Editora | Publisher | Grove Press, Black Cat |
24 de julho de 2024
Blue Light Hours
2 de maio de 2024
Virgínia Mordida
Editora Companhia das Letras |
Uma vez, eu ouvi que precisamos de mais livros em que os personagens são pretos, mas a história não é sobre ser preto - e eu acredito que "Virgínia Mordida" caia nessa definição. Obviamente, não dá para uma história com personagens pretos não ser trespassada pelo racismo estrutural ou por questões sociais gravíssimas, e no livro de Jeovanna Vieira vemos isso, mas há também outras dimensões.
É uma história contemporânea, urbana, de mulheres - e no começo da narrativa parece quase forçado demais o posicionamento da personagem principal, Virgínia, como bem sucedida, uma família bem estabelecida, que a bisavó (ou tataravó?) era uma parteira renomada, e a mãe é engenheira - não estamos na periferia do Rio de Janeiro (de onde é a família) ou de São Paulo (onde Virgínia vai morar e conhece o namorado, Henrí).
Depois, quando já nos posicionamos bem com os personagens - Virgínia, o ex-marido, as amigas, o namorado novo, a família, etc - a trama flui melhor, e a mordida do título acaba por doer também em nós.
A trama é sobre abuso, e quais são os mecanismos que permitem que ele ocorra - e que não há formação, educação ou amizades bem intencionadas que possam salvar alguém.
*Eu agradeço a editora Companhia das Letras pela cópia em troca da publicação de uma resenha.
31 de dezembro de 2021
Top 2021
Ficção
Sight - Jesse Greengrass
O Filho Eterno - Cristóvão Tezza
A Estrada - Cormac McCarthy
Precisamos falar sobre Kevin - Lionel Shriver
Não ficção
Saúde mental, gênero e dispositivos - Valeska Zanello
Deixe-me ser mulher - Elisabeth Elliot
Infantil
O B.G.A. - Roal Dahl
Peter Pan - J. M. Barrie
As Aventuras de Pinóquio - Carlo Collodi
Estatísticas 2021
2021 foi um ano de pandemia e vacina, ficar em casa e voltar aos compromissos sociais, de escola indo e voltando, de trabalho só cobrando, e muitos livros e séries.
Com relação a minha leitura:
- 73 livros lidos (igual ano passado)
- 19437 páginas (em média, são 53 páginas por dia, e livros de 266 páginas - isso caiu significativamente)
- 50 livros digitais - li muitos livros físicos que estavam aqui na fila
- 20 livros brasileiros, um record desde que começou o blog e estou feliz em ler mais livros de autores nacionais, principalmente contemporâneos
- 34 livros lidos no idioma original (português e inglês)
- 56 livros em português, 17 livros em inglês
- 41 livros escritos por mulheres
- 48 livros do presente século
Em gráfico:
Amsterdam
Editora Companhia das Letras |
Ian McEwan é um autor ótimo, que consegue criar um clima e construir uma história consistente e envolvente como poucos.
No caso de Amsterdam, temos o retrato de uma amizade entre dois homens. Há um pouco sobre política, jornalismo, composição e música, amantes e relações sociais, mas a história é mesmo sobre essa amizade cheia de ressalvas, que a princípio não parece nem amizade, mas não deixa de ser. Enquanto eles vão vivendo suas vidas, a princípio tão diferentes, o final mostra como eles são parecidos num aspecto crucial.
Não é meu livro preferido do autor, mas é claro o motivo de ter ganhado o Booker Prize.
30 de dezembro de 2021
Como manter a mente sã
Editora Objetiva |
Depois de uma pandemia de quase 2 anos, "Como Manter a Mente Sã" parece um desafio prático para muita gente. Philippa Perry publicou esse livro em 2012 e, na linha dos outros do "The School of Life", é um livro que aborda temas complexos de forma honesta e simples, e continua atual e prático.
Embora seja explicada a importância e utilidade da terapia, são dadas bases claras na forma de teoria e exercícios para que a pessoa exercite um cuidado com sua saúde mental de maneira individual.
São auxílios pontuais que podem ajudar no dia a dia, mas nada que resolverá uma crise ou um problema mais intenso. Mas não deixa de ser interessante disponibilizar o básico para tantas pessoas através de um livro.
27 de dezembro de 2021
Garden Party and Other Stories
Edição de Domínio Público |
Katherine Mansfield é uma escritora da Nova Zelândia do começo do século passado e ela retrata o cotidiano e as relações sociais das mulheres do seu tempo em breves contos. Eles são bem escritos, e a visão feminina sobre as mulheres é relativamente inédito para a época, mas são bem comuns para os dias de hoje. O interessante é a visão da época mesmo.