31 de março de 2013

As Intermitências da Morte

Editora Companhia das Letras - Capa Hélio de Almeida
"As Intermitências da Morte" é um dos meus livros preferidos do José Saramago, o qual é um dos meus autores preferidos. Então esse é um livro que eu recomendo certamente, e foi a minha escolha para iniciar um novo clube de leitura. Embora a temática "morte" não seja leve, o livro é todo entremeado com a fina ironia característica do autor, e uma virada no meio da história bem surpreendente.

Eu acho que a morte é um assunto tabu na sociedade de hoje - e como comentaram no clube, antigamente, com os velórios em casa, as crianças já eram acostumadas a isso - e hoje não é só da morte que fugimos e ignoramos, é também do próprio envelhecimento e do que é o curso "natural" da vida.

Cedo ou tarde, teremos que lidar com o envelhecimento e a morte de parentes, amigos, e também com o nosso próprio envelhecer e morrer. Contudo, por causa de uma pessoa, tudo pode ser diferente. Jesus morreu para justificar os nossos erros, mas ressuscitou para vencer a morte por todos nós. Por enquanto, ainda temos que lidar com a morte, que sempre será estranha, porque a vida eterna vai voltar - como Deus planejou para nós inicialmente.

Feliz Páscoa!!!

21 de março de 2013

Conta para Mim - Histórias da Bíblia

Editora SBB

Tem coisa mais fofa que livro rimado para criança? Eu adoro.

"Conta para mim - Histórias da Bíblia", escrito por Silvia Reinhold Timm (baseado no original, claro), tem ilustrações muito bonitas e resumos em versinhos das histórias principais do antigo e do novo testamento, num jeito bem fácil de contar para crianças. Em inglês, o título é até "Bíblia para bebês". 

Eu comprei pela capa, confesso, mas fiquei feliz ao constatar que os versos são bem escritos e as histórias são bem contadas. Porque não sei vocês, mas eu tenho visto tanto livro *porcaria* para crianças por aí (não há outra palavra). Textos que nem contam uma história, parecem ter sido escritos para ocupar um espaço, para ter um lançamento para dar dinheiro para a editora e pronto. É criança, mas não dá para fazer algo com conteúdo? Elas são seres inteligentes também.

Agradeço a minha mãe que guardou muitos dos livrinhos que eu tive quando era criança! Esses ainda vão ser relidos muitas vezes!

17 de março de 2013

O Professor do Desejo

Editora Companhia das Letras - Capa João Baptista da Costa Aguiar

Depois de ler um dos seus livros (O Avesso da Vida), eu não pretendia dar a Philip Roth uma chance tão cedo - o livro é bom, mas não era do meu estilo. Mas o clube de leitura escolheu "O professor do desejo", o qual foi muito bem recomendado, então, vamos lá.

O foco é o professor de literatura David Kepesh e seus relacionamentos enquanto um jovem adulto. Uma pessoa do clube que adora Philip Roth  comentou que ele sempre parece escrever sobre o mesmo personagem, talvez um alter ego - homem, norte-americano, judeu, com problemas para se relacionar com as mulheres, com grande destaque para a sua sexualidade. Nesse livro que se passa no auge da revolução sexual (ele foi publicado na década de 70), há trechos tão explícitos que, se houvesse censura, seria 18 anos.

Eu acredito que os homens tem mais facilidade para entender esse livro, esse personagem, esse desejo - para as mulheres, pode ficar o questionamento: ok, e quando ele vai amadurecer? Aprender a se relacionar direito? Mas pode servir também como uma pequena janela para a mente de tantos homens seja hoje, seja 50 anos atrás. Humanidade é sempre humanidade.

12 de março de 2013

Os Segredos de uma Encantadora de Bebês

Editora Manole

Achei meu livro! Gostei tanto de ter lido "Os Segredos de uma Encantadora de Bebês", que eu não pretendo ler nenhum outro sobre esse assunto. Afinal, aposto que existem trocentos livros, com perspectivas mais ou menos diferentes sobre como criar bebês, e algo que eu já aprendi é que não é algo que dure para sempre (embora possa parecer looooongo o suficiente).

A abordagem de Tracy Hogg é mais completa do que a do livro Nana Nenê, e parece que ela compreende mais a mãe de primeira viagem, e, contando vários casos, torna a aplicação de sua técnica mais próxima de uma realidade possível.

Eu fui lendo e marcando várias páginas para referência futura. Espero que ajudem, mas estou muito animada para ouvir muito choro, dormir pouco e, é claro, me divertir e aproveitar muito esse momento único meu e da minha Anna.

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Agora, mãe de duas, posso dizer que continua sendo meu livro preferido para a fase de bebês, mas consigo entender que a criança influencia no resultado da fórmula mesmo.

A minha mais velha era o livro texto padrão, adaptou-se super a rotina do livro, era bem previsível e muito fácil de lidar. Se ela chorava, já era a hora da mamada mesmo! A mais nova foi um grande desafio. Foi super difícil implementar a mesma rotina com ela, então embora eu continuasse firme nos intervalos das mamadas, ela dormia bem menos, não tinha uma rotina regular de sono, e foi muito mais difícil fazer ela parar de dormir no colo, e ela também ficava muito mais doente - o que estraga a rotina de qualquer criança.

Conhecendo a teoria, é mais fácil "saber o que fazer" no momento difícil, e com um pouco mais de reflexão, ir adaptando o que dá certo para você e seu bebê - e, com cada bebê pode ser diferente mesmo.

Continuo super recomendando - com a minha experiência que deu super certo da primeira vez, e não tão certo da segunda.



8 de março de 2013

Fazes-me falta

Editora Objetiva - Capa Erika Azuma e Rodrigo Disperati

"Fazes-me falta" é um livro lindo. Lírico. Sensível. Uma história de amor. De amizade. Diferente.

Um homem e uma mulher dialogam, próximos, mas numa distância infinita: ele tenta superar a morte prematura dela, que também revive sua vida e seus relacionamentos.

Inês Pedrosa nos envolve aos poucos dentro desse universo, (sua prosa parece ter outro ritmo, apesar de ser o mesmo português), e vamos nos aproximando cada vez mais desse casal, indo para dentro de suas mentes e corações - e podemos até encontrar um pouco de nós mesmos e nossos sentimentos...


1 de março de 2013

Píppi Meialonga

Editora Companhia das Letras - Capa Helen Nakao

Píppi Meialonga é o primeiro livro que eu li para a Anna, ainda na barriga. Não é muito apropriado para a idade dela (também, o que seria??), mas pelo menos é infantil, certo? O livro da sueca Astrid Lindgreen conta sobre Píppi Meialonga, que mora com o Sr. Nélson (um macaquinho) e um cavalo numa casa, enquanto o seu pai navega pela mundo (a mãe já morreu). 

Píppi não gosta de ir a escola (e nem vai), é super forte (no sentido literal - de carregar cavalos), não tem boas maneiras, é muito generosa, mente demais, adora brincar como qualquer criança e cuida da casa e de si mesma com muita independência. Ela é vizinha de Tom e Aninha, as crianças "normais" da história, parece o nosso trio Emília - Pedrinho - Narizinho, em alguns sentido (por mais esquisita que ela seja, ela é real e não uma boneca de pano).

Esse livro tem ilustrações muito bonitas e duas continuações em edições tão bem cuidadas quanto - Pippi a Bordo e Píppi no Mares do Sul. É ótima literatura para as crianças, talvez adequada a partir dos 8-9 anos. O único problema é se o filho ou a filha quiser "imitar" a Píppi - coitados dos pais!