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9 de janeiro de 2023

The Sound and the Fury

 

Editora Vintage Internacional

O Som e a Fúria, um título maravilhoso, tem bastante de experimentação na sua escrita, a começar por acompanhar o diálogo interior de um homem com deficiência intelectual. Assim, a escolha de ler esse livro de William Faulkner em inglês não foi das melhores, porque tornou bem mais difícil, mas, mesmo assim, foi possível apreciar o clássico da literatura norte-americana.

É uma história dolorida, e um retrato muito bem feito social e familiar.



26 de agosto de 2022

As aventuras de Tom Sawyer

 

Editora Melhoramentos

Em maio, fui com as crianças no Magic Kingdom e passeamos na ilha que pouca gente repara:



que é toda baseada na história de Tom Sayer, do Mark Twain. Voltei de lá animada para ler o livro com elas, e foi ótimo - uma visão de mundo diferente (tanto em país como em época), e um livro para divertir, com as espertezas e algumas malvadezas do personagem principal.

O único ponto de alerta é que no final do livro, acontece uma celebração que é descrita como uma orgia - não sei se foi um ponto de atenção, mas foi um alívio que elas não perguntaram do que se tratava!


23 de agosto de 2021

Identidade

 

Editora Harper Collins


Identidade é um livro da primeira metade do século XX sobre duas amigas negras com trajetórias diferentes na sociedade dos Estados Unidos - uma delas se passa por branca e está no meio de brancos profundamente racistas.

É uma história curta, mas muito intensa e profunda pelos temas de raça, amizade e família. A autora, Nella Larsen, escreveu sobre sua época e dizem que parte do livro é autobiográfica.

Um ponto interessante é que um dos personagens quer mudar para o Brasil, por ser uma sociedade menos opressora do ponto de vista racial. 


11 de julho de 2021

As Aventuras de Pinóquio

 

Editora Companhia das Letrinhas

Todo mundo conhece o Pinóquio - o boneco de madeira que contava mentiras e crescia o nariz, graças a Disney. Mas quem teve essa ideia genial foi Carlo Collodi, um italiano, há 140 anos atrás. 

O livro "As Aventuras de Pinóquio" foi publicado por capítulos, numa revista para crianças, e imagino que a história foi se construindo também com o retorno do público. A história vai ficando cada vez mais fantástica - tem personagem que morre e volta - sem perder o humor, e também a "moral da história": se não for para a escola e obedecer aos pais, tudo vai dar errado e você pode virar um burro, literalmente.

Eu li esse livro para as minhas filhas ao longo de algumas semanas, e foi ótimo ver elas se divertindo com a história, envolvidas com o Pinóquio - diferente da minha experiência de leitura como adulta há alguns anos, em que eu só fiquei admirada com o nonsense e não gostei muito.

O comentário pertinente da Lia, minha mais nova de 6 anos, foi perceber que não tinham meninas no livro - fora a personagem da Fada, só há garotos e homens. Quando eu expliquei que o autor era um homem de outra época e por isso deve ter preferido só falar de garotos, ela me perguntou: e onde estavam as autoras meninas?

Além disso, a versão açucarada da Disney não representa o humor - muitas vezes pastelão - que o autor coloca no texto e também faz sucesso com a criançada. Não assisti o filme mais recente (com gente de verdade), mas já me disseram que é mais fiel a história original.

Assim, minha recomendação sobre esse livro é: leiam para as crianças.


16 de junho de 2021

Ethan Frome

Editora Penguin

Um livro clássico dos Estados Unidos contando um daqueles romances sofriiiiidos.



 

1 de fevereiro de 2020

E não sobrou nenhum

Editora Globo Livros - Capa Rafael Nobre / Babilônia Cultura Editorial
Eu ainda lembro quando li esse livro pela primeira vez, e fiquei com tanto medo que fui sentar ao lado da minha mãe para ler o final. Quem pode ser o assassino se 10 estranhos, aparentemente sem nada em comum, se reúnem numa casa isolada numa ilha e começam a morrer um após o outro?

Só Agatha Christie para escrever uma história tão incrível, um mistério tão bem intrincado como "E não sobrou nenhum", que eu sinceramente acho que merecia um filme assim como Assassinato no Expresso Oriente.

7 de maio de 2019

Kindred

Editora Headline - Capa Yeti Lambregts

"Kindred" é um livro impressionante, daqueles que mexem com nosso âmago, criam um desconforto. A premissa é simples: uma mulher negra, da década de 70, viaja no tempo de maneira inexplicável e chega a uma fazenda na época da escravidão a ponto de salvar o filho do dono do local, quase se afogando.

Entre idas e vindas, temos o choque cultural de duas épocas, e a questão de sobrevivência, bondade e ódio transbordam pelas páginas e nos fazem perguntar: o que eu faria nesse lugar? E se fosse eu que tivesse de ser submetida a uma condição sub-humana de escravidão? Como isso já existiu no mundo? Como isso continua a existir?

O mundo é realmente mau, e a literatura pode nos sensibilizar para isso de uma maneira especial, ainda mais quando tão bem escrita, mesmo sendo tão fantástica que envolva viagens temporais.


4 de dezembro de 2018

Pastoral Americana

Editora Companhia das Letras - Capa Ângelo Venosa
Philip Roth sempre esteve cotado para ganhar um prêmio Nobel - e aí ele morreu esse ano, e isso acabou não acontecendo. Um dos seus livros mais famosos é Pastoral Americana, e agora que eu o li, posso dizer que realmente merece a fama.

A história é ótima - e embora não seja recente - continua muito atual e pertinente, mesmo sendo um retrato da sociedade ali do meio do século XX para a frente. Um clássico. Um ponto de início de reflexão - sobre sociedade, preconceito, riqueza, relacionamentos, liberalismo, educação de filhos. Um exemplo de maestria em cunhar literatura - a forma da narrativa, o estilo, a fala de cada personagem é um primor. 

É um livro que flui, mas é um livro que também incomoda, e torna os personagens tão vivos como se a gente pudesse encontra-los nas páginas dos jornais. Hoje, em 2018. Quem puder, não deixe de ler.

3 de novembro de 2018

As Vinhas da Ira

Editora Record - Capa Victor Burton

Eu comecei a ler As Vinhas da Ira, e parei. Achei descritivo demais, e não me parecia o momento. Voltei a ele por determinação de atingir a meta de leitura dos livros mais queridos da pesquisa da BBC - e como valeu a pena!

O livro é incrível, forte, impressionante.

Apresenta um momento histórico dos Estados Unidos que eu não conhecia: a migração humana dos camponeses substituídos por máquinas no centro-sul, para a colheita das frutas na Califórnia. É algo como uma desgraça social tão grande, tão revoltante, que não é possível ficar passivo. O drama humano foi tão belamente retratado por John Steinbeck, que solidarizar-se mesmo com personagens sem nomes (tem a vó, o vô) é compulsivo.

Falando assim, parece um pouco com Vidas Secas, mas o estilo dos autores é diferente e no livro do Steinbeck mais coisas acontecem - há também o choque da chegada ao lugar a que eles se dirigiam.

Esse livro deve ser leitura obrigatória nos Estados Unidos, por ser um clássico, e aqui também o poderia ser. Ele está disponível no kindle unlimited!

24 de junho de 2018

The Woman in White


"A Mulher de branco", de Wilkie Collins é um tijolo - 800 páginas e bem poucos personagens, então a história é lenta, cheia de enroscos - mas é interessante: um mistério bem articulado com pressupostos assassinatos e roubos de fortunas - e o pior de tudo: perdas de honra! (Aí prova-se que o romance tem mais de 150 anos mesmo).

Há um professor de desenho, Hartright, que conhece uma mulher, que, de costas, olhando por uma janela, é linda, elegante, interessante - e ela vira e ele se choca: é feia! Aí aparece a meia-irmã, muito parecida nas proporções, na elegância e - é linda! A primeira é inteligente, decidida, e sabe que é feia - então já se conformou em continuar solteira e apoiar a irmã linda (e rica) no que ela precisar. (Ou ela sabe que o melhor é não ter um marido que vá tolher sua relativa liberdade de solteirona). A irmã bonita é toda frágil, naive, limitada mesmo, mas por ser linda (e rica) tem os homens aos seus pés, inclusive o professor de desenho - que, verdade seja dita, amou-a pela beleza, por ser esse ideal feminino, e não por sua riqueza.

Vi agora que a BBC fez uma série, mantendo a época, mas dando toques atuais para alguns diálogos - deve valer a pena.


18 de maio de 2018

Os Pilares da Terra

Editora Arqueiro - Capa Ana Paula Daudt Brandão

Logo na introdução, o autor Ken Follett fala sobre sua saga de escrever um livro sobre a construção de uma igreja na época medieval - como nasceu seu interessa, sua pesquisa, os vários anos detalhando a história - e depois como foi difícil publica-lo, e como o sucesso veio organicamente, através do boca a boca e influenciadores especiais, como a Oprah, que divulgou o livro em seu clube de leitura. Hoje, já existe até uma minissérie sobre ele.

"Os Pilares da Terra" é um mega tijolo - mais de 800 páginas - numa história que cobre várias décadas. Há personagens cativantes, mulheres fortes e empreendedoras (o que eu não sei dizer se é projeção da nossa modernidade ou algo real), mas muito muito sofrimento como só uma civilização na base do salve-se como puder pode oferecer a você.

Eu desanimei um pouco no começo do livro porque eu imaginava as centenas de páginas que faltavam (no livro digital não são fisicamente tangíveis) e pensava: nossa, como eles ainda vão sofrer!... Mas perseverei, e cheguei no bom final.

Esse livro é anterior ao Mundo sem Fim, que também foi escrito depois. Eu achei Pilares da Terra muito interessante, mas eu gostei mais do Mundo sem Fim, achei mais elaborado, talvez, mais tramas principais que evitam que tudo de mal e de bem aconteçam com os mesmos mocinhos das história. No entanto, ambos valem muito a leitura pelo panorama incrível da Idade Média que trazem e nós desconhecemos em sua maioria.

23 de outubro de 2017

On the Road

Editora L&PM Pocket - Capa Marcello Lima

"É um clássico", eles disseram. "Marcou uma geração", eles disseram. "O filme é bom", eles disseram. (Está na lista da BBC, eu disse).

Aí eu fui ler "On the Road", ou Pé na Estrada, de Jack Kerouac. Eu li tudo. Até o final. Cada alucinação. Cada loucura. Só para escrever que eu não gostei, não é o meu tipo de livro.

Contado em primeira pessoa, um cara que quer ser escritor viaja pelo interior dos Estados Unidos com os amigos, de um lado para o outro, com pouco dinheiro, mudando de garotas, se aproveitando da solidariedade alheia. Bebendo e se drogando e criando filosofias muito loucas. Fazendo filho por aí (estamos falando do começo da década de 50), sem se importar muito com isso. Amando muito, amando desesperadamente, amando loucamente cada mulher, sem saber o que  é amor mesmo.

Sim, sou careta.

Não vi o filme, mas já aviso você que pelo que eu fiquei sabendo ele é um resumo polido do livro. São várias viagens da costa oeste para a costa leste. Ida e volta. Vários carros diferentes. Vários romances diferentes ( começa com uma, surge outra, volta para uma, aí vem uma terceira, volta para a segunda, lembra da primeira, aí aparece a quinta e por aí vai...)

Eu realmente não curti - e acho que se você gostou do filme, fica com ele mesmo. 



20 de dezembro de 2016

Tess of the d'Ubervilles

Domínio Público

Tess of the d'Ubervilles é uma tristeza. Um livro longo e lento. E uma história pura de sofrimento da coitada da Tess, que praticamente não faz nada de errado e só apanha por todos os lados. Ao mesmo tempo que eu ~tentava~ ler esse livro, uma amiga lia Far from the Madding Crowd, do mesmo autor Thomas Hardy - e percebemos que realmente ele gosta de dramas novelescos sofridos. Ambos os livros estavam na lista da BBC - como os livros mais amados - mas sério, não dá para entender.

Eu entendo que era uma outra época, outra sociedade, mas eu fiquei com uma raiva profunda desse mundo que eu gostaria que não existisse mais, mas existe sim, e a gente tem que conviver com ele. Só para explicar melhor, vou dar alguns spoilers, então é melhor parar aqui se você por acaso se interessar em ser 'surpreendido' por esse livro.

A tal da Tess é a mais velha de uma família bem pobre, e o pai quer que ela consiga algumas vantagens com um primo rico que eles descobrem que tem. Elá vai para casa desse primo, e ele dá em cima dela repetidamente, e ela vai tentando se manter pura. Uma bela noite, voltando de uma festa do vilarejo local, ela se vê sozinha com ele numa floresta. Ela dorme. Ele a ataca. Ela volta para a casa dos pais, humilhada e arrasada, grávida e, o que é pior para o pai, sem nenhum tostão. Ela nem chega a falar para o cara que ficou grávida. O bebê nasce fraco e morre, e ela vai tentar reconstruir a vida, mas já está ali no meio de reprovações familiares, de amigos, da religião e de si própria. Ela nunca será perdoada por ter sido... a vítima. 

Esse livro tem 125 anos, e eu não sei se fico grata porque - quero acreditar - a maioria das pessoas já não pensa assim, ou se fico decepcionada desse pensamento da culpa da vítima ainda estar por aí, e as pessoas sejam condenadas por sofrerem um crime - penal e moral.

7 de junho de 2016

O Poderoso Chefão

Editora Record - Capa Leonardo Iaccarino

Paradoxalmente, eu não consigo assistir filmes violentos (eu literalmente fecho os olhos), mas ler até que rola (mas eu me permito pular algumas linhas das partes mais sangrentas). Sendo assim, foi ótimo ler O Poderoso Chefão, um livro realmente espetacular, daqueles de ficar órfã no fim (no entanto, não gostei da sinopse das continuações). Deu para entender porque tanta gente adora os filmes (embora eu tenha desistido de assistir no primeiro - era muita gente apanhando e morrendo para a história fazer sentido nas partes que eu conseguia assistir, hahaha).

Mário Puzo retratou de forma admirável o que foi a máfia italiana nos Estados Unidos, com direito a explicação das origens. Dá para ter um vislumbre da realidade italiana nas primeiras décadas do século passado também, já que tem um trecho da história que se passa lá (e mesmo sendo ficção, é possível imaginar o que era realidade de tudo o que foi contado).

Um dos pontos interessantes é como Don Corleone se tornou poderoso - é um pouco do que ele era capaz de fazer, e muito de ter a postura correta, e conseguir arrebanhar seguidores fiéis (até por isso, o nome original - The Godfather / O Padrinho, é melhor do que o nome brasileiro - ele não aceitaria ser chamado de O Poderoso Chefão, embora ele o fosse sim e soubesse disso). 

É preciso muita inteligência e capacidade de liderança para conseguir a quantidade certa de temor - a base de recompensa e ameça - que mantenha os seguidores obedientes sem que eles se considerem merecedores de assumir o poder, ou mais privilégios (o que acontece, claro). 

Dá para imaginar o que não tem de Don Corleone no cenário do crime brasileiro - com requinte menor ou igual ao original...

24 de setembro de 2015

O Complexo de Portnoy

Editora Companhia das Letras - Capa Jeff Fisher

Em "O Complexo de Portnoy", Philip Roth nos leva para a sessão de terapia de Alexander, um jovem advogado judeu que vai contando sobre sua vida desde a infância. Ele é irônico e direto, sem desviar de assuntos pouco nobres - como a constipação constante do pai - ou íntimos, como sua vida sexual presente (o que é natura se ele está num divã). No entanto, o assunto que mais impressiona é o tanto que ele fala de masturbação - e esse deve ser o complexo do título mesmo. É possível citar muitos livros e filmes em que figuram ou se insinuam cenas de sexo, mas poucos falam de masturbação, ainda mais na vida adulta - no adolescente é algo mais comum. Portnoy, no livro, é completamente obcecado pelo assunto, e é de se espantar como ele extravasa isso em qualquer lugar. O livro não é vulgar, e até por isso deve ter se tornado bestseller e pode ser considerado um clássico, mas eu fiquei espantada com algumas cenas.

Além disso, é o tempo todo ele falando, então nós nos sentimos o terapeuta, tentando analisar o que é dito para quem sabe responder a suas angústias presentes... ou quem sabe esse é o meu lado engenheiro que gosta de resolver tudo. :)

17 de setembro de 2015

"Heretics" e "Ortodoxia"

Domínio Público

Editora Mundo Cristão

Ortodoxia é um clássico da literatura cristã escrito por G. K. Chesterton, que produziu muitas obras ao longo da sua vida. No prefácio dessa edição da editora Mundo Cristão escrito por Philip Yancey, são apresentadas anedotas da vida do autor que o tornam ainda mais fascinante - como a resposta que ele deu a um jornal ao ser perguntado qual era o problema do mundo - "Eu.". Ele era bem popular na sua época (final do século XIX, início do século XX), quando debates filosóficos ainda atraiam o interesse de muita gente - ele era um interlocutor costumaz de Bernard Shaw, por exemplo.

No primeiro capítulo de "Ortodoxia", ele diz que escreveu essa obra para responder a críticas ao seu livro "Heretics", que é basicamente negativo - ou seja, ele critica as filosofias que ele considera hereges frente ao cristianismo. Assim, eu parei por ali mesmo e fui procurar esse livro, que eu encontrei gratuito na Amazon. Eu achei um pouco difícil de acompanhar algumas partes não pela linguagem ou pelo nível de discussão filosófica, mas porque Chesterton considera que você conhece a filosofia ou linha de pensamento que ele está criticando, então é como ouvir só um lado da história (e o lado que só acha furo).

Voltando para "Ortodoxia", ele afirma que irá apresentar um relato pessoal de como o cristianismo fez sentido para a sua vida, discutindo seus principais conceitos, com muitas analogias e figuras para explicar as ideias. É interessante porque muita coisa faz sentido (nos dois livros), mesmo eles tendo mais de 100 anos.

Não é preciso ler Heretics para entender Ortodoxia, o qual é mais atemporal e fácil de entender (daí se entende porque ele é o clássico). Recomendo essa edição da Mundo Cristão por conta do prefácio também.

21 de abril de 2015

Hans Andersen's Fairy Tales

Editora Puffin Books

Contos de fadas fazem tanto parte da nossa vida, que esquecemos que um dia eles foram escritos por alguém originalmente. Nessa coletânea de Contos de Fadas de Hans Andersen, da editora Puffin Books, há 12 contos originais, entre eles A Princesa e a Ervilha, As novas roupas do Rei, e A Pequena Sereia, que se tornou símbolo da Dinamarca, país em que Andersen nasceu no início do século XIX. 

Aliás, há uma introdução interessante que fala sobre a vida do autor, explicando que ele é fruto de uma mãe muito supersticiosa e que conhecia muitas narrativas populares e de um pai que lia para ele e o encorajava a questionar visões tradicionais da igreja e da sociedade.

Nessa edição, há o conto Snow Queen (Rainha do Gelo), no qual foi inspirado o grande sucesso Frozen, da Disney. O que eu posso afirmar sem sombra de dúvida é que a história só foi inspirada mesmo, porque não tem nada a ver. Eu já tinha ouvido falar que os nomes dos personagens tinham sido modificados, mas a Rainha do Gelo desse livro nem tem uma irmã, e o personagem principal é Gerda, que sai procurando seu melhor amigo Kay, que foi raptado pela Rainha do Gelo. No entanto, é uma história de personagens femininos, tanto bonzinhos (como a avó de Gerda), como maus (há bruxas e a própria Rainha do Gelo), e a grande heroína é Gerda, que vai salvar o tal mocinho Kay. Girl Power diretamente do século XIX.

6 de abril de 2015

The Turn of the Screw

Editora Open Road

Eu já tinha lido a versão adaptada de "A volta do parafuso" (série Reencontro, com o nome de "Os Inocentes"), e agora li a obra original de Henry James. Confesso que não me impressionou. O título sugere uma tensão (apertar um parafuso), e o mistério vai se intensificando ao longo da trama- relativamente curto, diga-se de passagem, mas maior que um conto - mas eu não me senti realmente envolvida.

A questão toda é se você considera uma história de fantasma ou um drama psicológico sobre uma mulher louca. Pelas análises que eu vi na internet, o autor gostava de escrever histórias sobre fantasmas, então essa é a hipótese mais provável, mas é claro que o texto dá margem para uma interpretação mais realista e complexa. O livro é um clássico, e o autor é ótimo, então aproveite para ler e emitir sua própria opinião a respeito.

11 de março de 2015

Little Women

Domínio Público
Nostálgica do filme "Adoráveis Mulheres", que eu lembro de ter gostado muito na adolescência, peguei "Mulherzinhas" ou "Little Women" para ler no kindle (de graça, eles explicam que a versão virtual foi feita a partir de edições físicas por voluntários). Essa edição é completa, pois inclui a continuação feita por Louisa May Alcott, "Good Wives" / "Boas Esposas" alguns anos depois do sucesso da primeira parte da história.

A história se passa no século XIX, e as mulherzinhas são 4 irmãs de uma família de certo nível social, mas sem muitos recursos, e protestante, nos Estados Unidos. A inocência e a simplicidade delas são dignas de nota, e para nós, mulheres modernas, é quase irritante. Engraçado que eu não sinto isso com os livros da Jane Austen, então acho que as personagens desse livro são levemente pedantes.

Pesquisando na internet, vi que há mais dois livros com os mesmos personagens: "Little Men" (Homenzinhos) e "Jo's Boys" (Meninos da Jo), mas eu realmente vou dar um intervalo para essa autora - de período indefinido (e talvez reassistir o filme para ver as diferenças - embora eu sempre visse as atrizes nas cenas durante a leitura, principalmente a Winona Ryder).


28 de dezembro de 2014

Emma

Editora Penguin

"Emma", de Jane Austen, foi outra releitura minha de 2014. Todo argumento da trama baseia-se no fato de que a protagonista acha que lê bem as pessoas, e interpreta corretamente seus sinais e sentimentos, mas na verdade, ela não consegue nem entender a si própria. Ela amadurece nos dois os sentidos ao longo do livro: compreende-se melhor e deixa de querer interferir na vida dos outros.

Mas eu, particularmente, acho bem divertido juntar casais quando, claro, dá certo. Ter um amigo ou amiga de coração partido nunca é legal. Mas se você não tentar, como vai saber, né?