28 de agosto de 2015

O País dos Petralhas

Editora Record

Reinaldo Azevedo escreve na Revista Veja e tem um programa na rádio Jovem Pan sobre política. Ele é conservador e liberal, literalmente mesmo, então é contra o governo atual não só pela corrupção e escândalos em geral mas por posicionamento político. Confesso que não penso muito em política - o que inclui não entrar a fundo nas questões, mas ouvir passivamente as notícias dos veículos de comunicação que mais me agradam - mas acredito que faz sentido várias das suas opiniões, então por isso resolvi ler "O País dos Petralhas", de 2008, que é uma coletânea dos textos do seu blog.

É interessante como ele analisa e vai juntando fatos (o que ocorreu realmente - seja baseado em documentos, ou entrevistas, ou discursos) com inferências do que pode acontecer. Ele já era pessimista - e 7 anos de governo petista depois, e no meio de uma crise, não podemos dizer que ele não tinha um pouco de razão.

No entanto, o que eu mais gosto do Reinaldo Azevedo é seu amor pela literatura e sua capacidade de citar vários trechos de livros e poemas de cor, ou de contextualizar diversas obras e autores. Ele também sabe muito sobre a língua portuguesa - inclusive origem das palavras, outro campo de conhecimento que eu adoro. Ele não gosta de Guimarães Rosa como eu, mas eu admiro e adoro os "momentos culturais" do seu programa na rádio (Pingos nos is, às 18h), e os poucos textos do livro que tratam desse assunto - literatura.

PS: Não estou entrando num debate político, porque não tenho embasamento para tal, então quaisquer comentários ofensivos sobre isso serão apagados. 

20 de agosto de 2015

Sleeping Tiger

Editora St. Martin's Press

Rosamund Pilcher escreveu um livro fantástico: Os Catadores de Concha, mas seus outros livros não são tão bons - como me explicou minha amiga Juliana, que é fã do livro citado. Mas, em promoção, resolvi testar o "Sleeping Tiger" - o Tigre Dormindo - sobre a história de uma garota que resolve ir atrás do suposto pai, que ela não conheceu e disseram que tinha morrido na guerra (sua mãe também faleceu quando ela era pequena). 

A trama é bem forçada e eu não achei os personagens realmente convincentes. Além de tudo, há uma cena em que o "galã" bate na "mocinha" - no meio de uma discussão e tudo bem, faz parte do movimento de aproximação entre eles. Eu entendo que se passa "antigamente" - década de 60, se não me engano - quando o papel feminino era supostamente diferente, mas só aumentou meu desagrado com os personagens.

Esse livro eu realmente não recomendo.

2 de agosto de 2015

MTV, bota essa P#@% pra funcionar!

Editora Panda Books

Zico Goés começou a trabalhar na MTV como estagiário e chegou a vice presidente de conteúdo em 20 anos de empresa. Nesse livro, ele conta algumas histórias e episódios da emissora, tão emblemática da década de 90, e que acompanhou a minha adolescência e de muitos da minha geração.

O título do livro "MTV, bota essa P#@% pra funcionar"  remete a frase de Caetano Veloso no VMB de 2004 quando ele teve que recomeçar a música mais de uma vez por conta de problemas técnicos - Zico explica o que aconteceu e também ressalta a importância da engenharia de áudio ao longo de toda história da empresa e defende que os profissionais da MTV eram os melhores do país, já que essa parte técnica era fundamental para o tipo de conteúdo que eles faziam.

Um dos casos interessantes é quando ele conta como foi fazer o primeiro programa gay do "Beija, sapo" (se não me engano - o programa mudou de nome ao longo dos anos) - que eles não tinham nenhum patrocinador e foi preciso transmitir em um horário diferente do normal para que não se vinculasse aos patrocinadores usuais - e agora, menos de 20 anos depois, temos a propaganda do dia dos namorados do Boticário...

Zico Góes também revela que eles sim manipulavam o resultado do Disk MTV, para não ter muita variação de um dia para o outro (e aí eu penso naqueles grupos de fãs que resolviam passar o dia ligando para lá...). 

Ele também comenta as críticas feitas pelos "crescidos": "na minha época, a MTV era diferente / melhor". Ela deveria ser diferente mesmo para se renovar e continuar jovem, eles não tinham interesse - a princípio - de continuar falando com o público ao redor de 30 anos - mesmo sabendo que adolescente não é o melhor público consumidor para atrair patrocinadores.

O livro não é muito grande, nem tem a pretensão de ser completo ou exatamente linear, mas vale a pena para lembrar um pouco dessa empresa que fez parte da vida de tanta gente, de certa maneira, principalmente se você foi uma dessas pessoas.