31 de dezembro de 2014

Estatísticas 2014

Em 2014, descobri que cuidar de filho, casa e trabalhar é possível, mas não sobra muito tempo para ler, infelizmente (se não contar todos os livrinhos que eu li e reli para a Anna).

Então, objetivamente:

- 45 livros;
- 7 brasileiros (muito pouco!);
- 38 estrangeiros;
- 3 infanto-juvenis (registrados aqui);
- 17 em português;
- 28 em inglês (a maioria no Kindle);
- 8 no estilo audiobook (funcionalidade de viva voz do kindle - e praticamente todos foram pelo menos parte lidos - mas ajudou muito para render a leitura enquanto eu dirigia).

A página no facebook chegou a 472 curtidas!

Top 2014


Contos:
The Imperfectionists - Tom Rachman

Infantil:
Ter um patinho é útil - Isol

Contemporâneo:
Não me abandone jamais - Kazuo Ishiguro

Clássico:
To kill a Mockingbird (O sol nasce para todos) - Harper Lee

Não ficção:
Crianças Francesas não fazem manha - Pamela Druckerman

Hors Concurs:
Harry Potter, claro!

29 de dezembro de 2014

Paper Towns

Editora Speak

Para acabar 2014, um outro livro fácil do John Green, Cidades de Papel. Assim como no livro "Quem é você, Alasca?", a personagem forte, decidida, que faz e acontece é a garota, e temos o narrador acompanhando um garoto nerd, pouco popular, introspectivo e, claro, apaixonado por ela.

O que eu mais gostei desse livro (fora a explicação do que são Cidades de Papel) é a amizade do personagem principal e seus dois companheiros - Quentin Jacobsen, Ben Starling e Marcus "Radar" Lincoln, principalmente esse último. Em certo momento, Quentin está choramingando que o Ben não lhe dá a atenção que ele precisa num momento de crise (então garoto também tem dessas?), e o Radar rebate que todo mundo tem seus defeitos, e que amizade existe apesar disso. Concordo plenamente.



28 de dezembro de 2014

Harry Potter

Editora Rocco
Há pessoas que comem para se sentir bem. Há pessoas que passam horas na academia. Há pessoas que brincam com seus animais de estimação. 

Eu releio a série do Harry Potter, que é satisfação garantida. (Demorei uns 2 meses em 2014, mas consegui!)

Para quem quiser ler comentários mais detalhados, ver meu post de 2011, última vez que eu tinha relido toda série.

Emma

Editora Penguin

"Emma", de Jane Austen, foi outra releitura minha de 2014. Todo argumento da trama baseia-se no fato de que a protagonista acha que lê bem as pessoas, e interpreta corretamente seus sinais e sentimentos, mas na verdade, ela não consegue nem entender a si própria. Ela amadurece nos dois os sentidos ao longo do livro: compreende-se melhor e deixa de querer interferir na vida dos outros.

Mas eu, particularmente, acho bem divertido juntar casais quando, claro, dá certo. Ter um amigo ou amiga de coração partido nunca é legal. Mas se você não tentar, como vai saber, né?

26 de dezembro de 2014

Looking for Alaska


Contos:
The Imperfectionists - Tom Rachman

Infantil:
Ter um patinho é útil - Isol

Contemporâneo:
Não me abandone jamais - Kazuo Ishiguro

Clássico:
To kill a Mockingbird (O sol nasce para todos) - Harper Lee

Não ficção:
Crianças Francesas não fazem manha - Pamela Druckerman

Hors Concurs:
Harry Potter, claro!

23 de dezembro de 2014

Tragédia em Três Atos

Editora L&PM

Sim, sim, mais um livro da Agatha Christie. Mais um que você fica lá tentando descobrir quem é o assassino, e sabe que vai ser a pessoa menos óbvia, aposta todas suas fichas em alguém acreditando que a Dama do Mistério vai encontrar um bom motivo para o indivíduo se tornar assassino e... está errado.

Para quem quiser ver se tem uma intuição melhor que a minha: Tragédia em três atos.

19 de dezembro de 2014

Fahrenheit 451

Editora Simon & Schuster Paperbacks

451 graus Fahrenheit é a temperatura de queima do papel (cerca de 233 graus celsius). Fahrenheit 451, de Ray Bradbury, é o clássico da literatura que todo mundo que ama livros deve ler, já que eles estão no cerne dessa trama.

Escrito há quase 70 anos, trata de um futuro em que as pessoas seriam proibidas de ler livros. Há inclusive uma profissão específica para as pessoas responsáveis por queimar quaisquer livros que sejam encontrados - os bombeiros. O entretenimento principal são programas televisionados, customizados através de uma tecnologia que identifica e chama pelo nome quem está assistindo. A maior ambição das pessoas é ter um home theater "imersivo", um quarto com telas em todas as paredes.

Nesse mundo que para mim é um pesadelo, a história mostra como um livro pode ser algo subversivo simplesmente por fazerem as pessoas questionarem...

16 de dezembro de 2014

Oliver Twist

Editora Penguin

Eu resolvi reler Oliver Twist, porque o Charles Dickens é um dos meus autores favoritos. Gosto da atmosfera inglesa de seus livros, da humanidade dos seus relatos, de suas histórias de crise e redenção. 

Eu nem lembrava a primeira vez que tinha lido esse livro, mas algumas peças do musical que eu assisti em Londres há 4 anos ainda estavam na minha memória e foi interessante reviver o livro com essa experiência. 

Eu escutei a maior parte desse livro, sendo lido para mim pelo kindle enquanto eu dirigia, e aí está uma boa dica para quem acha difícil ler Charles Dickens no original por causa da fala coloquial dos seus personagens. Pronunciar alto o que está escrito para perceber a similaridade com palavras mais conhecidas do vocabulário...

14 de dezembro de 2014

The Day of the Storm

Editora Hodder

A autora Rosamunde Pilcher escreve romances daqueles novelões, que você sabe muito bem como vai acabar, mas e daí, o que importa é a distração mesmo. Em "O Dia da Tempestade", no momento que a Rebecca Bayliss encontra o mocinho - o qual ainda nem é parte direta da trama - você pode ver as fagulhinhas pulando de um lado para o outro, e aí é só esperar para ver quanto tempo vai demorar para desenrolar os enroscos antes de eles ficarem juntos para sempre.

Ah, foi muito spoiler? Quem gosta desse tipo de livro, sabe que isso não importa mesmo...

13 de dezembro de 2014

Death in Venice and Other Stories

Editora Bantam Classic
Fato é que eu fui uma leitora adolescente de biblioteca pública municipal - ou seja, ou você atacava os clássicos, ou não teria muito outra opção. Eu lembro ainda de quando uma tia sugeriu a leitura de A Montanha Mágica, um livro lindo e enorme, o que era ótimo porque "não acabava logo". Eu lembro poucas coisas desse livro, agora, 15 anos depois, e com certeza não foi bem apreciado pela minha mente imatura. Principalmente a parte que o "mocinho" e a "mocinha" (tremam nas bases os conhecedores do livro - o que me interessava era o romance mesmo) resolvem finalmente ter uma longa conversa. Em francês. Sem notas de rodapé ou tradução no final do volume. Edição primorosa do meio do século quando as pessoas aprendiam francês na escola aqui mesmo nesse país, eu suponho, já que o restante do livro era português brasileiro mesmo.

Depois dessa experiência com Thomas Mann, resolvi esse ano ler "Morte em Veneza e outras histórias", que também é considerada uma obra prima do autor, no formato de contos. Senhoras e senhores, isso sim é boa literatura. Nessa edição da Bantam Classic para o kindle, estão primeiro os contos mais curtos, aí você vai se familiarizando com o estilo do autor. Ele é bem descritivo, realmente sabe construir a cena e o clima, é possível ver os personagens, como eles são, como eles se movem, como eles se comportam. As histórias não são intrincadas ou complexas, mas na simplicidade está ali um confronto, um impasse, uma ruptura, e muito fica com o leitor para apreciar, analisar, concluir. 

Gostei muito desse livro que não é longo, mas fui lendo aos pouquinhos, enquanto ele punha o meu cérebro para funcionar.

25 de novembro de 2014

Outros 500 - Uma conversa sobre a alma brasileira

Editora Senac - Capa Moema Cavalcanti

A proposta do livro "Outros 500" está explicada em seu subtítulo: uma conversa sobre a alma brasileira. Mais que isso, é uma psicanálise da tal alma do Brasil, feita por uma analista junguiano. Em um formato de conversa, a jornalista Lucy Dias dialoga com Roberto Gambini sobre temas diversos - a origem, trauma da infância, complexos, do povo e do país. Só nessa sinopse, eu acho que muita gente já ia decidir não ler esse livro. Eu dou uma chance.

Lendo esses livros de psicologia analítica é que eu me descubro mais engenheira e exata. Cada capítulo é sobre um assunto específica e, em vários momentos eu não consegui ver muito nexo entre uma resposta e a pergunta seguinte (e, às vezes, confesso, entre a pergunta e a resposta). Esse negócio de generalizar o país e o povo como uma entidade minimamente homogênea, que pode ser considerada "algo específico" e tirar conclusões psicológicas é realmente muito estranho - e muito difícil de eu aceitar também.

Algumas coisas fazem sentido (como o jeitinho brasileiro), mas outras são muito estranhas - como dizer que o professor é uma mulher frustrada que precisa ser desconstruída e se reconhecer como um ser ignorante e aprendente. E eu: hein??

Além disso, o Roberto Gambini estudou bastante os indígenas brasileiros, então ele propõe como saída um "retorno às origens" e uma maior identificação e até adesão a cultura indígena. Tipo argumentar que bebê índio não chora, porque fica amarrado no corpo da mãe o tempo todo, de cara para o peito, mamando a vontade, enquanto ela carrega ele para cima e para baixo - então a brasileira deve repensar a sua maternidade... E eu: oi??

Tem alguns pontos que eu achei interessante, e que o país deu sinais de mudança nesses últimos anos (o livro foi escrito na virada do século), como uma certa conscientização política (estou falando de sinais!), mas realmente acredito que esse livro faça sentido para o pessoal de Psicologia mesmo, ou que goste bastante desse assunto.

2 de novembro de 2014

Os três incríveis

Editora Moderna

No colégio que eu frequentava no primário (como chamava o ensino fundamental I no meu tempo), os livros para essa idade eram separados por série - 1a, 2a, 3a e 4a - a disposição das crianças. Um ano, não lembro qual, eu li o livro "Os 3 incríveis", da Stella Carr, e adorei: a história dos trigêmeos Leo, Lia e Lino, que eram pequenos e ruivos, e executaram vários planos para desacreditar o valentão da classe (que tinha repetido um ano e era maior que todo mundo). 

Eu gostei tanto da história que ficava com vontade de reler de tempos em tempos e quem me ajudava a achar o livro entre a "bagunça" que eram as prateleiras por série (sem indexação por autor ou título) era a bibliotecária - geralmente de um dia para o outro, porque não era fácil  achar um livro fininho naquela variedade de literatura infantil. Numa dessas fases de vontade de reler, a minha mãe comprou o livro e me deu de presente, assim sem motivo especial, e eu fiquei super feliz! 

Um dos pontos que eu mais gosto é da Lia cortar o cabelo curtinho para ficar igual aos irmãos e facilitar as brincadeiras de confundir que os 3 gostavam de fazer com as outras pessoas. Para mim, é um dos exemplos de que meninas e meninos são iguais para fazer o que quiserem. 

Assim, fico feliz de chamar minha segunda filha de Lia (sugerido pelo pai primeiramente), sem saber se ela vai ser levada ou meiga, gostar de boneca ou carrinho, se vai dançar ballet ou tocar violão, ou se ela vai ser levada E meiga, gostar de boneca E carrinho, dançar ballet E tocar violão. Ela vai ser o que quiser ser, e vai ser incrível, e é a vida dela que eu sempre vou ter vontade ler e reler. 

20 de setembro de 2014

The Luminaries

Editora Granta

Eu encontrei esse livro na mão de uma pessoa em Manaus e era um pequeno tijolo - então eu anotei o nome e comprei depois no kindle. No meio tempo, descobri que a autora Eleanor Catton foi a mais jovem ganhadora do prêmio Man Book exatamente com esse livro, seu segundo, The Luminaries. 

A princípio, ele parece interessante - uma história no século XIX na Nova Zelândia, num pequeno vilarejo que gira em torno da corrida pelo ouro. Há apenas três mulheres: uma prostituta, a esposa do chefe da prisão, e a dona de uma casa de entretenimento, que chega depois. Cada um dos personagens masculinos estabelece uma relação diferente com essas mulheres, principalmente a primeira, Anna Wetherell. Engraçado que, em pensamento, muitos gostam dela, e querem protege-la ou cuidar dela, mas suas atitudes não condizem com isso.

O fluxo da narrativa é um pouco confuso - são vários personagens com histórias paralelas, que vão se entrelaçando, ou já estavam entrelaçadas, porque muito é contado em flashback, de até um ano antes do início da história, quando doze homens se encontram para discutir os eventos das duas semanas, desde a noite quando um ermitão morre, Anna foi encontrada na rua entorpecida por ópio, um político chega para fazer campanha, e o jovem de grande sucesso nas minas some.

A trama toda é muito bem feita, mas eu pensava: porque ela não escreveu um pouco menos?  Para que tanto flashback? Realmente não consegui apreciar o estilo, o que seria esperado num livro ganhador de prêmio literário. 

Para terminar, logo no começo, ela fala que no livro são usados os signos como deveriam estar no céu no século XIX, e não agora, algo assim e cada capítulo tem um título do tipo "Mercúrio em Sagitário", "Saturno em Libra" que deve fazer sentido só para os iniciados no assunto...      

16 de setembro de 2014

Crianças francesas não fazem manha

Editora Objetiva
Pamela Druckerman é uma norte-americana que casou com um inglês e foi morar na França. Quando eles resolvem ter filhos, é nesse país que eles serão criados, então ela começa a estudar a diferença da paternidade / maternidade em um local e no outro, mais especificamente, os Estados Unidos (o pai é a parte engraçada da história, parece que tudo que ele quer é não esquentar muito a cabeça - que só pensa no futebol holandês - piada interna, irresistível).

As comparações começam a partir da gestação, e principalmente do parto - e aí a questão não é normal x cesárea (o que é o debate aqui no Brasil, e que eu não vou discutir), e sim parto com (França) e sem (EUA) anestesia. Outro mundo realmente.

Depois, há vários comentários sobre a criação de filhos, e não é basicamente um livro de auto-ajuda, com dicas e fórmulas (embora elas existem), mas a autora mergulha nas diferentes concepções da criação de filhos nos dois países, voltando na história dos dois países com relação a criação de filhos (ou vocês pensam que os direitos das crianças começaram há quatro mil anos?) (ok, ela volta só uns 200 anos).

Confesso que me identifiquei muito mais com o jeito francês de pensar sobre a criação de filhos - o jeito norte-americano (e, suspeito, brasileiro) é a criação de pequenos reis e rainhas, que não só podem tudo, como merecem tudo. Entretanto, simplesmente não dá para ser francesa fora da França - lá todas as circunstâncias, da família aos amigos a escola, tudo "conspira" para um posicionamento dos pais e das crianças diferente. Mesmo assim, é ótimo conhecer uma filosofia diferente de criação - baseada na "descoberta", na liberdade com limites, e claro, na valorização da mãe como um ser humano diferente e também merecedor de cuidados e atenção, principalmente de si mesma.

31 de agosto de 2014

To Kill a Mockingbird

Editora Harper Collins

Esse livro de Harper Lee é um clássico da literatura norte-americana, daqueles com filme, referências em todo lugar, e, claro, que realmente valem a pena ler. Publicado em 1960, dá vontade de ser amigo do Atticus, o pai das narradora - Jean Louise, por pura admiração do seu caráter. Dá vontade de ver a pequena garota de 6 anos se tornando mulher, e ver se ela se formou, foi trabalhar, e/ou casou e criou filhos. Porque o livro acaba, mas você quer que eles continuem vivos, para ser testemunha da vida deles.

O título em português é daquelas invenções que não dá para entender: "O sol nasce para todos" porque o original é "To kill a Mockingbird", usando a tradução em Portugal: "Por favor, não matem a cotovia". Em determinado momento do livro, é explicado:

"Cotovias não fazem nada além de música para nosso prazer. Eles não comem o jardim das pessoas, não fazem ninhos nos celeiros, não fazem nada além de cantar seus corações para nós. É por isso que é um pecado matar uma cotovia."

A trama principal do livro é o julgamento de um negro, acusado injustamente de estupro por uma garota branca. Atticus é chamado a ser o defensor do rapaz, e através do livro, temos um panorama da disputa racial nos Estados Unidos no início do século passado, sem escravidão, mas com muito preconceito.

Tudo se torna mais interessante porque é narrado por Scout ("Escoteira"), ainda criança, que é criada, junto com o irmão maior, por um pai viúvo mais velho, numa rua sem outras crianças. É interessante que ela se posiciona como garoto - é um insulto quando o irmão diz: "Nossa, você está se comportando como uma garota" no meio das brincadeiras, então temos uma visão da diferença de gêneros também. (Como a explicação de porque mulheres não podem fazer parte do júri: "Eu duvido que conseguiríamos julgar um único caso completo - as senhoras ficariam interrompendo para fazer perguntas.")

Só para finalizar, para estimular quem gosta de ler a correr atrás desse livro (é o preferido da Cláudia , escritora e leitora), uma bela citação sobre amor a leitura:

"Agora que eu era levada a pensar sobre isso, ler era algo que simplesmente vinha a mim, como aprender a amarrar o cinto da minha roupa sem olhar, ou conseguir dois laços dos cadarços. Eu não podia lembrar quando as linhas acima do dedo que se movia de Atticus se separaram em palavras, mas eu havia as encarado toda noite em minha memória, ouvindo as notícias do dia, propostas a serem promulgadas como lei, os diários de Lorenzo Dow, qualquer coisa que Atticus estivesse lendo quando eu me aninhava em seu colo toda noite. Até que eu temi que iria perde-lo, eu nunca amei ler. Ninguém ama respirar."





27 de agosto de 2014

A Droga da Amizade

Editora Moderna - Capa Jefferson Costa

E quando você menos espera - surge uma continuação da melhor série brasileira da sua juventude: os Karas. Pedro Bandeira lançou "A Droga da Amizade", que é um pouco do futuro da turma do Miguel, e um pouco sobre o início da amizade dos 5: Crânio, Calu, Chumbinho e Magrí - mencionando até Peggy, que surgiu só no quinto livro "Droga de Americana" - que tinha sido o último a ser lançado há mais de 15 anos (o primeiro, A Droga da Obediência, é de 1984).

Embora a fila para conseguir um autógrafo estivesse muito pequena para um autor tão fantástico como ele, foi legal ver uma garota, que talvez nem fosse nascida quando todos os outros livros foram publicados estar tão empolgada quanto eu de ter um novo livro e ainda conseguir falar com o Pedro Bandeira! Seus livros tem o tipo de apelo atemporal, não dá para soltar quando começa a ler, e você simplesmente não quer que acabe.

E sim, sim, sim, que venham mais!!!





27 de julho de 2014

Grace - A Princesa de Mônaco

Editora Leya

Esse livro conta sobre mais de uma transformação - de uma atriz em uma princesa e também de um pequeno principado em uma referência mundial em sofisticação.

A história de Grace Kelly com o Príncipe Rainier Grimaldi é uma história de amor do tipo conto de fadas. Contada por um amigo da família, Jeffrey Robinson, ele contam como duas pessoas naturalmente reservadas lidaram com a fama e a atração da mídia e do público e tornaram toda essa exposição em vantagem para o Principado. Com diversos festivais culturais e investimento em indústrias específicas, além do turismo, eles transformaram os turistas usuais de Monte Carlo, nobres europeus falidos e ocasionais milionários nos casinos, em turistas mais interessantes economicamente: os que vão para serem vistos e os que vão para ver.

O autor também conta sobre os filhos do casal, Caroline, Albert e Stephanie, até a morte do príncipe Rainier, em 2005. 

O filme com Nicole Kidman foi baseado nesse livro "Grace - A Princesa de Mônaco", que já estreeou em boa parte do mundo desde maio desse ano, mas o lançamento aqui no Brasil está previsto para 2015 (segundo o IMDB). Mas, pelas críticas que eu li, aparentemente há outras fontes, porque o livro defende bem o relacionamento dos dois, assim como a posição de Grace Kelly de desistir da carreira, por amor e por Mônaco.

10 de julho de 2014

Poirot Investiga

Editora BestBolso - Capa Tita Nigrí

Eu adoro o Poirot - sua arrogância, sua elegância, sua inteligência. Sempre fico com vontade de ler mais das suas histórias assim que acabo um dos seus livros, escritos por Agatha Christie, foi assim com "Poirot Investiga", uma coletânea de 14 historietas, que a editora resolver chamar de "contos de aventuras". Convenhamos que se o detetive soluciona os casos diretamente da poltrona da sua sala, ou de sua cama de convalescência, não é bem digno o nome "aventura", certo? Mas é justamente por isso que o amamos!

4 de julho de 2014

He did it just for you

Editora W. Publishing Group - Capa UDGIDESIGNWORKS

Max Lucado escreve de maneira inspirada sobre Cristo, as Boas Novas, e o Cristianismo. Ele escreve para todos, e não para estudiosos. Ele escreve para o coração de cada um, de maneira cândida, sem pintar o mundo de cor de rosa. 

Nesse pequeno livreto em particular, He did this just for you, Max Lucado alcança aqueles que não conhecem o sentido da morte de Cristo, e reaquece o coração daqueles que já O conhecem bem.  

29 de junho de 2014

Never let me go

Editora Random House

Eu sempre gostei do título desse livro: Never let me go, em português traduzido por "Não me abandone jamais", que, para mim, não é exatamente a mesma coisa. Eu recebi também testemunhos exaltados desse livro - é muito bom! é incrível! - e eu nem sei dizer porque demorei tanto para lê-lo.

Realmente o livro de Kazuo Ishiguro é fantástico. Ele se passa na Inglaterra no final da década de 90 - o que por si só já é bem inesperado, pois a realidade que se apresenta ali caberia muito melhor no futuro.  O autor criou um mundo paralelo, em que existe uma classe especial de pessoas, da qual fazem parte os personagens principais dessa história: Kathy, Ruth e Tommy. Mas não é isso que importa. O livro é uma reflexão sobre humanidade, existência, destino e amor. 

É um livro lindo, tocante e perturbador. Não sei se o filme conseguiu ter a mesma leveza e profundidade, por isso receio em assisti-lo. Se alguém leu e assistiu, gostaria de saber a opinião. Por enquanto, fica a sugestão para trazer um toque de incômodo para a sua vida.


23 de junho de 2014

Jogando por Pizza

Editora Rocco

Quem conhece Jonh Grisham, o conhece por seus livros de tribunais americanos, que ficaram famosos nas últimas décadas pelas adaptações ao cinema. Em obras dele, baseiam-se A Firma, O Dossiê Pelicano, O Cliente, entre outros.

Então "Jogando por Pizza" é um ponto fora da curva, já que fala de um jogador de futebol americano, que já em declínio, é contratado por um time na Itália, para ser o superstar. É interessante, claro, a diferença cultural abordada, ou o retrato de um esporte "estrangeiro" em uma terra da bola no pé, mas há tantas descrições de jogos e treinos que para mim pareciam "blá blá blá whiskas sachê".

Confesso que eu fiquei ali, esperando uma ceninha na corte, uma decisão de júri, mas o que foi insinuado, nunca acontece mesmo. Então, se você for se aventurar por esse livro (o preço pode ser um bom atrativo), não espere o Jonh Grisham que conhecemos.

17 de junho de 2014

A Dama Dourada

Editora José Olympio - Capa Cristiana Barreto e Flavia Caesar
O personagem principal: o quadro "Retrato de Adele Bloch Bauer" de Gustav Klimt.
O cenário: Áustria.
O período: do final do século XIX até o começo do século XX.
Incluindo: arte e política, duas guerras mundiais, o Holocausto, brigas familiares e uma batalha judicial.

Esse livro tinha tudo para ser muito interessante, mas acabou sendo uma decepção...

"A Dama Dourada - Retrato de Adele Bloch Bauer" se resume na "extraordinária história da obra-prima de Gustav Klimt". O livro inicia contando sobre a vida do autor, seus relacionamentos, como ele conheceu Adele, um possível caso amoroso, como o retrato foi pintado. Adele morre, Gustav Klimt morre, e chegam os nazistas, arianizando tudo, e o retrato de uma senhora judaica proeminente da sociedade austríaca no início do século XX se torna "A Dama Dourada". Com a segunda guerra, o quadro fica com o Museu Austríaco, apesar de ser propriedade do marido de Adele, que acaba fugindo da Áustria. Na década de 1990, a sobrinha de Adele, uma dos 5 herdeiros da família, une-se a um advogado para reaver essa e outras obras de arte da família. Eles conseguem o quadro, leiloam, ganham 135 milhões, os quais 40% vão para o advogado (!!!) e você pode vê-lo no Neue Galerie em Nova York.

Está aí o resumo para você ver se realmente interessa saber mais detalhes dessa história, principalmente sobre Áustria, e como foi a perseguição aos judeus ricos e o que os nazistas faziam para conseguir suas propriedades (além do óbvio, torturar e matar).

Como eu já disse, infelizmente, não gostei do estilo da autora, Anne-Marie O'Connor, uma jornalista. A história é aparentemente linear, mas há alguns pulos na cronologia, principalmente na forma de flashback, e digressões que não parecem naturais, apesar de potencialmente interessantes. Confusa com a introdução de tantos personagens paralelos sem explora-los adequadamente, e "Alguns anos antes,... " em demasia, peguei bronca do livro, e só acabei de lê-lo para, como eu disse, saber mais sobre essa história que eu achei bem interessante, apesar de tudo.




12 de junho de 2014

Isso ou Aquilo? - Respondendo a perguntas

Nesse blog, eu escrevo quase que exclusivamente sobre os livros que eu já li, aí veio a Mariana, do blog Livros e Nerds, e fez um pedido tão fofo para que eu participasse de uma Tag, que eu não resisti e disse Sim! O mais legal é que se trata dos livros em si, então é uma forma de vocês conhecerem mais sobre os meus hábitos e gostos de leitura, e pensar sobre os seus.

1- Áudio book ou físico?

Alguns meses atrás, ao iniciar a minha participação ao caos urbano de São Paulo como motorista, perdi muito meu tempo de leitura no transporte público, então eu adaptei: comecei a usar a função do meu Kindle de "ler o livro". Não é um áudio book, porque é como se fosse um aplicativo automático, mas quebra o maior galho. Não comprei nenhum áudio book ainda porque acho mais versátil poder ler e ouvir o livro dependendo do momento, mas ainda devo me aventurar. De qualquer forma, a minha resposta é: prefiro o físico, mas o áudio book pode ser uma mão na roda!

2- Capa dura ou mole?

Capa dura só se for um livro muuuuuuuito bom, numa edição muuuuuuuuuuito boa, para guardar mesmo. Senão, capa mole e pronto.

3- Ficção ou Não-ficção?

Ficção, com certeza. Não ficção, só de vez em quando, alguns livros de história ou biografias, que forem bem recomendadas.

4- Fantasia ou Vida real?

Essa é bem difícil, porque há livros ótimos e livros ruins nas duas categorias. Não consigo me decidir mesmo, não tenho preferências! Só tenho algumas restrições com fantasias sem limites, que o autor nem se preocupa em fazer algo crível, sem limites para o nonsense.

5- Harry Potter ou Crepúsculo?

Harry Potter cooooooooom certeza! Primeiro porque é muito melhor construído, há uma trama central, e várias paralelas ou consecutivas (cada livro é completo em si), há bons personagens de apoio, foi construído um mundo paralelo com referências existentes (magia, mitologia, etc) mas com novidades incríveis. Crepúsculo, putz, é só a história da Bella, do Edward e do Jacob durante 4 livros debatendo: ah, eu quero ficar com ele, ah, eu quero ficar com ela, ah, eu amo tanto você, ah, eu também amo tanto você, ah, será que eu quero viver para sempre com quem eu amo? Faz favor! 

Por fim, claro, Harry Potter é a série da minha adolescência, então eu sempre terei sentimentos fortes por ela!

6 - Ebook ou livro físico?

Eu gosto de livro físico, mas estou achando Ebook cada vez mais prático, além de ser mais barato. Digo isso, claro, porque eu tenho um Kindle, e é agradável ler através de sua tela, o tamanho também é adequado. Se for para ler no computador ou em um tablet não específico, aí não.

7 - Comprar ou pegar emprestado?

Pegar emprestado, claro! Aí não depende de ter renda. Eu geralmente compro livros eletrônicos (porque não dá para pegar emprestado), os livros que ninguém tem ou os livros que eu quero guardar para reler.

8 - Livro único ou série?

Eu gosto de séries, mas desde que tenha conteúdo e não seja para encher linguiça e vender mais livros. Nada como ler um livro bem escrito e ficar com ele impactado na sua mente.

9 - Livraria física ou virtual?

Eu adoro entrar em livrarias, é o meu lugar favorito de qualquer shopping, mas compro virtualmente mesmo, porque geralmente é mais barato. (Aí vai a dica: no site do supermercado Extra tem os melhores preços!)

10 - Livro longo ou curto?

Longo, claro. Principalmente se for bom. Só recentemente estou sendo mais atraída para contos, que podem ser belas pérolas.

11 - Drama ou ação?

Drama, com certeza. Ação, para mim, lembra livro de guerra, e embora eu leia esses livros também, eu não gosto muito de violência. De qualquer forma, o que eu gosto meeeesmo é romance.

12 - Ler no seu canto ou no sol?

Ah, eu adoro ler no sol! Na piscina, na rede, no banco. Mas não tenho muitas oportunidades, então eu leio onde dá.

13 - Chocolate quente, café ou chá?

Chocolate quentinho e leitura combina muito! 

14 - Ler resenha ou decidir por si?

Eu gosto de ler resenhas sem spoiler, óbvio. Geralmente, eu leio resenhas depois que eu li o livro, e aí eu vejo se concordo ou não com a pessoa. A maioria das minhas leituras é indicação direta de outras pessoas, por contato direto ou pela internet.


Taí... Se alguém se empolgar para responder, coloca o link nos comentários, por favor! :D

 


8 de junho de 2014

Os últimos quartetos de Beethoven e outros contos

Editora Objetiva

Quando se pensa num livro de contos de Luís Fernando Veríssimo, vem a mente o que o imortalizou com Comédias da Vida Privada: humor rápido e inteligente, uma leitura leve, mas com conteúdo. Para essa expectativa, "Os últimos quartetos de Beethoven e outros contos" é uma decepção. 

Há boas histórias, claro, mas há duas ou três, que são longas (mais do que as 3-4 páginas usuais) e simplesmente não foram feitas para serem engraçadas. Há um toque de ironia, mas resta mais o desconforto do que o humor propriamente dito e isso simplesmente não é o que se espera do Veríssimo. Para quem lê tudo dele, coloque na fila e só gerencie a expectativa...

30 de maio de 2014

Ter um patinho é útil

Editora Cosac Naify

Agora, eu tenho uma ótima desculpa para expandir meus horizontes literários de volta para a literatura infantil - a Anna. Certo é que para ela interessou primeiro virar as páginas e ver figuras, e agora ela nos entrega os livros e espera que contemos uma história, mas há poucos interesses em comum entre eu e uma criança de 1 ano no que se refere a livros. Aliás, infelizmente, pelo nível de algumas publicações, há pessoas que consideram bebês como pessoas sem capacidade mental alguma - justamente porque eles estão aprendendo sobre o mundo, as histórias deveriam fazer algum sentido, viu? 

O fato é que no meio de tudo isso, a Anna ganhou de outra Ana, um livro que é uma pérola (indicação do Arthur): Ter um Patinho é Útil, da argentina Isol (Marisol Misenta). Há uma história, há desenhos (meio feiosos, mas simpáticos, vai - eu que não entendo de arte), e há uma surpresa incrível no final. (Se você procurar na internet, descobre o que eu estou falando, mas eu gostei demais do fator surpresa). E aí eu li 300 vezes o livro e me senti realmente emocionada. Isso que é literatura infantil. 

A Anna ainda não entendeu, claro, mas vai entender. E vai rir e vai adorar. E vai querer ler 300 vezes. E eu vou ler 300 vezes junto, porque vale a pena mesmo. Obrigada pelo presente! Mirou a filha, acertou a mãe. :)

26 de maio de 2014

Confie em mim

Editora sextante - Capa Raul Fernandes

Harlan Coben é um autor popular no trem (é um bom indicativo do que "as massas" estão lendo - geralmente, Bíblia, livros espíritas, e outras cositas más - da fase Harry Potter, a fase Crepúsculo, e Tons de Cinza). Assim, eu fiquei curiosa de ler algo do autor, pelo menos para conhecer, não é? A minha estratégia para dúvidas literárias populares  é sempre assim: pegar emprestado quando possível - e eu consegui depois de muito tempo "Confie em mim" com meu cunhado.

A história tem um preceito interessante: há um limite para o que os pais podem fazer para saber sobre a vida dos filhos? Ou há um limite do que eles podem fazer para controlar ou direcionar os filhos? Na história, o casal principal coloca um software espião para ler tudo o que o filho adolescente faz no seu computador pessoal. Verdade seja dita, eles se sentem incomodados ao terem acesso a tanta informação, mas continuam espionando com a melhor das intenções. 

O problema é que há várias tramas se cruzando e uma delas é MUITO violenta. Foi tanta violência explícita e gratuita (realmente não acho que agregou ao livro, poderia ter algo mais insinuado do que descrito), que eu realmente considerei parar de ler. (Continuei porque meu cunhado garantiu que o pior já tinha passado, ufa). Li inteiro, achei interessante todo desenrolar, mas realmente não pretendo er outro livro do mesmo autor, a menos que muito bem recomendado (e sem tanta violência). 





14 de maio de 2014

Sh*t my dad says

Editora Harper Collins - Capa Milan Bozic

Uns anos atrás, um twitter fez muito sucesso: "Sh*t my dad says", e o filho do tal cara, jornalista, aproveitou para lançar um livro com o mesmo título, que aqui no Brasil virou: "Meu pai fala cada m*rda". Eu coloquei esse livro na wishlist faz bastante tempo, porque fico curiosa com essas pessoas assim, super sinceras, e só li recentemente.

Justin Halpern voltou a morar com os pais perto dos 30 anos, quando estava sem namorada, sem casa, e com pouca renda - então o livro contempla essa sua fase da vida, mas é basicamente memórias da sua adolescência, quando o pai deu lições de vida valiosas e engraçadas por serem tão diretas. É claro que o pai é um cara legal, e o final do livro é desnecessariamente meloso, mas sendo curto, é um entretenimento leve.

Fizeram uma série com esse nome, retratando esse período da vida do Justin Halpern com seu pai, e sim, a recente série "Surviving Jack" é baseada nos mesmos personagens, só que agora na década de 90, com o filho ainda adolescente.  

10 de maio de 2014

The four loves

Editora First Mariner Books

C. S. Lewis é um autor fantástico que sabe explicar conceitos cristãos como ninguém. Em "Os Quatro Amores", ele distingue quatro tipos desse sentimento que é de uso tão geral, que por vezes se banaliza. Os conceitos que ele apresenta são: Afeição, Amizade, Eros e Caridade, explicando como é o lado positivo e quando eles podem se tornar danosos.

Eu fui impactada bastante por esse livro, principalmente pelo capítulo da Amizade, que realmente foge um pouco do conceito atual, em era de rede social, principalmente. Nele também, há um ponto super polêmico sobre o fato de que homens e mulheres não podem ser amigos porque não tem assuntos em comum. Que se uma mulher está num grupo de homens, eles não conseguem conversar sobre política e filosofia, ou qualquer um desses assuntos sérios, porque ela não acompanha, e vai trazer a discussão para assuntos mais mundanos, como moda ou crianças.

De primeira, é fácil ficar ofendida. Aí você se lembra que esse livro é de mais de 50 anos atrás, então o autor estava simplesmente observando o seu ambiente (ele era professor de faculdade em Oxford, Inglaterra). Então, você pensa que o mundo mudou, as mulheres estão no mercado de trabalho, e as conversas num grupo misto podem conter um alto nível intelectual, e serem sobre "ideias" e não sobre "pessoas", como dizem por aí... Ou nem sempre. (E nem por culpa de um dos lados).

2 de maio de 2014

13 reasons why

Editora Penguin
Depois de eu ler "A Culpa é das Estrelas", a Amazon me sugeriu "Os 13 porquês", na mesma temática drama na adolescência. Nesse livro, Clay recebe um pacote com fitas cassetes de um destinatário desconhecido e ao começar a ouvir percebe que é a última mensagem de Hannah Baker antes de se suicidar - em cada lado de uma fita, uma pequena história envolvendo a lista de pessoas que vai receber as fitas, com a sua "culpa no cartório".

Eu realmente fiquei interessada na sinopse - vamos ouvindo a Hannah contar sua vida, com alguns comentários de Clay, que não está entendendo nada porque está relacionado a morte de Hannah, por quem ele era apaixonado. Mas eu não gostei do livro. Primeiro, porque não simpatizei com a Hannah - ela traça sua própria rota de auto-destruição, embora, claro, tenha sido mesmo uma vítima em algumas situações. Segundo, estou muito longe do universo que se passa o livro - o high school americano - tempo e culturalmente. Não reconheci as situações, e, talvez, esteja realmente ficando velha para histórias adolescentes que não sejam realmente boas.

Parece que vão fazer o filme... mas é esperar para ver (ou não).


27 de abril de 2014

Morte na Mesopotâmia

Editora L&PM

É uma delícia ler Agatha Christie - acho que é o equivalente às séries policiais de hoje em dia, tipo CSI, Criminal Minds - um misteriozinho, uma complicação, mas sempre se descobre o assassino no final. Em "Morte na Mesopotâmia", tem se o bônus de uma história levemente misturada com arqueologia, área de especialidade de um dos maridos da autora. 

24 de abril de 2014

Quinze tons de constrangimento


Nem eu sei porque gosto de Ana Paula Barbi, considerando que odeio filmes de humor escrachado e não dá para dizer que você vai encontrar algo com muito mais classe em seus livros ou seus blogs... Talvez seja porque eu me impressiono com fato de que tudo o que ela conta tenha acontecido realmente, e ela sabe extrair humor de situações tristes, para não dizer outra coisa.

Em "Quinze Tons de Constrangimento", Polly conta 15 de seus casos sexuais (inclusive a primeira vez), quando vocë acha que não pode ficar pior, piora. Mas sem perder o humor. O livro é bem curto, para ler em meia hora meeeeesmo - e pelo menos você vai se divertir com o embaraço alheio... Ao contrário do outro livro de tons, que parece ser bem mais presunçoso que isso.

21 de abril de 2014

The Other Boleyn Girl

Editora Harper - Capa HarperCollins

Eu adoro a história da Inglaterra, mas não conhecia Philippa Gregory e seus romances históricos. Na verdade, eu já tinha assistido "A Outra", com Natalie Portman, então ler "A irmã de Ana Bolena" foi lembrar do filme, mas preenchendo algumas lacunas e tendo mais detalhes.

As duas irmãs Bolena são as personagens principais, e mostra como elas se tornaram as principais da corte do rei Henry VIII, sucessivamente - primeiro Mary, como amante e depois Anne, como rainha. (Por isso que o título inglês é melhor: A outra garota Bolena - porque quando uma era a principal, a outra era... a outra simplesmente.)

Eu ouvi esse livro, que é narrado do ponto de vista de Mary, e me lembro de pensar: nossa, como essa garota é idiota, uma hora ela quer algo, outra hora muda de ideia, e não sabe se gosta ou se odeia... Até que eu lembrei que ela tem uns 13 anos de idade no começo da narrativa... Naquela época, isso já era ser adulto - e agora, bom, veja bem...


18 de abril de 2014

Crianças de 1 a 3 anos - Manual do Proprietário

Editora Gente - Capa Marcelo S. Almeida
Como feliz proprietária de uma criança de 1 ano e engenheira, gostei muito do fato de Brett R. Kuhn e José Borgenicht escreverem o livro "Crianças de 1 a 3 anos: manual do proprietário, Instruções e conselhos para solução de problemas e manutenção permanente". É claro que se brinca ao referir a criança como "modelo", mas o interessante mesmo é que o livro não supõe nenhum conhecimento prévio, e explica tudo de maneira clara e objetiva. Por exemplo, quando fala em como ensinar o seu modelo a se vestir sozinho, o livro apresenta um método para isso, que inclui desenhos!

Eu também gostei da parte da disciplina, em que ele dá alternativas para comportamento do tipo A (morder, atirar comida) e do tipo B (acesso de raiva e choradeira), ou estratégias específicas de "como ensinar a reação correta ao não", como ensinar a dizer 'por favor' e 'obrigado'" ou "como ensinar a esperar" (que realmente parecem adestramento, mas deve funcionar, o futuro dirá).

7 de abril de 2014

The fault in our stars

Editora Dutton Children's

Finalmente li meu primeiro livro do Jonh Green, e percebi que não será o último. Gostei do estilo do autor, com várias frases bonitas, que dá vontade de grifar (não cheguei ao ponto de querer tatuar, como eu vi pela internet - rs).

A culpa é das estrelas (em inglês, achei melhor: The fault in our stars) é um livro daqueles que pega pesado: é a história de amor de dois adolescentes com câncer. E não parece piegas ou uma chantagem emocional, é sensível e delicado. 

O autor afirma se tratar de ficção, mas parece realmente que foi inspirado numa garota que existiu de verdade - não me interessei em saber mais sobre ela, porque eu gostei muito do livro e isso me basta. Não sei se o filme, que estreia esse ano vai conseguir corresponder ao livro, já que, como eu disse, há citações tão boas que valem a leitura.

25 de março de 2014

1Q84

Editora Vintage International - Capa Chip Kidd

Se alguém quiser liberdade criativa total, é só escrever sobre um mundo que não existe. Cria-se um mundo, e ali é possível ditar as regras, as leis da natureza, a história prévia (vide Guerra dos Tronos). Desafio mesmo é trazer a fantasia, o fantástico, para dentro desse mundo e misturar uma sensação de estranhamento e verossimilhança.

Haruki Murakami faz isso com o tijolinho que é 1Q84 - a história de Aomame e Tengo numa outra dimensão, vamos colocar dessa forma, em um mundo que tem duas luas e alguns seres não tão humanos assim. Assim, a personagem principal - que se vê nesse mundo sutilmente distorcido - coloca uma indagação no ano em que se encontra - 1?84 ou 1questão84 ou 1Q84. 

E sim, a história se passa no Japão em 1984, claramente dialogando com 1984 de George Orwell (a origem do BBB, lembrem-se!). Gostei de voltar no tempo e ir para um lugar completamente diferente - são 30 anos atrás, mas como o mundo mudou!

O livro é envolvente, mas não é daqueles que não dá para largar (vide que eu demorei 2 meses, com outras leituras e outros afazeres para termina-lo). Como estamos falando de mais de 1100 páginas (no Brasil, foi publicado em 3 volumes), é para quem está disposto mesmo.

4 de março de 2014

Meu Coração de Pedra-pomes

Editora Companhia das Letras - Capa Elisa Von Randow

Um livro cujo título é Meu Coração de Pedra-pomes não nasce para ser convencional. Mas esse é tão fora do comum, que incomoda e impressiona ao mesmo tempo. O estilo também é tão peculiar, que eu fiquei pensando se a Juliana Frank realmente inventou a Lawanda - personagem principal - com todo seu jeito louco de ser e pensar, ou se parte é ela mesmo. Em outras palavras, não consegui diferenciar bem o que é o estilo da autora e o que é a personagem...

Lawanda é encarregada de limpeza de um hospital, mas faz servicinhos para os pacientes depois das 23h (tipo levar no show do Wando), mora numa pensão, coleciona borboletas (mortas) e besouros (vivos), e prepara umas macumbas para o amante se separar da mulher. O livro tem um toque de humor e horror, e eu diria censura 18 anos (Lawanda tem 19, Juliana ainda não fez 30), então não é recomendado para os mais pudicos, além da história já ser bem estranha em si.

De qualquer forma, é muito bom ver a literatura contemporânea brasileira efervescendo por aí, trazendo originalidade l para as prateleiras de nossas livrarias.

24 de fevereiro de 2014

Histórias de Canções - Vinicius de Moraes

Capa Sergio Campante - Editora Leya

Vinicius de Moraes era da época que não se vivia de literatura ou música, mas tinha-se um emprego também, fora da esfera artística, no caso dele, funcionário público. Mas, acima de tudo, Vinicius era poeta, poetaço, Poetinha. 

É muito bom conhecer mais sobre sua obra musical, e não só dele, mas de seus parceiros que fizeram melodias que hoje não conseguimos separar de suas poesias, no livro História de Canções - Vinicius de Moraes, de Wagner Homem e Bruno de La Rosa. Há histórias engraçadas com seus amigos, como a música que e ele nunca escreveu com Toquinho, mas achava que sim, ou a discussão de uma letra com Chico Buarque por carta. Há episódios com suas esposas, porque Vinicius não é Vinicius se não estava casado, com o amor eterno enquanto dure. Há sua biografia musical, passagem por passagem, de uma amadurecimento que nem precisava melhorar porque já nasceu ótimo.

Para quem gosta de poesia, para quem gosta de música, para quem gosta de Vinicius, ou para quem ainda não o conheceu.


22 de fevereiro de 2014

Inferno

Capa Michael J. Windsor - Editora Random House

Eu adorei o último livro do Dan Brown, Inferno. Finalmente, um livro tão bom quanto o Código DaVinci. São diversas referências culturais a partir da cidade italiana Florença e a obra de Dante Alighieri, Divina Comédia. Eu visitei Florença em 2012 e não gostei muito da cidade, mas depois de ler sobre os personagens passeando por ela, as referências culturais e literárias, eu já a estou vendo com outros olhos.

Há também uma discussão interessante sobre superpopulação e as implicações ecológicas para o planeta e o próprio futuro da espécie humana. Tem algo de ciência nisso, mas muito relacionado a moral - e além de deixar a história muito emocionante, realmente me fez pensar sobre esse assunto.

Eu acho que tem potencial de ser um filme ótimo também, com o galã Robert Langdon, e uma mocinha bonita e esperta, Sienna. O começo da história já é bem inusitado - com o Langdon no meio de uma enrascada, mas com amnésia por causa de um ferimento na cabeça que apagou os últimos 2 dias de sua vida - então somos nós e ele tentando entender melhor o que está acontecendo (como ele veio dos Estados Unidos para a Itália, e por que ele está sendo perseguido).

Recomendo para quem quer uma leitura divertida e para quem pretende visitar Florença qualquer dia desses (mais legal que ler guia, com certeza).

2 de fevereiro de 2014

Coleção Completa Mágico de Oz

Editora Bedford Park Books

Finalmente acabei de ler os dois últimos livros da Coleção Completa do Mágico de Oz, por L. Frank Baum. Se bem que "ler" não é a palavra certa, porque eu "ouvi" boa parte dos dois últimos livros, usando o recurso do "Text-to-speech" do Kindle. Por ser um leitor automático, não tem entonação, e é preciso ficar bem esperta para perceber quando uma frase emenda na outra (são pausas bem curtas). Não é o ideal, mas pelo menos eu uso bem o meu tempo parada no trânsito. :)

O que vale a pena comentar sobre o conjunto completo da obra é a importância das mulheres na história. Embora chame-se O Mágico de Oz, ele depois cede o poder para Ozma, a verdadeira regente da terra de Oz, que também é uma fada muito poderosa. A principal feiticeira é Glinda, que ensina o Mágico de Oz a fazer mágicas de verdade. Dorothy, é claro, torna-se princesa do reino e muito querida e respeitada. Há também alguns garotas que vão para a terra de Oz, e mesmo em algumas historietas, temos muitas líderes femininas - seja para o mal ou para o bem. Girl power! Intencional ou não, é realmente interessante ver uma história tão pouco machista de mais de 100 anos. 

19 de janeiro de 2014

The Imperfectionists

Editora Quercus
Comecei o ano muito bem, com um livro de Tom Rachman, "Os Imperfeccionistas", que é uma delícia de ler. É um livro de contos e eu confesso que já tive preconceito com esse estilo literário: talvez porque parece um livro com coletânea de textos de livros de português de colégio, talvez porque se for para gastar com livro, que seja com uma história mais "extensa" e "completa", talvez por parecer antigo (contos sempre me lembra Machado de Assis). Que besteira.

Contos ou histórias curtas (como parece menos coisa de escola) podem ser obras primas: interessantes e emocionantes, e, (como o meu tempo de leitura anda escasso), com uma qualidade inestimável: sem informações supérfluas, sem enrolação, bem finalizadas, pequenas pérolas. É claro que isso não é trivial, mas está tudo ali no livro do Tom Rachman. 

Em cada conto, é apresentado um personagem relacionado a um jornal internacional com sede em Roma. Até uma senhora que resolveu ler o jornal como se lê um livro, cada matéria, cada coluna, linha por linha e por isso está ali, ainda uns 20 anos atrás, fechada em casa, para não receber nenhum "spoiler" da vida real. São personagens incríveis, pessoas que você quer encontrar na rua. Vale a pena ler mesmo - pena que a edição brasileira, da Record, está esgotada. Eu li direto no Kindle.