marcantes, e, de preferência, usar na vida mesmo.

24 de maio de 2013

Charles Dickens' Children Stories

Edição digital - Amazon

Esse livro parece uma pegadinha, basicamente por causa do seu título: "Charles Dickens' Children Stories", que poderia ser traduzido como histórias para crianças de Charles Dickens. Mas a melhor tradução seria: "Histórias de Crianças de Charles Dickens", porque reúne histórias curtas sobre crianças, muitas delas personagens principais de outros livros (como David Copperfield), que não são próprias para crianças como você pode esperar. Na maioria das vezes, as crianças são pobres, doentes e morrem no final. (Resumindo assim é bem triste, mas há histórias lindas com essa linha geral).

Além disso, essa edição digital tem uma pequena introdução que só menciona: "histórias de Charles Dickens recontadas por sua neta". Oi? O autor não é Charles Dickens? A verdade é que fora alguns contos que eu sei que são originais, os "resumos" de outros livros (como Grandes Esperanças) são bem estranhos, fica aquela impressão de trabalho escolar mesmo e não obra de um gênio como Dickens.

Ou seja, nem de graça, nem sendo fã do Charles Dickens compensa ler esse livro, muito mal explicado.

20 de maio de 2013

Uncle Tom's Cabin

Editora Dover Thrift
Eu adoro ler clássicos - porque eles são clássicos. Se um livro venceu o teste do tempo, é praticamente garantida uma boa leitura. Assim é com "A Cabana do Pai Tomás", de Harriet Beecher Stowe, um romance do final do século XIX que através de uma história ficcional discute a escravidão nos Estados Unidos.

Mesmo sobre um assunto tão sério e pesado, o livro não é chato, os personagens são envolventes, e mesmo depois de ter acabado de ler, fiquei com aquela vontade de continuar acompanhando a vida deles. (Nota: o personagem principal é chamado de "Tio" no original, mas foi traduzido por "Pai" aqui, uma tradução cultural mesmo).

Eu não conheço a história (real) da escravidão nos Estados Unidos, mas gostei de ver argumentos a favor e contra da época, sendo que a autora claramente se opõe, mas não da maneira politicamente correta que temos hoje. Até a moral do mundo, de certa forma, mudou nesses últimos 100 anos.



16 de maio de 2013

Tiago - Transformando Provas em Triunfo

Editora Hagnos

Hernandes Dias Lopes reuniu nesse livro de comentário sobre a epístola bíblica de Tiago textos referentes a suas pregações sobre a carta. Assim como o livro bíblico não é longo, cada texto é curto, e a leitura de "Tiago - Transformando provas em triunfo" é fácil, embora não seja superficial em conteúdo. 

(Aliás, um dos textos, sobre a unção de enfermos, é o mais longo e cheio de referências e realmente destoa do livro, ficando muito acadêmico - o que não acho que faz sentido para o leitor médio, embora possa ser usado como referência.) 

Esse livro foi usado como referência para a escola bíblica dominical da minha igreja na classe dos jovens, e foi um ótimo ponto de partida para diversas discussões de assuntos relevantes para a nossa vida atual - recomendo então tanto como livro texto de aula como para ler em casa e edificar-se sozinho.

12 de maio de 2013

Como Nascem os Pais

Editora Mescla - Capa Souzacampus

É dito que a mulher se torna mãe assim que engravida, mas o homem se torna pai quando a criança nasce - ou talvez seja um processo até mais longo. Esse livro de Renato Kaufmann reúne os textos do seu blog quando sua primeira filha nasceu, e assim temos sua história de "Como nascem os pais - Crônicas de um pai despreparado". (Ele também publicou "Diário de um grávido", que começou, é claro, quando ele descobriu que ia ter a Lúcia (sem saber ainda que seria a Lúcia), mas esse eu não li.)

É claro que cada pai é um pai, mas é interessante ver uma visão masculina de um processo emocional tão ligado a mulher como "ter filho" e, confesso, um pouco incômodo porque o Renato diz e faz coisas que não são tão ortodoxas, o que deixa o livro engraçado, mas é um pouco temerário também ao não sabermos se são todas verdades ou não. 

Debaixo de ironia, dá para perceber que ele é bem sensível, o que deve ser verdade para quase todos os pais: no fundo, eles estão tão tocados pela experiência como as mães.

8 de maio de 2013

A Menina do Vale

Editora Casa da Palavra - Capa Ana Freitas

Não sei se muitos conhecem Bel Pesce, mas ela é uma brasileira que "venceu na vida", mesmo sendo tão jovem. Antes dos 30 anos, ela já se formou numa prestigiada faculdade norte-americana (o MIT), foi para o Vale do Silício, trabalhou em grandes empresas e fundou uma. Ela então resolveu escrever um livro: "A Menina do Vale", um tipo de um guia básico sobre empreendedorismo ou como perseguir seus sonhos profissionais, incluindo um pouco sobre sua experiência pessoal. 

Garota gente boa, o livro online está disponível aqui de graça e foi esse que eu li (embora o livro em papel - esperteza de negócios - tenham 3 capítulos extras para motivar o investimento). O livro é curto e direto, fácil de ler, e não tem nada demais, afinal não existe uma fórmula milagrosa de sucesso empresarial ou algo do tipo (embora tenham livros que se vendam assim). Eu acredito que esse livro pode servir de inspiração e ponto de partida para adolescentes e jovens que sonham em abrir seu próprio negócio.

2 de maio de 2013

Miss Marple And Mystery: The Complete Short Stories

Editora Harper Collins

Um livrão da Agatha Christie repleto de histórias curtas: para quem gosta dela como eu, é um prato cheio, literalmente. Embora o título seja “Miss Marple And Mystery: The Complete Short Stories” (não publicado em português, até onde eu sei), infelizmente menos da metade contam com a senhorinha que nunca saiu de St. Mary Mead, mas conhece a natureza humana como ninguém.

A maioria das outras histórias não são os suspenses de assassinato comuns a autora, mas as tais histórias de mistério, que aqui responde por “sobrenaturais” – espíritos e fantasmas. Eu não sabia desse lado da autora, que é interessante, mas não tanto como os assassinatos e detetives, na minha opinião.

Mas é um ótimo entretenimento – são mais de 400 páginas de histórias bem escritas. Existem volumes sobre Poirot e outros detetives também dessa mesma coleção, e entraram na minha lista de leitura.

28 de abril de 2013

O Castelo

Editora Companhia das Letras - Capa Jeff Fisher

Parece que Franz Kafka pediu a um amigo para destruir todos os seus manuscritos quando ele morresse. Claro que o tal amigo não fez isso, por isso que temos aí tantas obras dele para serem trabalho de escola, temas de dissertação e fontes de espanto para leitores em geral.

“O Castelo” não é diferente de outros livros dele: uma situação inusitada leva o personagem principal – K. – a trilhar um labirinto confuso para ele e para o leitor. K. é um agrimensor que chega numa aldeia, para trabalhar para o Castelo (a instituição de poder local), mas é envolvido num mar de burocracia, e num estranhamento com os próprios aldeões e o comportamento destes com relação ao Castelo.

Há muitas falas longas, em que os personagens falam muito e dizem pouco, então é um livro cansativo, mas mesmo sem muita gente ler até o final, foi uma discussão boa no clube de leitura. Vale dizer que o livro é inacabado mesmo, então só é bom ler se você sabe lidar com esse tipo de “situação”.

24 de abril de 2013

Vida Cristã Fora da Caixa

Editora Ultimado – Capa Ana Cláudia Nunes

Tem pessoas que fogem do comum – e ler um livro de uma delas é um refresco bem merecido para os dias de hoje, ainda mais quando se fala em cristianismo. Tem tanta gente falando besteira por aí, criando regras, passando ideias erradas, que acaba por afastar os outros, principalmente os jovens, de Cristo.

Por isso, o livro do Marcos Botelho, “Vida Cristã Fora da Caixa”, é tão importante para esse público – que não quer a fórmula enlatada, mas uma visão crítica que não menospreza a inteligência, nem deixa a Bíblia de lado, ou tira Deus do centro.

Em textos curtos e diretos, Botelho caminha por assuntos diferentes – oração, vocação, sexo, namoro, violência, política, arte, igreja, que podem ser pontos de partidas para pregações ou conversas de bar (por que não?), ou no mínimo para ficar incomodando dentro da cabeça e fazer agir diferente. Sair da caixa pode não ser fácil, mas abre todo um horizonte...

31 de março de 2013

As Intermitências da Morte

Editora Companhia das Letras - Capa Hélio de Almeida
"As Intermitências da Morte" é um dos meus livros preferidos do José Saramago, o qual é um dos meus autores preferidos. Então esse é um livro que eu recomendo certamente, e foi a minha escolha para iniciar um novo clube de leitura. Embora a temática "morte" não seja leve, o livro é todo entremeado com a fina ironia característica do autor, e uma virada no meio da história bem surpreendente.

Eu acho que a morte é um assunto tabu na sociedade de hoje - e como comentaram no clube, antigamente, com os velórios em casa, as crianças já eram acostumadas a isso - e hoje não é só da morte que fugimos e ignoramos, é também do próprio envelhecimento e do que é o curso "natural" da vida.

Cedo ou tarde, teremos que lidar com o envelhecimento e a morte de parentes, amigos, e também com o nosso próprio envelhecer e morrer. Contudo, por causa de uma pessoa, tudo pode ser diferente. Jesus morreu para justificar os nossos erros, mas ressuscitou para vencer a morte por todos nós. Por enquanto, ainda temos que lidar com a morte, que sempre será estranha, porque a vida eterna vai voltar - como Deus planejou para nós inicialmente.

Feliz Páscoa!!!

21 de março de 2013

Conta para Mim - Histórias da Bíblia

Editora SBB

Tem coisa mais fofa que livro rimado para criança? Eu adoro.

"Conta para mim - Histórias da Bíblia", escrito por Silvia Reinhold Timm (baseado no original, claro), tem ilustrações muito bonitas e resumos em versinhos das histórias principais do antigo e do novo testamento, num jeito bem fácil de contar para crianças. Em inglês, o título é até "Bíblia para bebês". 

Eu comprei pela capa, confesso, mas fiquei feliz ao constatar que os versos são bem escritos e as histórias são bem contadas. Porque não sei vocês, mas eu tenho visto tanto livro *porcaria* para crianças por aí (não há outra palavra). Textos que nem contam uma história, parecem ter sido escritos para ocupar um espaço, para ter um lançamento para dar dinheiro para a editora e pronto. É criança, mas não dá para fazer algo com conteúdo? Elas são seres inteligentes também.

Agradeço a minha mãe que guardou muitos dos livrinhos que eu tive quando era criança! Esses ainda vão ser relidos muitas vezes!

17 de março de 2013

O Professor do Desejo

Editora Companhia das Letras - Capa João Baptista da Costa Aguiar

Depois de ler um dos seus livros (O Avesso da Vida), eu não pretendia dar a Philip Roth uma chance tão cedo - o livro é bom, mas não era do meu estilo. Mas o clube de leitura escolheu "O professor do desejo", o qual foi muito bem recomendado, então, vamos lá.

O foco é o professor de literatura David Kepesh e seus relacionamentos enquanto um jovem adulto. Uma pessoa do clube que adora Philip Roth  comentou que ele sempre parece escrever sobre o mesmo personagem, talvez um alter ego - homem, norte-americano, judeu, com problemas para se relacionar com as mulheres, com grande destaque para a sua sexualidade. Nesse livro que se passa no auge da revolução sexual (ele foi publicado na década de 70), há trechos tão explícitos que, se houvesse censura, seria 18 anos.

Eu acredito que os homens tem mais facilidade para entender esse livro, esse personagem, esse desejo - para as mulheres, pode ficar o questionamento: ok, e quando ele vai amadurecer? Aprender a se relacionar direito? Mas pode servir também como uma pequena janela para a mente de tantos homens seja hoje, seja 50 anos atrás. Humanidade é sempre humanidade.

12 de março de 2013

Os Segredos de uma Encantadora de Bebês

Editora Manole

Achei meu livro! Gostei tanto de ter lido "Os Segredos de uma Encantadora de Bebês", que eu não pretendo ler nenhum outro sobre esse assunto. Afinal, aposto que existem trocentos livros, com perspectivas mais ou menos diferentes sobre como criar bebês, e algo que eu já aprendi é que não é algo que dure para sempre (embora possa parecer looooongo o suficiente).

A abordagem de Tracy Hogg é mais completa do que a do livro Nana Nenê, e parece que ela compreende mais a mãe de primeira viagem, e, contando vários casos, torna a aplicação de sua técnica mais próxima de uma realidade possível.

Eu fui lendo e marcando várias páginas para referência futura. Espero que ajudem, mas estou muito animada para ouvir muito choro, dormir pouco e, é claro, me divertir e aproveitar muito esse momento único meu e da minha Anna.

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Agora, mãe de duas, posso dizer que continua sendo meu livro preferido para a fase de bebês, mas consigo entender que a criança influencia no resultado da fórmula mesmo.

A minha mais velha era o livro texto padrão, adaptou-se super a rotina do livro, era bem previsível e muito fácil de lidar. Se ela chorava, já era a hora da mamada mesmo! A mais nova foi um grande desafio. Foi super difícil implementar a mesma rotina com ela, então embora eu continuasse firme nos intervalos das mamadas, ela dormia bem menos, não tinha uma rotina regular de sono, e foi muito mais difícil fazer ela parar de dormir no colo, e ela também ficava muito mais doente - o que estraga a rotina de qualquer criança.

Conhecendo a teoria, é mais fácil "saber o que fazer" no momento difícil, e com um pouco mais de reflexão, ir adaptando o que dá certo para você e seu bebê - e, com cada bebê pode ser diferente mesmo.

Continuo super recomendando - com a minha experiência que deu super certo da primeira vez, e não tão certo da segunda.



8 de março de 2013

Fazes-me falta

Editora Objetiva - Capa Erika Azuma e Rodrigo Disperati

"Fazes-me falta" é um livro lindo. Lírico. Sensível. Uma história de amor. De amizade. Diferente.

Um homem e uma mulher dialogam, próximos, mas numa distância infinita: ele tenta superar a morte prematura dela, que também revive sua vida e seus relacionamentos.

Inês Pedrosa nos envolve aos poucos dentro desse universo, (sua prosa parece ter outro ritmo, apesar de ser o mesmo português), e vamos nos aproximando cada vez mais desse casal, indo para dentro de suas mentes e corações - e podemos até encontrar um pouco de nós mesmos e nossos sentimentos...