30 de setembro de 2017

After Disasters

Editora Little A - Capa Emily Mahon

Depois dos recentes furacões e terremotos, e com ajuda de vídeos e fotos que circulam o mundo em um instante, estamos bem familiarizados com imagens de desastres. No entanto, eu espero que a maioria de nós não faça parte de um, ou que consiga sobreviver caso se encontre em uma situação de risco dessas.

No livro, "After Disasters" (Depois de desastres), o autor Viet Dinh escolheu as pessoas que primeiro respondem a um desastre - equipes de emergência, de resgate, médicos locais - para povar um romance de humanidade tão latente, que é impossível não se envolver com os dramas pessoais deles.

O ponto de partida é um terremoto na Índia, mas a história vai e vem no tempo com os personagens, para que seja possível entendê-los. Os personagens principais são quatro homens: Ted, um americano que recentemente se tornou membro de um time de resposta a desastre, Piotr, um colega com mais experiência, Andy, um jovem bombeiro inglês e Dev, um médico local. De diferentes origens e funções, as histórias deles se cruzam no meio do caos de um terremoto que traz caos e desespero para o local.

É um ótimo livro, tanto por sem bem estruturado como por trazer a baila temas relacionados a vida e morte muito além da situação que retrata, mostrando pessoas profundas e complexas. Não encontrei informações sobre tradução em português, mas o texto original está no kindle unlimited.

26 de setembro de 2017

Machamba

Editora Nova Fronteira - Capa Danilo Perrotti Machado

Machamba ganhou o I Prêmio Kindle de Literatura, no ano passado. Depois do prêmio, Gisele Mirabai publicou o seu livro com uma grande editora. No entanto, basta ver os comentários na própria página da Amazon para ver que é um livro controverso, já que o "povo" está fazendo muitos comentários ruins.

Eu li o livro antes de ver essa questão dos comentários - e posso afirmar que não fui influenciada a dizer que não gostei. Aliás, pensei em desistir de tão ruim que eu achei, mas não o fiz porque 1: era um livro pequeno, 2: assim poderia fechar a resenha no blog com essa minha opinião (eu não incluo aqui livros não terminados).

A partir daqui, há spoilers.

A autora usa uma linguagem que lembra sim Guimarães Rosa, mas muito piorado, para contar a história da garota que sai de Minas Gerais depois de um tipo de trauma (a história vai e volta no tempo e a superação desse trauma faz parte da trajetória de redenção dela). Há muitas cenas de sexo para mostrar a desconexão de sentimentos da protagonista, mas eu fiquei com a impressão de ser algo forçado, ali para tornar a narrativa moderna e ousada. Por fim, a pessoa sai da Inglaterra, passa por Grécia, Turquia, Israel, assim, só com um cartão de crédito no bolso e uma explicação lá pelas tantas (para manter a verossimilhança, suponho), que ela já tem um passaporte europeu herdado de não sei quem (essa é a parte Comer, Rezar, Amar).

Achei o livro artificial, um recorte do que a autora achou que ia ser considerado uma boa mistura de referências. Não recomendo mesmo. Agora é a última semana para inscrição para o II Prêmio Kindle de Literatura - vamos torcer para sair algo melhor esse ano.