28 de agosto de 2010

Romeu e Julieta

Ler Shapeskeare no original demanda uma certa boa vontade. Você pode saber inglês, mas é como ler Os Lusíadas, várias palavras desconhecidas, construções estranhas, termos que desapareceram do nosso português hoje. Ler Shakespearte não é fácil (em português ou em inglês), mas pode ser uma experiência ótima.
Eu particularmente não gosto muito de ler teatro - são somente diálogos, poucas marcações de cena, então você precisa interpretar e imaginar muito do contexto, na maior parte das vezes. Ajuda muito se você já conhece a história, já assistiu em algum lugar e agora só está "bebendo da fonte" para conhecer mais do livro.
Foi isso que me motivou a ler Shakespeare "do original" - o filme Romeu + Julieta de 1996 (sim, aquele que parece um videoclipe com o Leonardo DiCaprio). Lá, embora o contexto seja moderno, o texto é original. Depois que você se acostuma com o jeito estranho de falar, você começa a perceber a musicalidade, as rimas, a poesia do texto original, e isso me encantou. A cena na piscina, é uma leitura incrível do texto, muito romântica, linda.
Depois de assistir o filme, que eu fui ler Romeu e Julieta, original, da coleção Penguin, tão acessível até hoje (13 anos depois, como o tempo passa rápido). E foi muito bom mesmo, porque eu entendia o livro lembrando do filme, conseguia ver o que ficou de fora, e me encantar novamente, e me encantar sempre que eu releio - essa que é uma das histórias de amor de todos os tempos, escrita por um dos maiores gênios de todos os tempos.
Vai lá, compre um pocket em inglês e coragem! Já está aí o google para ajudar nas traduções!

25 de agosto de 2010

O último olimpiano

Finalmente, li o último livro da série Percy Jackson, a qual eu já tinha anunciado nesse post aqui. Ah, como eu adoro livros infanto juvenis! E séries são especiais, porque é mais tempo para você curtir os personagens e uma história (mais tempo relativamente, afinal, cada um deles dessa coleção é sim para ler em 1 dia).

Na definição do meu amigo Lucas, o Percy Jackson é um Harry Potter melhor, porque sai a bruxaria e entra a mitologia grega (e obviamente ele curte os antigos deuses). No início da saga, são muitas as similaridades: o pré-adolescente, depois de ter passado por vários episódios estranhos em sua vida, tem uma revelação de que na verdade é "especial", vai para uma escola (acampamento de férias no caso) com outros especiais, e, para deixar mais emocionante, existe uma profecia sobre o jovem, que trará problemas, mas ele não foge à responsabilidade, e no final, vai ser uma grande lição de moral. Ah, claro, para todas as aventuras, ele terá uma amiga super inteligente e um amigo meio bobo mas fiel.

Viu a fórmula? Ok. Ela funciona, certo, então, paciência.

No caso, Percy Jackson descobre que é um semi-deus, ou herói, filho de Poseidon com uma humana (sua mãe). Sim, porque os deuses gregos continuam existindo, como sempre existiram, acompanhando os centros de poder da civilização por isso que agora o Monte Olimpo fica numa dimensão acima de Nova York. Ele vai para o tal acampamento, conhece outros jovens especiais que vão para lá aprender mais sobre seus poderes, e fica amigo de uma filha de Atena (a garota sabichona) e de um centauro (de bom coração e confuso). Existe uma profecia dada pelo Oráculo de Delfos que uma escolha dele (o herói) vai definir o destino dos deuses antes de ele fazer 16 anos. Mas antes disso acontecer, muita confusão vai rolar, mas bem específicas - uma por ano, uma por livro, como no HP (ele começa a história com 11 anos).

Diferente do Potter, ao invés de acompanharmos a vida dele durante o longo ano escolar (e nas férias não acontecer nada), cada livro cobre um período de uns 7 dias, e no resto do ano não acontece nada. Mas é muita aventura concentrada - tudo acontece muito rápido, muita confusão, lutas, viagens, e etc - realmente mais dinâmico nesse sentido.

Para quem gosta de mitologia grega, obviamente, é um prato cheio. Eu conheço alguma coisa e já achei bem legal. Existem muitas referências a deuses maiores e menores, picuinhas internas e personalidades - o livro explica um pouco sobre a mitologia, mas se você entende, vai aproveitar bem mais. Tem um romancezinho, algum esforço intelectual e estratégico por parte dos personagens (principalmente a filha de Atena) mas as coisas são resolvidas bem mais na "paulada" - acho que esse livro apela mais aos garotos, mas é uma impressão contraditória, porque eu gostei, hehehe.

Claro que eu recomendo a coleção inteira para se divertir mesmo, já avisando que vem mais por aí como prometido pelo autor (mas possivelmente não com os mesmos personagens). Ah, cuidado, pode viciar e tirar algumas horas do seu sono!

18 de agosto de 2010

Espiritualidade - onde, quando e como

Eu não errei a capa do livro. Eu li "Espiritualidade - onde, quando e como", mas ele é tão velhinho (1997!!!!) que já foi atualizado para "Trabalho, descanso e dinheiro - uma abordagem bíbilica" (Timóteo Carriker). Segundo a editora Ultimato, é só uma roupagem nova com novas revisões e seleções de versículos. Se não mudou, ótimo, porque o livro é bem prático: direto e objetivo no assunto.
Como o novo título fala, ele aborda a espiritualidade desses três temas, mas começa discorrendo sobre a Criação do homem. Vou falar um pouquinho do que eu mais gostei em cada capítulo.

CRIAÇÃO - O autor fala sobre a criação e o que ela nos mostra da relacão de Deus com o homem e do homem com a natureza, como somos responsáveis por ela. "Hoje, invertemos isso, pensando que o mundo é objeto para nossa exploração, ao invés de sujeito conosco para a glorificação de Deus. Dominar (gn 1.28) não significa dispor como quisermos, mas "assegurar a permanência e o equilíbrio da criação".

TRABALHO - Às vezes consideramos o trabalho como punição, até pelo fato de, depois do pecado, Deus falar para Adão que ele com esforço conseguirá o seu alimento. Mas isso não quer dizer que o homem tinha sido feito para ficar de papos ao ar (como alguns gostariam), mas o trabalho é valorizado ao longo de toda a Bíblia. Daí a importância de todo o trabalho - seja na Igreja ou fora dela, ser uma forma de servir ao Senhor. Seja o nosso trabalho em escritório, consultório, comércio ou qualquer outro lugar, importa fazermos pensando num propósito maior: "Como meus talentos e minha profissão podem melhor contribuir para os desígnios de Deus e a manifestação dos valores do seu domínio?"

DESCANSO - como Deus descansou no 7o dia, nós também descansamos (e na conjectura atual, são 2 dias em 7!) Mas esse ato tem um significado maior, e aí precisa ser levado para toda nossa vida: é uma declaração de confiança no Pai, descansar é assumir a dependência que temos dele.

DINHEIRO - aqui está a parte mais "polêmica" do livro, em que o conceito de dízimo é contrariado. Sim. Afinal, Jesus, nunca falou dar de dízimo (aliás, só como exemplo do legalismos dos fariseus). Paulo também não (e ele que mais falou sobre a Igreja que somos hoje, depois da salvação em Cristo). Surpreso? Eu também. Isso, porque no novo testamento, se pede muito mais - tudo que pudermos e em abundância: "Que cada um dê a sua oferta conforme resolveu em seu coração, não com tristeza nem por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria." (II Co9:7) Essa oferta tanto é para ajudar outras pessoas como para manter a igreja física, atualmente. E até por trás da nossa prosperidade, há um propósito de Deus: "Ele fará com quem vocês sejam sempre ricos para que possam dar sempre com generosidade. E assim muitos agradecerão a Deus a oferta que vocês mandam através de nós" (2 Co 9:11). Jesus vem cumprir a lei, o que significa que ele a reforça e expande para fora dos limites do legalismo, valorizando ainda mais o sentido por trás da ação. Dar 10% por obrigação é uma coisa. Dar o que pode por amor e gratidão ao Pai é outra. E esta diferença é tudo.

Aqui está só um resuminho, mas é gostoso ler um livro tão simples e prático sobre espiritualidade, recomendo e agradeço ao Marcos Botelho pelo empréstimo!

15 de agosto de 2010

Água para elefantes

Esse livro é um romance muito legal por 2 motivos: o narrador "viaja no tempo" e é sobre um assunto bem diferente: o circo.
Primeiro, a viagem no tempo é quando o autor fala sobre sua vida "agora" aos 90 anos e quando ele tinha 20 e poucos anos, recém-formado. Sempre na primeira pessoa, é legal ver como tudo muda ao longo da sua vida, seu relacionamento com as pessoas, suas perspectivas - se antes você pode tudo, agora é difícil levantar da cama sem ajuda, se antes você tinha uma vida pela frente, agora é lembrar do que ficou para trás. Poderia ser muito melancólico, mas estamos falando de um velhinho muito simpático e até bem humorado, o que deixa tudo mais leve.
Segundo, não se trata do circo de hoje, mas o da década de 30 nos Estados Unidos. A autora, Sara Gruen, descreve no posfácio a pesquisa que fez, super completa, então eu já vou dizer aqui que vários dos acontecimentos do livro são inspirados em fatos reais, por mais estranhos que eles possam ser.
O circo andava de trem, tinha uma diferença entre artistas e trabalhadores (que viabilizavam o espetáculo). Os mais diferentes animais viajavam juntos (leões, hipopótamos, cavalos, girafas, macacos) em condições péssimas, era verdade, mas a condição dos trabalhadores era ainda pior do que a dos animais.
Mas quando eles chegavam na cidade, faziam o desfile e chamavam para o espetáculo, era o maior espetáculo da terra, e o momento de diversão e magia de um povo que vivia uma desilusão tão grande (a Depressão).
Eu adoro esses livros que nos inserem numa outra realidade (seja ela real ou imaginária) e essa é uma delas, com uma história apaixonante - do velhinho narrador, de uma artista e, acreditem, uma elefanta, Rosie.
Agradeço ao meu cunhado Luiz, que deixou o livro vim passear em são paulo!

11 de agosto de 2010

Clarice na cabeceira

Este é um livro de contos da Clarice Lispector diferente. Pediram para algumas pessoas escolherem seu conto favorito da autora e comentá-lo para entrar nessa coletânea.
É interessante ver como as pessoas criam essa relação passional com a Clarice, e mais que isso, com seus escritos. E pessoas completamente diferentes como Luís Fernando Veríssimo, Beth Goulart, Fernanda Takai, Benjamin Moser (autor de sua biografia), Rubem Fonseca, Lya Luft.
Depois de ler alguns textos dela, fica fácil entender porque isso acontece. Suas histórias são viagens ao fundo da alma, é como ler pensamentos, é como também ser lido.
Se você já tentou ler os livros de Clarice e achou uma viagem total (Paixão segundo G.H. A hora da estrela), comece com os contos para ir experimentando aos poucos, baixando as guardas, para sentir o livro mais do que entendê-lo.
(Confesso que se você for mulher, provavelmente será mais fácil de conseguir uma certa identidade... Geralmente os contos são do ponto de vista delas).
Nessa coletânea, também escolhi meu preferido: Felicidade Clandestina, o mesmo de Malu Mader (que na verdade oscila entre três).

2 de agosto de 2010

Vintage Jesus

É engraçada a expressão Vintage Jesus, mas o subtítulo explica: "Respostas Atemporais para Questões Oportunas" (em inglês: Timeless Answers for Timely Questions). E cada capítulo trata de um aspescto relacionado a pessoa de Cristo - se ele existiu, porque ele morreu na cruz, se ele ressuscitou mesmo. Tem até um "FAQ" no final de cada um deles.
O livro é bem leve, sério (no conteúdo) e engraçado (na prosa). O autor, Mark Driscoll, tem umas tiradas ótimas! Coisas do tipo: "por que toda representação de Jesus é um ser meio efeminado?" "Se eu tivesse um bebê como algumas músicas e pinturas indicam que Jesus era (com o halo em volta da cabeça, sem chorar, todo brandura), eu ia dormir com um olho fechado e outro aberto em cima dessa criança".
Esse livro é ótimo para não cristãos curiosos a respeito da figura de Cristo, e para cristãos reforçarem seus conceitos de fé.
Agora, um aposta: o Leo, webmaster da Presbi, que me emprestou essa incrível literatura cristã de qualidade, vai postar seu comentário aqui colocando link do podcast do Mark, e na versão Presbi, vai estar aqui direto!