23 de abril de 2021

Queenie

 

Editora Orion Publishing

Na plataforma Goodreads, é dito que Queenie é uma encontro entre o Diário de Bridget Jones e Americanah, e esta pode ser uma boa dica do tom do livro, mas não dá para resumir nisso.

Queenie, nossa personagem principal na casa dos 20 anos, descobre que sofreu um aborto (apesar do DIU). O seu namorado está pedindo um tempo para pensar na vida - que inclui ela sair da casa em que eles moram juntos. Inicia-se uma crise de proporções épicas, e começam a sair todos os monstros da caixa - problemas no emprego, de identidade, relacionamentos com a família, com as amigas, com os homens - que poderia acontecer com qualquer mulher o mundo, mas, colocando a questão racial e todos os seus desdobramentos por cima, é de arregalar os olhos e sofrer junto.

É mais denso que a literatura chick lit normal - está mais na linha da Marian Keyes - mas é bom ter histórias assim que mostram o que as mulheres de diferentes tons tem de igual, e o que tem de diferente e o como a balança pesa para as mulheres negras, de qualquer condição social. 


9 de abril de 2021

The Vanishing Act of Esme Lennox

Eu sou fã de carteirinha da Maggie O'Farrell, então estou nessa jornada de ler todos os livros que ela escreveu e, entre eles, O ato de sumiço de Esme Lennox, que não tem disponível em português. O estilo da autora está lá, histórias começando em paralelo, que se cruzam e entre o passado e o presente a trama vai se desenrolando, segredos são revelados e você passa a entender mais os personagens. Há passagens chocantes (principalmente do ponto de vista psicológico), e uma visão interessante da psiquiatria no meio do século passado. Recomendo para quem gosta de tramas com boa densidade de personagens.

3 de abril de 2021

Neve

Eu comecei a ler "Neve" ano passado, tentei um pouco, parei. Comecei a ler de novo esse ano, e fui me forçando a ler durante mais de um mês. Realmente a leitura de Orhan Pamuk fluiu para mim. Eu entendo o peso desse livro, o retrato de época e de sociedade, a forma organizada e lapidada da escrita - que o levou ao prêmio Nobel (sendo que esse é considerado uma de suas principais obras), mas não me envolvi com os personagens ou mesmo com o narrador, que também é um personagem distante da trama principal. Talvez tenha sido o meu distanciamento da história turca e da sua cultura também, que só me causou estranhamento. Há uma parte de bom conteúdo humano, mas considerei complicado me familiarizar com eles para criar a tão necessária empatia. Assim, a leitura desse livro foi só um check na meta de ler os livros de autores laureados com o Nobel - e os meus próprios livros que eu já comprei e ainda não li.