31 de dezembro de 2020

Top 2020

 Ficção

A Morte de Ivan Ilitch - Leon Tolstoy

Dando um tempo - Marian Keyes

Little Fires Everywhere - Celeste Ng

Tudo que você não soube - Fernanda Young


Não ficção

Becoming - Michelle Obama

Caminhando com Deus em meio à dor e ao sofrimento - Timothy J. Keller

I am, I am, I am: Seventeen Brushes with Death

O cérebro da criança - Daniel J. Siegel, Tina Payne Bryson

O cérebro que diz sim: Como criar filhos corajosos, curiosos e resilientes - Daniel J. Siegel, Tina Payne Bryson

Raising Worry-Free Girls - Sissy Goff


Infantil

As Crônicas de Nárnia - C. S. Lewis

Encantados - Helena Gomes

A Estranha Madame Mizu - Thierry Lenain

Diário de Pilar na Grécia - Flávia Lins e Silva

Um urso chamado Paddington - Michael Bond



Estatística 2020

2020 foi um ano duro para todo mundo.

Mas ficar em casa me levou a ler mais - principalmente livros físicos, e ter uma nova leitora fluente em casa (a Anna) abriu as portas para a literatura infantil "de capítulos" novamente no meu dia a dia (e eu li só uma parte do que ela já leu, simplesmente não foi possível ler tudo que ela leu + os livros da minha lista de leitura). 

Em números:

- 73 livros lidos

- 24950 páginas (em média, são 68 páginas por dia, e livros de 341 páginas)

- 53 livros digitais, e pela primeira vez, 1 audiobook

- 17 livros brasileiros

- 29 livros lidos no idioma original (português e inglês)

- 60 livros em português, 13 livros em inglês (muita preguiça para ler livros em inglês esse ano)

- 33 livros escritos por mulheres

- 59 livros do presente século (cada vez menos clássicos na minha vida)


Em gráfico:


Não li muitos livros das minhas metas nesse ano, mas elas continuam valendo:









Crônicas de Nárnia

 

Editora WMF Martins Fontes

Comecei a ler para as minhas filhas o volume único de As Crônicas de Nárnia com a proposta de ler o livro antes de assistir os filmes, em junho de 2020. Era uma proposta ousada, mais de 700 páginas lidas 6 páginas por vez, antes de dormir, no dia que eu fazia a rotina de coloca-las na cama. Para a minha surpresa, elas se envolveram com a história - com a Anna logo vendo que Aslam era uma representação de Jesus, e as duas curtindo o protagonismo das crianças, Diggory, Polly, Pedro, Susana, Edmundo, Lúcia, Eustáquio, Jill. 

Quando eu percebi, elas já estavam envolvidas e eu curtindo muito mais as histórias do que quando eu tinha lido alguns anos atrás. Foi possível perceber o talento de C.S. Lewis na construção de paralelos, no seu conhecimento teológico, e como ele fez verdadeiramente uma história infantil, sem menosprezar a inteligência das crianças.

Fazendo as contas, foi possível perceber que era possível terminar tudo ainda esse ano - e agora em dezembro lemos "A última batalha", o livro que fala dos fins dos tempos, e dá tanto nervoso e sofrimento.

Mas o final é feliz, amigos, todos chegam ao país de Aslam, onde não há medo, dor ou tristeza, onde correm e não se cansam, onde a comida é mais saborosa e onde a história não tem fim. Há esperança logo ali após um portão de ouro e dentro dos nossos corações, e é com essa esperança que eu vejo 2020 terminar - e espero que 2021 seja melhor. 


Bíblia de Estudo - NAA

 

Editora Sociedade Bíblica do Brasil

Eu gostei muito da tradução Nova Almeida Atualizada - é uma linguagem mais atual, mas sem perder a majestade, digamos assim. Essa edição da Bíblia de Estudo também é muito especial, com muitos textos explicativos, mapas e notas. Recomendo como material de referência.

30 de dezembro de 2020

Becoming

 

Editora Crown

Becoming é o primeiro livro que eu escutei inteiro como audiobook - ele está disponível em plataformas de streaming como podcast - lido pela maravilhosa autora Michelle Obama.

A leitura dela é fácil e envolvente, e a história é apaixonante. Ela já teve uma vida muito intensa - da família pobre para a carreira de sucesso como advogada e então para a Casa Branca, mas ela conta tudo sem deixar o livro pesado. Mesmo os episódios difíceis, de racismo, doenças, ofensas políticas e etc, não são amargos.

O que ela fala de carreira e maternidade é incrível - a crise com o marido, a decisão de parar, a dedicação para as filhas, os trabalhos sociais.

Eu recomendo esse livro para todas as mulheres - posição partidária a parte, a humanidade dele é universal.

Doze Mulheres Extraordinariamente Comuns

 

Editora Thomas Nelson

John MacArthur entrega o que ele declara no título do livro: Doze Mulheres Extraordinariamente Comuns: Como Deus usou as mulheres da Bíblia e como Ele pode usar você.

É um panorama diversificado de mulheres na Bíblia, do Antigo e Novo Testamento, com descrições, contexto e como Deus agiu na vida de cada uma delas. Pode ser usado para estudos bíblicos e discussões em pequenos grupos. 

26 de dezembro de 2020

Sonhos de Trem

 

Editora Companhia das Letras

Sonhos de Trem é um livro curtinho, para se ler num dia, que ganhou um merecido prêmio nos Estados Unidos. Denis Johnson, sem delongas, descreve a vida de um homem no final do século XIX, quase na fronteira do Canadá. Ele se casa, tem uma filha, ocorre um desastre, e a vida dele continua (não continua sempre?).

É incrível como um livro curto e direto pode ser tão profundo e dramático. Fiquei com vontade de ler mais obras do autor.


24 de dezembro de 2020

Um Brinde de Cianureto

 

Editora L&PM

Agatha Christie e seus venenos... Não se vê mais assassinatos como os desvendados em "Um Brinde de Cianureto" - ou não há mais detetives como os de Agatha Christie?

Agatha Christie é sempre uma boa leitura - principalmente nas férias.

21 de dezembro de 2020

A Imensidão Íntima dos Carneiros

 

Editora Reformatório

"A Imensidão Íntima dos Carneiros" é um título tão bonito e, de certa forma, pomposo, para esse livro de Marcelo Maluf, que merece admiração. É um livro bonito e poético, do neto imaginando e recuperando as memórias do seu avô, que veio do Líbano quando adolescente e parou no interior de São Paulo.

Eu acho tão interessante ler histórias culturalmente ricas e, quando bem construídas como essa, profundamente humanas. Recomendo o livro com certeza.

20 de dezembro de 2020

Notas da Xícara Maluca

 

Editora Monergismo

"Notas da Xícara Maluca" (sim, aquela xícara que gira em parque das diversões) são reflexões "muito loucas" do autor N. D. Wilson sobre a vida, o mundo, a fé, Deus - de uma forma que você nunca viu antes. A intenção sim é fazer pensar, refletir, mas usar do assombro e da admiração por esse mundo criado como ponto de partida.

Não é um livro longo, mas vale a pena ir lendo aos pouquinhos, para os rodopios brilharem na mente.

19 de dezembro de 2020

Nadando de Volta para Casa

 

Editora Rocco

Eu me interessei pelo sinopse desse livro, Nadando de volta para casa, e esperei um tempão para entrar em promoção e compra-lo. No entanto, foi realmente uma decepção lê-lo, uma história confusa e pretensiosa, cheia de conflitos, mas que não me fez simpatizar com nenhum dos personagens do livro.

Esse livro de Deborah Levy entrou na lista curta de indicados para o Man Booker Prize, mas não ganhou, e as críticas na Plataforma Goodreads apresentam bem os dois lados - quem ama e quem odeia. Depois que eu acabei de ler, percebi que, até o que as pessoas que gostaram dizem trazem indicações de que não é mesmo o meu tipo de livro.

Assim, recomendo a plataforma Goodreads para considerar uma compra de livro - mesmo se ele quase ganhou um prêmio literário. Ela indica com bastante acurácia quando há um spoiler relacionado a história, e ele é geralmente escondido (é preciso clicar para que a frase apareça).

28 de novembro de 2020

Uma cidadezinha distante: A Diamantina de Helena Morley

 

Editora Companhia das Letras

Esse pequeno livro - um e-book gratuito! - é Elizabeth Bishop contando o que achou do livro de Helena Morley e como foram suas visitas a cidade de Diamantina, em que ela morava. Esse livreto é a propaganda para "Minha vida de menina", o diário de Helena Morley quando passava da infância para a juventude no interior de Minas. 

26 de novembro de 2020

A Improvável Jornada de Harold Fry

 

Editora Suma das Letras

A la Forrest Gump, Rachel Joyce descreve em "A Improvável Jornada de Harold Fry" um homem que recebe uma notícia sobre uma antiga amiga e resolve caminhar até chegar até ela. Sem lenço, nem documento, é daquelas histórias que provam que ainda existe algum tipo de comunidade - benfeitora, aproveitadora, curiosa.

Harold Fry é aposentado, então um viva também para livros que colocam idosos como protagonistas - não só lembrando de eventos, mas também agindo e criando novas memórias. 

É um bom livro - mas confesso que me decepcionei com o final. Mas a vida é assim, cheia de finais imperfeitos.


25 de novembro de 2020

Dupla Falta

 

Editora Intrínseca

Eu gosto muito da autora Lionel Shriver - e é por isso que eu tenho e já li tantos livros dela, mas esse, Dupla Falta, me decepcionou. A personagem principal é chata demais - e entendo que ela foi feita para ser chata - mas aí se foi um suplício se casar com ela, também foi ler sobre ela.

Talvez para quem gosta muito de tênis ou se interesse por esse tema de tensão por competição entre pares, vai curtir o livro mais que eu. 

De qualquer forma, a autora não se abstém de tratar temas difíceis com franqueza.

21 de novembro de 2020

Junia is not alone

Nesse pequeno livro, Scot McKinght fala sobre Junia - uma mulher citada pelo apóstolo Paulo - e que, pelo contexto, levou a estudiosos recentes (dos últimos 200 anos) a identifica-la como homem. Era mais fácil justificar que "Junia" talvez - remotamente - com uma pequena probabilidade - fosse um nome masculino do que dar a ela uma posição de liderança na igreja primitiva, e isso mostra como a cosmovisão pode mudar a forma de ler a Bíblia, mesmo contra todas as evidências.

Assim, "Junia não está sozinha", e há outras mulheres incríveis que foram ignoradas para manter uma posição confortável sobre o que se espera dos papeis dos homens e das mulheres na sociedade. 

Esse livro é uma pequena provocação e uma porta de entrada, mas não é definitivo pelo tema que é urgente dentro do contexto cristão. Recomendo!

15 de novembro de 2020

Melodia Mortal

 

Editora Fábrica 231

Eu quiser ler o livro "Melodia Mortal: Sherlock Holmes investiga as mortes de gênios da música", pois eu gosto de 1 - Sherlock Holmes, 2 - Música clássica, 3 - o autor Pedro Bandeira. Esse último escreveu esse livro com Guido Carlos Levi, que colaborou com a parte médica, que é bem específica.

Em cada capítulo, é apresentado um conto do Sherlock Holmes investigando a morte de alguém como Chopin ou Beethoven, discutindo se o motivo alegado de morte (mesmo sendo uma doença e não criminal) é o verdadeiro motivo. No final, há um grupo de amigos médicos que leram junto esse conto e discutem a perspectiva da morte considerando as informações atualizadas, também como bons detetives, mas científicos.

O Pedro Bandeira dá um tom de humor ao Sherlock Holmes, abrindo uma cortina para desmascara-lo através do olhar do Watson quando suas deduções estão erradas, mas ele é poupado de ser confrontado com seus erros.

É um livro ok e interessante, mas às vezes parece muito técnico (do ponto de vista médico) e não tão divertido.






7 de novembro de 2020

Princesas, bruxas e uma sardinha na brasa


 O que são contos de fadas?

Definitivamente não é necessário que apareçam fadas, mas eles são facilmente reconhecíveis pelos temas, um pouco de mágica e fantasia, a linguagem e o tamanho.

Neste livro de Helena Gomes e Geni Souza, temos contos de fadas contemporâneos - colocando as mulheres como protagonistas das suas próprias jornadas - atualizando algo da linguagem, mas sem quebrar o clima. Então, há Princesas, Bruxas e uma Sardinha na Brasa literalmente, e não celulares, maquiagem e decisões de carreiras, mas garantindo boas mensagens para as garotas - e, claro - os garotos também.

Boa literatura brasileira infantil!


6 de novembro de 2020

Resta Um

 

Editora Companhia das Letras

Resta Um é um jogo de pecinhas redondas, mas também pode ser o resultado de uma divisão, e aqui é um livro de Isabela Noronha, no qual a personagem principal é uma matemática, professora universitária, cuja filha desaparece ainda pré-adolescente.

A história toda parece um pesadelo - e só de pensar o tanto de criança desaparecida que existe no mundo - o apelo fica mais real e desesperador.

A prosa é encantadora, na toada do Flautista de Hamelin, totalmente envolvente sem ser muito apelativo. Um ótimo livro brasileiro.



3 de novembro de 2020

Tudo que você não soube

 

Editora Rocco

"Tudo que você não soube", livro de Fernanda Young, é uma carta de uma mulher para seu pai, que está morrendo, contando e comentando sua vida, e o impacto da sua família nas suas escolhas (escolhas mesmo?), e sua relação com a família atual - marido, filhos. 

É incrível ter uma personagem mulher tão franca e tão fora dos padrões da modernidade (padrões mesmo?), principalmente em relação ao relacionamento amoroso e a maternidade. Ela se justifica? Sim. Mas é sempre bom pensar nos outros lados das histórias.

1 de novembro de 2020

Lugar de mulher é onde Deus disser

 

Editora Peregrino


O livro "Lugar de mulher é onde Deus Disser, de Renata Veras, me decepcionou.

Ele não desenvolve a ideia do título completamente, são só vários textos de blog - curtos, tendendo a superficialidade (há até comentários do tipo: "não tenho tempo/espaço para desenvolver a ideia").

Há boas referências teológicas, mas é uma visão mais tradicional (o lugar da mulher é mesmo cuidando da casa, do marido e dos filhos). 


31 de outubro de 2020

Bonsai & A vida privada das árvores

 

Editora Tusquets

Nesse livro, temos duas histórias: Bonsai e A vida privada das árvores, sobre pessoas e literatura - escrever ou não escrever, eis a questão. É boa literatura, que deixa um certo desconforto e uma porta aberta.


24 de outubro de 2020

Os Imaginários

 

Editora Escarlate

É uma capa linda, não? Um desenho preto e branco granulado e o "mundo invertido" mais firme e seus encantos coloridos. Eu me encante com Os Imaginários assim, depois vi boas recomendações sobre ele.

Minha filha Anna, com 7 anos, começou a ler, mas não se envolveu. Quando eu peguei para ler, vi que um acidente seríssimo acontece logo no começo, e uma personagem é levada a pressas para o hospital e não sabemos se ela sobreviveu.

O livro de A.F. Harrold vai ficando bastante fantástico e emocionante, mas não é um livro de emoções simples. As ilustrações de Emily Gravett são bem bonitas - não só na capa, mas no interior também, que transbordam sobre o texto.



19 de outubro de 2020

I am I am I am

 

Editora Knopf Publishing Group

Nesse livro, Maggie O'Farrell reúne 17 relatos da sua vida em que teve algum tipo de contato com a morte, desde a infância até recentemente.

Quando se fala assim, parece até um certo exagero para uma escritora irlandesa (ou seja, não alguém vivendo num lugar com alto índice de criminalidade ou guerra), mas é exatamente isso que ela apresenta, de uma forma sem floreios, mas com muita sensibilidade. 

A partir desses episódios, é possível traçar sua vida mas também é incrível como ela vai construindo um caminho único até a última história, em que ela afirma: Eu sou Eu sou Eu sou, ou seja a pura afirmação de ser e estar viva.

Esse livro me emocionou muito, e eu entendo que esse é um dos maiores feitos da literatura - transcender as páginas e tocar profundamente nosso coração.

18 de outubro de 2020

Amigo de Infância

 

Editora Companhia das Letras

Donna Tartt é uma escritora premiada e famosa - eu já tinha lindo "O Pintassilgo" dela (que agora é uma série também) e apesar de achar que ela enrolou-se no meio, é um livro muito bem construído.

"Amigo de Infância" é um tijolo de quase 600 páginas, e começa acompanhando Harriet, uma garota querendo investigar o crime que seu irmão foi vítima enquanto ela ainda era um bebê: ele foi morto no quintal de casa. 

Cria-se expectativas sobre essa investigação e a descoberta do "sub-mundo" da pequena cidade do interior do Mississipi na década de 70, mas a história é um retrato da sociedade e o crescimento de suas crianças nesse ambiente interiorano e racista.

Eu persisti, mas não gostei.



12 de outubro de 2020

We Are All Completely Beside Ourselves

 

Editora G.P. Putnam's Sons

Tem gente que compra livro pela capa, eu compro livro pelo título - não é algo maravilhoso algo assim: "We are all completely beside ourselves"??

Para colaborar com vocês, uma definição da expressão "be beside yourself":

If you are beside yourself with a particular feeling or emotion, it is so strong that it makes you almost out of control.

Além disso, o livro foi indicado para prêmios importantes, e fala sobre a criação de uma criança em condições peculiares. 

Foi um livro lido, e é interessante (com várias informações reais científicas que eu desconhecia), mas fiquei com a impressão que o título era melhor que o livro... 

9 de outubro de 2020

The Keeper of Lost Things

 

Editora William Morrow


"O guardador das coisas perdidas" (Ruth Hogan) é um título muito bonito - com um apelo particular para mim, que perde tanta coisa.

A história começa interessante - um homem que acha pequenas coisas, não necessariamente valiosas (como um enfeite de cabelo, uma peça de quebra-cabeça) e depois deixa uma orientação para a herdeira devolver tudo para os donos. 

Entre capítulos da história principal, há pequenos contos que mostram como os itens foram perdidos - se são verdadeiros ou se são fruto da imaginação dos personagens, não é claro.

No entanto, achei que a história foi ficando complexa demais - além das coisas perdidas - e tudo dando certo automaticamente, então me decepcionei.






25 de setembro de 2020

Encantados

 

Editor SESI-SP

Quase todo mundo conhece Contos de Fadas, seja algum relato oral sejam referências culturais. Mas esse universo é muito mais amplo que imaginamos - e eu fico imaginando que a mitologia de cada povo pode ser considerada uma manifestação do que chamamos Contos de Fadas no mundo ocidental /europeu.

No livro "Encantados", Helena Gomes apresenta versões atualizadas de seis contos clássicos, ainda com o tom de contos de fadas, mas num linguajar mais contemporâneo. É o segundo livro que eu leio da mesma autora, com a mesma temática, e eu achei muito interessante para ter outro olhar para esse gênero literário que é muito rico, e não precisa ficar parado no tempo.


17 de setembro de 2020

O Cérebro que diz Sim

 

Editora Planeta

Esse é o segundo livro de Daniel J. Siegel e Tina Payne Bryson sobre educação de filhos, especificamente "Como criar filhos corajosos, curiosos e resilientes", que para eles é desenvolver "O Cérebro que diz Sim".

Considero resiliência uma característica que é útil para qualquer ser humano, se ela não existe, o mundo vai fazer sofrer mais - e não sei se necessariamente a pessoa vai aprender (ou se vai só aprender a ter o casco duro e chorar por dentro).

A abordagem dos autores é ótima, muito clara e prática, incluindo os quadrinhos que ajudam a começar conversas com as crianças sobre os assuntos do livros. Não é uma fórmula mágica, mas realmente ajuda.



16 de setembro de 2020

Sérgio Y. vai à América

 

Editora Companhia das Letras

Alexandre Vidal Porto definiu o livro que ia escrever ao escolher como narrador um psiquiatra. Assim, ele pôde não só contar os fatos e criar um pequeno mistério quando o médico resolve investigar o que aconteceu após ter perdido contato com o paciente, mas também ir analisando o que estava acontecendo e tirar conclusões. Dessa forma, o livro "Sergio Y. vai à América" atinge um tom professoral e forçado, que não me agradou muito, mas considero o tema principal muito atual e necessário para pensar a sociedade de hoje. Paro por aqui para não dar spoilers - acredito que o livro foi escrito numa certa estrutura para surpreender, e isso faz diferença na experiência de leitura.



14 de setembro de 2020

Kindred Spirits

 

Editora Macmillans Kids UK

Rainbow Rowell apresenta em Kindred Spirits uma história muito bem construída para seu curto tamanho. Personagens carismáticos e uma situação inusitada - uma fila iniciada 3 dias antes da estreia do Star Wars. Uma delicinha de ler de uma só vez.

13 de setembro de 2020

O Amanhã não está a venda

 

Editora Companhia das Letras

Ailton Krenak é um filósofo e escritor indígena que está aparecendo cada vez mais na mídia e trazendo mais luz para a cultura e a história indígena em terras brasileiras. 

O seu livro "O Amanhã não está a venda" tem apenas 22 páginas e é uma reflexão sobre o relacionamento do homem com a natureza - uma provocação e um vislumbre de uma cultura tão diferente da nossa. 

Para pensar.


Úrsula

Edições Câmara

Maria Firmina dos Reis é uma mulher bastarda negra do século XIX que fez história - no sentido de pessoalmente ter feitos atos notórios historicamente - mais de 100 anos depois. Um deles é a publicação desse livro, Úrsula, ainda enquanto era viva. (Outros estão relacionados a sua atuação como professora e diretora escolar.)

Nesse livro, lemos a história de Úrsula, nos moldes românticos da época - amor de morrer por, o vilão, o mocinho, as paisagens bucólicas, o decoro e a religião. Mas com posicionamentos claramente abolicionistas - não há como não se impressionar que os relatos sobre a vida, o sofrimento e a dor dos escravos estavam sendo narrados por alguém que viu tudo de perto. 

Interessante também é que esse livro foi publicado pela Câmara dos Deputados, junto com capas bonitas que aumentam o interesse pela leitura (mesmo do livro digital). Eu peguei de graça numa promoção da Amazon, mas este e outros livros clássicos estão disponíveis para venda também no site da Câmara

5 de setembro de 2020

Aqui Estou

Editora Alfaguara

 Jonathan Safran Foer é o autor de Extremamente Alto e Incrivelmente Perto, fonte do filme lindo com o Tom Hanks. Conhecendo esse precedente, e intrigada pelo título "Aqui Estou" que remete ao Antigo Testamento da Bíblia, comprei e li esse livro - enorme - e só permaneci na empreitada por pura determinação.

O livro se escorre, não engrena, junta muita coisa, e ficamos ali perdidos, no meio de tanta trama, tantos personagens, tanto tempo. Há algumas ideias realmente boas - como o terremoto em Israel e os desdobramentos - ou os jogos virtuais do filho do protagonista, mas ficou cheio demais, realmente passou do ponto.

Mas se alguém quiser conversar sobre essa possibilidade futura do Oriente Médio, aceito interlocutores.


 

25 de agosto de 2020

A Morte de Ivan Ilitch

 

Editora L&PM Pocket 

Leon Tolstoi é um gênio.

Não é preciso ler as centenas de páginas de Guerra e Paz para ver isso, basta ler esse pequeno livrinho chamado A Morte de Ivan Ilitch, e ver a profundidade e complexidade humanda que o Tolstoi traz para a literatura.

Está ali o doente na proximidade da morte sem saber lidar com sua finitude. Está ali a esposa preocupada com a burocracia da morte. Está ali a filha mais preocupada com a vida a ser vivida.

É uma obra de arte que nos inquieta e nos pergunta: como é viver na iminência da morte, nossa ou do outro? 

Não há respostas fáceis.


9 de agosto de 2020

O mendigo que sabia de cor os adágios de Erasmo de Rotterdam

 

Editora Record

Vocês não concordam que livros com títulos longos são uma ousadia por si só? É claramente uma declaração do autor que aí vem algo fora do comum - para o bem ou para o mal - mas acredito que na maioria das vezes para o bem. (Afinal, autores de obras mais ou menos irão tentar títulos o mais comerciais possíveis).

Agora, no caso desse livro de Evandro Affonso Ferreira, ganhador do prêmio Jabuti, sabemos que a ousadia é bem fundamentada. "O mendigo que sabia de cor os adágios de Erasmo de Rotterdam" nos leva para o mundo dos moradores de rua, ouvindo o tal personagem principal falar sobre sua vida, sua expectativa da volta da amada, seus companheiros e tudo o que ele vê ali. Tão tangível pelas palavras da obra, que é possível quase ver, ouvir, cheirar, sentir tudo o que está acontecendo (principalmente se você conhece um pouco dos arredores da Santa Casa em São Paulo, que é onde a história se passa).

Esse livro faz parte do programa do unlimited - no qual se encontram mais livros comerciais do que literatura contemporânea por assim se dizer - mas vejam só, é possível.


2 de agosto de 2020

O Fim da História

 

Editora José Olympio

Em "O Fim da História", acompanhamos o relato em primeira pessoa de romance que a personagem teve anos atrás, que durou pouco e a deixou arrasada. A escrita da história não é linear, e a personagem já comenta o fato de que a sua própria organização das memórias já modifica o que aconteceu, e a sua situação atual (muitos anos depois, em um relacionamento estável, geograficamente distante) também interfere no que ela está contando.

Então, a graça da história não é o que aconteceu mas como está sendo relatado e revivido pela narradora. É o tipo de personagem que dá vontade de entrar em diálogo, e questionar suas decisões de vida, aquela amiga que precisa de uma intervenção urgente, hahaha. 

Lydia Davis aparenta ser uma mestre em narração e alma feminina... Com certeza gostaria de ler outros livros dela.

29 de julho de 2020

Feminilidade Radical

 

Editora Fiel

Eu tenho ouvido falar tanto do livro "Feminilidade Radical", que me parecia algo novo - e aí que eu fui reparar que ele é de 2008, ou seja, não exatamente recente. 

A autora Carolyn McCulley deixa bem claro que tem um passado de feminista e questionamento da situação feminina no mundo atual, mas, depois de convertida a fé cristã, teve uma mudança de postura radical, e esse livro é sua argumentação para sua posição.

No início, ela traça um panorama histórico do feminismo, apontando a participação de cristãs - reivindicando o seu valor na sociedade norte-americana, e as campanhas pelo voto feminino. Eu acredito que esse é o maior valor do livro, conhecer um pouco mais da história, e mais informações sobre o contexto norte-americano (já que muito do que é apresentado ali só chegou como rebarba e impacto secundário aqui no Brasil).

Eu fiquei com a impressão também que parte das fontes históricas que ela usa são casos isolados, como se fossem tiradas conclusões de fatos ou manifestações pontuais sem necessariamente verificar se foram abrangentes como aparentam.

Ela reforça a importância da Bíblia e da fé cristã para sua vida prática, mas depois de tanto criticar o outro lado, tem pouco espaço para afirmações positivas ou algo concreto que signifique a tal fé feminina ou a feminilidade radical.

Eu realmente sinto falta de livros que falem com a nossa realidade aqui no Brasil, de mulher e cristã, e esse não é um dos livros que suprem essa carência.


23 de julho de 2020

Lendo de Cabeça para Baixo

 

Editora Rocco

A capa desse livro de Jo Platt, Lendo de Cabeça para Baixo, tão bonitinha, tem alguns elementos importantes dessa história: um gosto por livros e chá, a participação especial de um porquinho da índia, uma cerca e o vizinho do outro lado.

A frase do título é mencionada na história, mas, realmente talvez funcione melhor em inglês.

Há romance, drama, comédia, reviravoltas e o final feliz tão esperado - um chick lit razoável, leve para essa época de pandemia.


15 de julho de 2020

Little Fires Everywhere

 

Editora Penguin Books

Eu já li outro livro da Celeste Ng (Tudo o que eu nunca contei) e ler "Pequenos incêndios por toda parte" só me faz estabelecer a minha admiração dessa autora como contadora de histórias sensíveis e de relacionamentos intrincados, tudo que eu gosto num bom livro de romance.

Temos aqui uma pequena cidade de classe média, pais que trabalham, filhos adolescentes, e a entrada de uma "estrangeira", uma mulher que não só vem de fora mas representa escolhas totalmente diferentes da maior parte das pessoas ali. É de se pensar e repensar a própria vida com certeza.

Há um discussão boa sobre adoção também, muito mais complexa do que já imaginamos.

Eu não assisti a série ainda, mas estou curiosa porque sei que a Reese Whiterspoon produz séries ótimas de personagens femininos incríveis - a melhor dica é seguir o seu clube de leitura, porque ela faz indicações muito boas (que depois ela acaba produzindo, olhe só!).

5 de julho de 2020

15 Contos Escolhidos de Katherine Mansfield

 

Editora Record

No prólogo, Katherine Mansfield é nos apresentada como uma autora neozelandesa do começo do século XX que escreveu muitos contos e, muitos anos depois e meio mundo de distância, foi lida por Clarice Lispector, que se encantou com sua obra ainda em pé numa livraria.

Nesse livro, encontramos os "15 contos escolhidos de Katherine Mansfield", pela Editora Record, e embora sejam boas histórias - dá para perceber como Clarice Lispector levantou a mesma proposta a outro patamar. Então, embora cronologicamente anterior, para a gente que é brasileiro e conhece a Clarice de perto de longe de todo lugar, não se encanta da mesma forma...

Mas é sempre interessante ver histórias humanas, pequenos relatos sobre a vida no interior da Nova Zelândia ou em Paris, de gente nova ou gente idosa, de pobre e de rico.


24 de junho de 2020

Philippians

 

Editora Baker Academy

O livro Philippians do Moisés Silva foi me indicado pelo Victor Fontana para preparar aulas sobre essa carta de Paulo aos Filipenses para a Escola Bíblica Dominical. Achei a leitura acessível e clara (passando por cima das notas que discutem a tradução do grego, que não me é familiar), e gostei muito do posicionamento analítico do autor.

21 de junho de 2020

A História de Pedro Coelho

 

Edições Barbatana

Tem até filme falando sobre Beatriz Potter, que ficou famosa pelas lindas ilustrações de coelhinhos fofos, e eu fiquei muito curiosa de ler um dos seus livrinhos, e comprei "A história de Pedro Coelho" para as minhas filhas (se vocês acompanham aqui, sabem que eu mato muito da minha curiosidade de livro infantil através de compras para elas, né.)

É uma história super simples (deve ter demandado muito roteirista para virar um longa metragem como virou, que eu não assisti).

Eu sinceramente estava esperando algo mais interessante, mas o melhor mesmo são as ilustrações, delicadas e fofíssimas.




14 de junho de 2020

The Amazing Adventures of Kavalier & Clay

 

Editora Fourth State

Mais um livro que só aparece aqui porque ganhou um Pulitzer: As Incríveis Aventuras de Kavalier & Clay, de Michael Chabon, do ano de 2000. É um tijolão e eu fui lendo devagar, pois foi difícil de me envolver com a história... Parecia a história de um menino que queria ser mágico, depois de um menino que fugia do nazismo na Europa, depois de primos (o Kavalier & Clay) criando histórias em quadrinhos - e é claro que era tudo isso, mas ficava bem difícil de prever o que ia acontecer. 

Eu digo que o Pulitzer tende a premiar boas histórias humanas, e essa é mais uma delas - de judeus no meio do século passado em Nova York. Também tem bastante coisa sobre Histórias em Quadrinhos e é muito curioso como parece tudo fato mesmo (existem até notas dizendo quanto custa tal primeira edição, ou o que acontece com o escritório "na atualidade"). 

Eu achei mais interessante que legal, pelo panorama histórico e a construção de personagens... Acredito que gosto mais de histórias com mais personagens femininos.

6 de junho de 2020

Um Urso chamado Paddington

 

Editora WMF Martins Fontes

Comprei o livro "Um Urso chamado Paddington" para as minhas filhas antes de assistir o filme, só pelo meu amor por Londres e livros clássicos infantis. O livro é uma graça, com bons paralelos entre adoção, e muito respeito pela simplicidade da vida.

O filme já é bem mais moderno, com um vilão mais atuante e mais emoção, por assim dizer, mas também é legal. 

3 de junho de 2020

O Crime da Galeria de Cristal

Editora Companhia das Letras - Capa Raul Loureiro


O advogado Boris Fausto escolheu 3 crimes famosos do início no século XX em São Paulo para recontar em seu livro "O Crime da Galeria de Cristal e os dois crimes da mala - São Paulo, 1908-1928" e, embora tenha muito ali de um linguajar jurídico e um interesse técnico no assunto, há muito mais sobre a cultura e a sociedade da época.

O crime da galeria de cristal, que cronologicamente é o segundo da tríade, é contado primeiro por ter sido executado por uma mulher, e não é lá muito comum um assassinato a faca e arma ser feito por uma mulher. Nos outros dois crimes, temos uma mulher como vítima e uma mulher como suspeita, e dessa forma, o autor traz uma discussão sobre questões de gênero interessantes de 100 anos atrás. 

Há também registros da repercussão nas mídias escritas, e como jornais diferentes abordavam o assunto dependendo de sua posição e público. 

Não há um interesse mórbido no assunto "crime" e sim um pequeno estudo social, o que torna esse livro interessante para quem gosta de história e causos reais.

30 de maio de 2020

A Estranha Madame Mizu

Editora Companhia das Letrinhas - Capa Silvia Ribeiro

A minha filha de 7 anos trouxe "A Estranha Madame Mizu" da biblioteca da escola, e cá estamos a quarentena toda com essa obra de Thierry Lenain que eu nunca tinha ouvido falar.

Nele, a garota Zoé passa muito tempo sozinha em seu apartamento, e preenche de imaginação e criatividade a vida, principalmente conjecturando sobre a vizinha do andar de cima, a Madame Mizu, que deve ser uma bruxa, de acordo com vários indícios da cabeça dela. 

O que eu mais gostei desse livro é a que o narrador, a princípio onisciente, entra na história quando algum personagem fala com ele ("ei você que está escrevendo a história"), e emite opiniões sobre se deve ou não participar de algum acontecimento. Eu sempre gostei desse tipo de narrador, e ainda mais num livro de criança.

Se você quiser saber o que a Anna achou desse livro, pode ver aqui.

Caminhando com Deus em meio à Dor e ao Sofrimento

Editora Vida Nova

Falar de sofrimento e de Deus nunca é fácil. Quando se menciona um Deus bom e justo, então... parece quase impossível. Mas o incrível Timothy Keller atende ao desafio e supera as expectativas com o livro "Caminhando com Deus em meio à dor e ao sofrimento".

É um pouco dolorido ler esse livro se você estava passando pelo sofrimento (como eu) (aliás, eu fugi dele por um tempo), mas ele atende a várias perspectivas: tem uma apresentação teórica teológica, muita base bíblica (comparando até com outras explicações para o sofrimento humano), e depois fala na prática - se você está passando por isso, ou se precisa suportar alguém passando pela dor.

Ninguém passa pelo sofrimento da mesma forma, e o que funciona com uma pessoa pode não funcionar com outra, mas ele ressalta a importância de conhecermos os planos de Deus por meio da Bíblia, para que o consolo divino faça sentido em nossas vidas quando precisarmos.

23 de maio de 2020

Diário de Pilar na Grécia


Editora Pequena Zahar - Projeto Gráfico Joana Penna

Eu sempre achei que, quando as minhas filhas começassem a ler livros interessantes sozinhas, eu iria conseguir lê-los também, compartilhando com elas esse novo mundo da literatura infantil, agora de um olhar adulto. Mas eis que a Anna chega nessa fase e a quarentena traz todo mundo para dentro de casa (inclusive o trabalho), e ela começa a consumir livros com uma velocidade impressionante, que não dá para acompanhar (a menos que eu abra mão dos livros de adulta que eu estou lendo). 

Assim, comecei a colocar os livros dela na minha lista, para ir acompanhando mesmo, e o primeiro foi esse: Diário de Pilar na Grécia, que ela ganhou da avó Rita de aniversário. Eu li em pouco mais de uma hora, de uma sentada só. 

A Pilar tem 10 anos, é filha única, mora com a mãe e o avô, e tem um amigo chamado Breno. O pai foi viajar um dia e não voltou mais. Um certo dia, ela deita numa rede mágica amarela e é transportada para a Grécia, para onde ela queria ir procurar o avô que tinha viajado  alguns dias antes. 

O livro é uma verdadeira aventura, em que Pilar faz amizade com um avô e uma neta gregos e também conhece seres mitológicos. O livro tem notas sobre mitologia e história, além de ser muito bem ilustrado, o que torna o livro educativo sem ser chato, sensível sem ser meloso.

Toda a série foca em viagens com atenção para assuntos relacionados a mitologia e religião, em lugares como Amazônia, China, Egito - todos esses 4 já lidos pela Anna, em poucos dias cada um (ela tem 7 anos e está no 2o ano).

Nessa jornada pela literatura, acabei levando-a também para o mundo dos blogs, então você pode ver a opinião dela sobre esse e outros livros em Leituras da Anna.

19 de maio de 2020

Lost in Translation


Editora Livros da Raposa Vermelha

Um livro lindo. Em "Lost In Translation" (Perdido na Tradução), são apresentados termos de diferentes idiomas (português, japonês e até línguas tribais mais desconhecidas) que a autora Ella Frances Sanders foi reunindo ao longo do tempo.

Uma ilustração linda e uma explicação para a palavra, que pode não ter tradução exata em nosso idioma, mas faz sentido dentro dessa comunidade que chamamos de humanidade. 

Um livro que eu fui lendo aos poucos, para durar mais, ser um deleite, e tenho para ser visitado sempre que quiser.

16 de maio de 2020

Did you see Melody?

Editora Hodder & Stoughton

Sophie Hannah foi escolhida pela família de Agatha Christie para continuar a escrever histórias sobre Hercule Poirot, o que eu considero um grande mérito que fala por si mesmo. Assim, estava curiosíssima para ler algum livro dela, e comecei por esse, Did you see Melody? (Você viu Melody? - ainda sem tradução no Brasil, Keep her safe - nos Estados Unidos).

É uma daquelas histórias que estão fazendo sucesso agora, em que o personagem principal não é confiável (Cara Burrows) que parece ter visto uma criança que foi assassinada pelos pais há alguns anos (a Melody, cujo corpo nunca foi encontrado). É uma trama cheia de problemas familiares, com exploração da cultura judicial em programas de televisão nos Estados Unidos, além do desdobramento do crime em si (não há dúvida que a personagem realmente viu a Melody, só como vai se desenrolar a história de um assassinato que não ocorreu).

Não achei nada assim genial, embora muito interessante, principalmente a personagem Tarin Fry, uma florista que se mete a investigadora, e é uma ótima leitora de pessoas, como uma atitude positiva em relação a vida em geral. Virei fã, e adoraria que ela, coincidentemente, aparecesse em outros lugares onde ocorrem crimes, tipo uma Miss Marple moderna.