31 de dezembro de 2012

Top 2012

Quais foram seus livros preferidos em 2012??

Aí vai minha listinha, em nenhuma ordem em particular.

Nacionais
Diário da Queda
A décima segunda noite

Ficção Estrangeira
Na Praia
The Guernsey Literary and Potato Peel Pie Society
As aventuras do Sr. Pickwick
Maus

Não-Ficção
The Shakespeare Guide to Italy



Estatísticas 2012

Quantos livros vocês leram em 2012??

Eu li 66 livros.

Foram 78 posts, sendo 61 sobre livros lidos/relidos, 11 livros lidos antes, 3 leituras convidadas, 2 posts gerais (esse e o top 2012) e sobre 1 autor (Charles Dickens, que eu absolutamente amo). 

50 livros estrangeiros, 16 livros brasileiros (mais que o dobro de literatura nacional do que o ano passado, e uma proporção boa, considerando que estamos falando do mundo inteiro X um único país). 

40 livros em português e 26 livros em inglês (sendo 20 no kindle, gosto cada vez mais dele, vai ser ótimo ler livros brasileiros agora!). 

Foram 15 livros emprestados (obrigada, amigos!). Eu realmente comprei mais livros, ganhei mais livros, troquei mais livros no sebo (super recomendo!).

Em um ano, foram 173 curtidas no facebook, fico muito feliz de poder divulgar um pouco da literatura que eu amo através desse canal. 

Que venha 2013 com muuuuuuitas leituras para todos nós!

28 de dezembro de 2012

A Décima Segunda Noite

Editora Objetiva - Capa Luiz Stein Design

Eu tenho um leve pé atrás contra versões de obras clássicas - geralmente são simplificações, só para o leitor conhecer a história, quando geralmente a forma em que essa história foi contada que torna a obra um clássico, que lhe dá o valor que tem. Mas se estamos falando de uma versão de Shakespeare feita por Luís Fernando Veríssimo, eu que não vou hesitar! 

"A Décima Segunda Noite" é uma adaptação divertidíssima de "Noite de Reis", com tantos elementos originais, como o papagaio narrador, exilados da ditadura e o principal cenário ser um salão de cabeleireiros em Paris, mas também uma trama intrinsecamente engraçada, que é aparentemente difícil saber onde acaba Shakespeare e começa Veríssimo, e me deu muita vontade de ir ler o original, para comparar e apreciar mais a genialidade do nosso autor brasileiro.

26 de dezembro de 2012

The Mistery of Mercy Close

Editora Penguin
Marian Keyes é minha autora preferida de chick lit. Talvez porque seus livros não são simplesmente entretenimento leve num romance bobo para fazer sonhar um pouquinho, mas ela aborda assuntos sérios de maneira direta, sem perder o bom humor quando ele é possível.

Seu último livro, "O mistério de Mercy Close", é sobre Helen, a última das irmãs Walsh, mas mais do que isso, é sobre depressão, drama particular da autora. Na minha opinião, isso deixou o livro mais pesado e triste do que os outros, já que você é teletransportada para a mente em branco e preto de uma pessoa depressiva.

Este foi o livro dela que eu menos gostei - o humor de Marian Keyes está lá - mas o foco principal é a doença, então não é mesmo o que você espera de um livro de chick lit. Mas para quem quer entender melhor o que é depressão (de verdade, não quando você acorda triste e quer comprar um monte de sapatos e comer chocolate), vale a pena ler esse livro.

23 de dezembro de 2012

The Guernsey Literary and Potato Peel Pie Society

Editora Dell - Capa Roberto de Vicq de Cumptich
"A Sociedade Literária e da Torta de Casca de Batata de Guernsey" é  um retrato maravilhoso de uma pequena comunidade pós a ocupação alemã da ilha de Guernsey no canal da Mancha. A história é tão singular e os personagens, carsmáticos, que você deseja que eles existam, e seus filhos e netos estejam vivos por aí até hoje como uma lembrança viva do que se passou.
 
O romance é espitolar, ou seja, tudo o que lemos são as cartas que os personagens trocam, numa época que não havia a pressa da comunicação instantânea, e embora você ficasse curiosa em receber logo uma resposta - ou conhecer pessoalmente o outro! - tudo era feito com mais calma, o que, por sua vez, tornava comum que visitas durassem semanas quando uma viagem realmente acontece.
 
É triste saber que não teremos mais livros como esse, pois a primeira autora, Mary Ann Shaffer, faleceu. Ela era idosa quando escreveu esse livro, e precisou da ajuda da sobrinha, Annie Barrows, para finaliza-lo.
 
Uma nota final: o livro não tem a receita da torta de casca de batata que eles faziam durante a guerra, mas há algumas receitas na internet, e eu pretendo testar alguma um dia!

21 de dezembro de 2012

Maus

Editora Companhia das Letras - Capa: Art Spiegelman e Louise Fili

A história de um judeu na II Guerra Mundial, em quadrinhos, onde judeus são ratos e alemães são gatos. Inusitado, não? Art Spiegelman realmente encarou um desafio e tanto ao escrever a história do seu pai nesse formato diferente. Em uma parte de "Maus", em que ele se permite a metalinguagem, Spiegelman reconhece que não é fácil transpor todo um relato de guerra e dor para o formato de quadrinhos - que pode aparentar ser tão superficial e leve. 

No entanto, Art Spiegelman conseguiu a proeza de fazer um livro lindo, emocionante, tão real - que você não vê desenhos de ratos (mesmo que muito bem feitos), mas sim um panorama da crueldade da II Guerra Mundial de causar arrepios. Com quase 300 páginas, o livro flui e marca o nosso coração, até pelos toques de humor ao mostrar como o autor lida com seu pai, muito velho e muquirana, morando nos Estados Unidos. 

Esse livro só caiu nas minhas mãos agora, mas ele não é recente: a sua primeira parte foi publicada no início da década de 70. Se você ainda não leu, eu recomendo, recomendo, recomendo. 

17 de dezembro de 2012

Barba Ensopada de Sangue

Editora Companhia das Letras - Capa Alceu Chiesorin Nunes
Como título, "Barba Ensopada de Sangue" é uma imagem muito forte para se visualizar... Então, ao começar a ler esse livro, eu esperava algo como clube da Luta, cheio de socos e violência. Mas logo me surpreendi com uma narrativa muito mais humana de Daniel Galera, um autor jovem brasileiro. Existe a expectativa sim do personagem principal levar a tal da "coça" na barba que ele começa a deixar crescer no começo da história, mas tanta coisa acontece no meio tempo...

O tal dono da barba sai de Porto Alegre depois do suicídio do pai para investigar a morte do avô em Garopaba, mais de 30 anos depois, que ocorreu em uma situação suspeita. Ele é personal trainer, e sua característica mais marcante é que ele tem uma deficiência neurológica que o impede de memorizar e reconhecer fisionomias.

O que eu mais gostei, com certeza, é o quão moderno e próximo esse livro é - além de se passar no Brasil, óbvio - ele é super recente, acontece ao mesmo tempo das enchentes que assolaram Santa Catarina poucos anos atrás. O vocabulário, a sociedade, as circunstâncias, estão logo aí, praticamente jornal de antes de ontem - interessante demais ver literatura saindo tão quentinha do forno! 

6 de dezembro de 2012

Jornal Nacional - A notícia faz história

Editora Jorge Zahar
A morte de Oscar Niemeyer me fez pensar sobre os mecanismos do jornalismo. Aos 104 anos, não era uma questão de desejar sua morte, mas que ela estava cada vez mais próxima, isso era um fato. Então, quando ela se efetivou, todo um conteúdo já estava pronto: especiais, coletâneas de fotos, entrevistas, o obituário em si. Era uma questão de tempo, então por que não deixar pronto? Daí eu lembrei desse livro, Jornal Nacional - A notícia faz história, dos 35 anos desse telejornal que praticamente todo mundo no Brasil conhece... Nem que seja pelo seu o "Boa Noite".

Esse livro, do Projeto Memória Globo, conta um pouco dos bastidores, e goste ou não da Globo, é interessante descobrir como essa máquina funciona. E como é delicado tomar a decisão para fazer o obituário do "chefe", o jornalista Roberto Marinho, sabendo que esse dia chegaria, mas não querendo passar uma imagem errada...

Gostei de ter lido - e alguma coisa ficou na memória, mesmo anos depois. Foi uma leitura sem julgamentos, sabendo que os autores com certeza foram parciais, mas em tudo pode-se ter um Q de verdade...

3 de dezembro de 2012

The Importance of Being Earnest


Eu nunca tinha lido nada do Oscar Wilde - ou assistido algo dele no teatro - e "A Importância de ser Prudente" foi uma surpresa deliciosa. É um livro muito engraçado, curto e dinâmico, fácil de imaginar como pode ser divertido de ver encenado. Realmente, dá vontade de ler outras coisas do autor.

Eu já tinha gostado do título quando eu entendi o trocadilho em inglês - prudente é tradução de "Earnest", que também é um nome próprio - e esse é o sentido literal, irônico, em toda a obra: a importância de ser nomeado Earnest, ou Prudente.

Quem não encarar ler, não pode perder a oportunidade de assistir... Aliás, se alguém assistiu o filme, e acha que valeu a pena, deixe um comentário...