29 de outubro de 2019

The Hand that First Held Mine

Editora Headline Publishing Group - Foto da Capa John Deakin

Eu sistematicamente gosto de todo livro que eu leio da Maggie O´Farrell, e foi com esse livro que eu percebi que posso chama-la de uma das minhas autoras favoritas. Ela é uma autora muito boa, boa mesmo, e eu gosto do jeito que ela conta histórias, constrói personagens e narrativas, deixando a ponta de mistério e pintando um panorama incrível de humanidade.

Nesse livro, "A mão que me acariciou primeiro", conhecemos duas mulheres muito diferentes, Lexie e Elina, em dois contextos históricos diferentes - a primeira no pós guerra e a segunda mais próxima da contemporaneidade. É claro que esperamos que as histórias se cruzem, e isso ocorre de maneira surpreendente, mas antes disso já temos um tema forte que é a maternidade, não só a recém adquirida (como no caso da Elina que acaba de ter um bebê), como também dos adultos com suas próprias mães.

Eu adorei o retrato da maternidade desse livro, como ele ressoou dentro de mim sem estabelecer uma regra ou um padrão de maternidade. Sendo totalmente ficcional, ele mostrou uma maternidade possível e real.

Maggie O´ Farrel é extraordinária.

The bucket list to mend a broken heart

Editora Zaffre Publishing
Esse é mais um chick lit de entretenimento, porque de vem em quando é bom algo assim com final feliz totalmente previsível.

No caso desse livro da Anna Bell, temos uma mulher que foi dispensada de um relacionamento de quase um ano, e aí, sem querer, acha uma lista de coisas que o ex-namorado gostaria de fazer antes de morrer (uma bucket list, e eu realmente não sei qual seria o termo para isso em português). Então, ela resolve fazer a lista dele, e é isso o título: "Lista para curar um coração partido", mas o objetivo dela é que ele volte a se apaixonar por ela. 

É claro que tem um desafio no emprego, ela conhece pessoas legais e divertidas e um carinha lindo que tem tudo para ser um namorado-amigo-parceiro bem melhor que o ex, mas ela está tão focada no ex que não consegue ver ao redor. A protagonista  é tão limitada na sua visão de mundo que, lá pelo meio do livro, eu comecei a me questionar se a gente também não consegue ler as situações ao nosso redor também.

Mas, calma, calma, é só um livro romantiquinho, nada de filosofias profundas.


27 de outubro de 2019

Nós

Editora Intrínseca

Eu assisti o filme "Um dia" e fui surpreendida negativamente ao esperar somente uma comédia romântica. É claro que tem um peso dramático que eleva o nível do filme, mas confesso que fiquei temerosa ao ler um livro do mesmo autor, que chama "Nós". (Confesso também que comprei o livro em promoção, e sabia que ia ser um livro fácil de ler).

David Nicholls nos traz a história de um relacionamento, entre Douglas e Connie, que tem um filho indo para a faculdade. Ela deseja o divórcio, mas concorda em uma última viagem em família, um tour cultural pela Europa em que quase tudo dá errado (há humor no meio do drama, então o livro é fácil mesmo).

A medida que a história vai se desenrolando, contada por Douglas, vamos entendendo melhor a história desse casal e como chega a esse ponto de ruptura. Tudo que poderia ter sido e não foi. Tudo que foi passando por baixo do radar até transbordar em erupção.

Relacionamentos não acontecem, eles são construídos, e isso é que fica para mim desse livro.

25 de outubro de 2019

A room with a view

Editora Ozymandias Press
O livro "Um quarto com vista" começa com uma situação banal: num hotel em Veneza, duas inglesas estão chateadas porque ficaram com o quarto voltado para a rua, sem ter vistas para os canais, e aí um pai e um filho, também ingleses, oferecem para trocar de quarto com elas, porque macho que é macho, ou melhor, cavalheiro que é cavalheiro não precisa de vista e faz esse tipo de gentileza.

A partir daí, temos um romancezinho (é um livro bem curto) que envolve tensões por diferenças de classes sociais (reais e pretendidas) e expectativas com relação às mulheres. Outro aspecto que eu gostei desse livro do E.M. Forster é quando o narrador faz comentários sobre os personagens ou acontecimentos. Eu sempre acho engraçado quando isso acontece.

23 de outubro de 2019

Não aguento meu emprego

Editora Mundo Cristão

Segue dica de leitura para as férias: "Não aguento meu emprego". Rá.

Ou é melhor ler um pouquinho por dia, sem ser férias, para ser inspirado pelos conselhos dos autores Gary Chapman, Paul White e Harold Myra, conforme o subtítulo: "como viver bem num ambiente de trabalho que faz mal".

Spoiler: às vezes não dá mesmo para viver assim.

Eu gostei muito que o livro é curto, então não vai pesar na agenda de quem está trabalhando demais muito estressado mesmo. (Eu li numa tarde, nas férias). Ele é permeado pela temática cristã, mas os causos contados se aplicam a qualquer comunidade, assim como as sugestões de postura e de mudança. A maior diferença do cristão é que ele pode confiar no Senhor para abrir portas e mostrar saídas, além de ter consciência de um processo de melhoria contínua, tanto interna como das outras pessoas. Essa diferença é o maior privilégio.



20 de outubro de 2019

A Pequena Pianista

Editora Gente - Estúdio Capiama

Jane Hawking escreveu "A teoria de tudo", que eu não li, mas vi o filme. E, nesse caso, fazia todo o sentido, pois ela escrevia sobre o ex-marido, o famoso Stephen Hawking. Acredito que ela tomou gosto pela escrita e resolveu escrever ficção, que é o caso desse A Pequena Pianista.

É um bom livro, de entretenimento, e apresenta algumas questões culturais interessantes, como as escolas e as novas relações culturais no pós guerra, com direito a personagem com depressão internado em hospital psiquiátrico. Há também muito sobre música, como dá para entender a partir do título em português (em inglês, o título é mais poético: Silent Music). O conflito principal é justamente a vontade que a criança tem de tocar piano / aprender música, e a aceitação dos pais desse talento - está presente toda a tensão, embora a profundidade psicológica dos personagens seja rasa.

É um outro mundo em relação ao filme, então vale mais se você tiver interesse em música, e na realidade da Inglaterra no pós guerra (em contexto familiar, não sociológico).



19 de outubro de 2019

The Goldfinch

Editora Little Brown and Company - Capa Keith Hayes 

Eu comecei a ler O Pintassilgo, de Donna Tartt, e os seus capítulos inicias são uma das aberturas mais incríveis que eu já li. Acostumamos a ler livros sobre guerra, mas esse é um dos poucos que eu já li num contexto de ataque terrorista. 

No entanto, esse é um livro longo, muito longo. São mais de 800 páginas, e em certo momento, quando percebo que não dá para torcer mais para o mocinho ficar bem (é muita tragédia e desencontro), deu aquele desânimo, e eu comecei a intercalar com outros livros, e esse se arrastou por meses.

Ele é um ganhador de Pulitzer, o que, na minha opinião, significa que é uma incrível história humana, então, continuei a ler até o final, que foi surpreendentemente bom. 

Fizeram um filme de impressionantes 2h30 (o que quer dizer pouco, pois, como eu disse, são 800 páginas de livro), mas talvez valha mais a pena que ler o original mesmo.

9 de outubro de 2019

The Overdue Life of Amy Byler

Editora Laje Union Publishing - Capa David Drummond

Já li muitos livros do tipo "chicklit" em que a personagem principal está a procura de um marido, mas esse da Kelly Harms apresenta a personagem do título já com dois filhos, depois de uma separação conturbada, tirando férias e se redescobrindo. Temos ainda todos os clichês - a mulher que é mais bonita do que pensa (só precisa de uma arrumada), o sucesso profissional incluído, um homem bonito, gentil e interessado.

O título é algo como "A vida pendente de Amy Byler", ou seja, aí tem outro clichê que a maternidade interrompe a vida da mulher, ou ocupa tanto, que ela não vive mais. Não é que não faça sentido, mas o livro reforça a necessidade de umas "férias espetaculares", que, mesmo com a "culpa materna bombando", vai mudar a vida da mãe.

Ser mulher não é fácil não.

7 de outubro de 2019

O maravilhoso e bom Deus

Editora Vida - Capa Arte Peniel
"O Maravilhoso e bom Deus" é um livro de grupo de estudo, já estruturado para ter uma parte introdutória, tarefa para casa, e perguntas de discussão, mas também é possível lê-lo sozinho, claro. Embora o subtítulo do livro indique o propósito claro do autor James Bryan Smith: "Apaixonando-se pelo Deus que Jesus conhece", assunto que é discutido ao longo dos capítulos, o que eu achei mais interessante foram as "lições de casa", ou práticas devocionais sugeridas, como acalmar-se na presença de Deus, contemplar a criação ou ler o livro inteiro de João em uma semana. Ele realmente faz parecer simples e exequível, e é possível escolher uma ou outra para colocar em prática e incorporar na rotina.


3 de outubro de 2019

Trilha Sonora para os Fins do Tempo

Editora Intrínseca - Capa Elisa Von Randow

É curioso ver um autor norte-americano, Anthony Marra, escrevendo sobre a Rússia / URSS, mas é isso que ocorre - e embora eu não tenha verificado os detalhes históricos, o livro todo é bem verossímil. Em capítulos que são quase contos, o autor passa por um período longo de tempo, e inclui vários personagens que estão mais ou menos relacionados entre si, que nos leva a pensar nas relações humanas e como pequenas decisões ou acontecimentos afetam não só a nossa vida como muitas ao redor, não importa quão insignificante parecemos ser.

Também achei interessante ver uma história numa Rússia mais moderna, já que eu li muita literatura russa do século XIX e, bem, o mundo mudou bastante.

O título estranho: "Trilha Sonora para o Fim dos Tempos" é bem poético e acaba sendo aquele aperto no peito no final do livro, quando já estamos ali, envolvidos com os personagens.