31 de agosto de 2014

To Kill a Mockingbird

Editora Harper Collins

Esse livro de Harper Lee é um clássico da literatura norte-americana, daqueles com filme, referências em todo lugar, e, claro, que realmente valem a pena ler. Publicado em 1960, dá vontade de ser amigo do Atticus, o pai das narradora - Jean Louise, por pura admiração do seu caráter. Dá vontade de ver a pequena garota de 6 anos se tornando mulher, e ver se ela se formou, foi trabalhar, e/ou casou e criou filhos. Porque o livro acaba, mas você quer que eles continuem vivos, para ser testemunha da vida deles.

O título em português é daquelas invenções que não dá para entender: "O sol nasce para todos" porque o original é "To kill a Mockingbird", usando a tradução em Portugal: "Por favor, não matem a cotovia". Em determinado momento do livro, é explicado:

"Cotovias não fazem nada além de música para nosso prazer. Eles não comem o jardim das pessoas, não fazem ninhos nos celeiros, não fazem nada além de cantar seus corações para nós. É por isso que é um pecado matar uma cotovia."

A trama principal do livro é o julgamento de um negro, acusado injustamente de estupro por uma garota branca. Atticus é chamado a ser o defensor do rapaz, e através do livro, temos um panorama da disputa racial nos Estados Unidos no início do século passado, sem escravidão, mas com muito preconceito.

Tudo se torna mais interessante porque é narrado por Scout ("Escoteira"), ainda criança, que é criada, junto com o irmão maior, por um pai viúvo mais velho, numa rua sem outras crianças. É interessante que ela se posiciona como garoto - é um insulto quando o irmão diz: "Nossa, você está se comportando como uma garota" no meio das brincadeiras, então temos uma visão da diferença de gêneros também. (Como a explicação de porque mulheres não podem fazer parte do júri: "Eu duvido que conseguiríamos julgar um único caso completo - as senhoras ficariam interrompendo para fazer perguntas.")

Só para finalizar, para estimular quem gosta de ler a correr atrás desse livro (é o preferido da Cláudia , escritora e leitora), uma bela citação sobre amor a leitura:

"Agora que eu era levada a pensar sobre isso, ler era algo que simplesmente vinha a mim, como aprender a amarrar o cinto da minha roupa sem olhar, ou conseguir dois laços dos cadarços. Eu não podia lembrar quando as linhas acima do dedo que se movia de Atticus se separaram em palavras, mas eu havia as encarado toda noite em minha memória, ouvindo as notícias do dia, propostas a serem promulgadas como lei, os diários de Lorenzo Dow, qualquer coisa que Atticus estivesse lendo quando eu me aninhava em seu colo toda noite. Até que eu temi que iria perde-lo, eu nunca amei ler. Ninguém ama respirar."





27 de agosto de 2014

A Droga da Amizade

Editora Moderna - Capa Jefferson Costa

E quando você menos espera - surge uma continuação da melhor série brasileira da sua juventude: os Karas. Pedro Bandeira lançou "A Droga da Amizade", que é um pouco do futuro da turma do Miguel, e um pouco sobre o início da amizade dos 5: Crânio, Calu, Chumbinho e Magrí - mencionando até Peggy, que surgiu só no quinto livro "Droga de Americana" - que tinha sido o último a ser lançado há mais de 15 anos (o primeiro, A Droga da Obediência, é de 1984).

Embora a fila para conseguir um autógrafo estivesse muito pequena para um autor tão fantástico como ele, foi legal ver uma garota, que talvez nem fosse nascida quando todos os outros livros foram publicados estar tão empolgada quanto eu de ter um novo livro e ainda conseguir falar com o Pedro Bandeira! Seus livros tem o tipo de apelo atemporal, não dá para soltar quando começa a ler, e você simplesmente não quer que acabe.

E sim, sim, sim, que venham mais!!!