27 de agosto de 2013

Guia Politicamente Incorreto da América Latina

Editora Leya
"Guia Politicamente Incorreto da América Latina" é, como se espera, um livro para sair do "senso comum" a respeito de fatos históricos da região. Menos variado do que o livro sobre o Brasil, é focado em política e grandes líderes dos dois últimos séculos como Che Guevara e Perón, além de um pouco sobre a colonização espanhola e francesa, conforme o caso. Justamente por ser "menos variado", os capítulos são mais longos e cheios de detalhe - principalmente o capítulo sobre Cuba e Che.

Se tudo o que você sabia sobre Che Guevara era "Hay que endurecerse pero sin perder la ternura jamás" e o filme Diários de Motocicleta (como eu), o que é apresentado do argentino que revolucionou Cuba é impressionante - para um lado muito mais escuro da força do que se podia imaginar. Outros dados surpreendentes era a relativa prosperidade em índices de Cuba antes de Che, do Haiti antes da revolução e da Argentina antes de Perón. Não que tudo era bom, claro, mas os autores apresentam perspectivas bem melhores se eles não tivessem sido mal administrados...

Leandro Narloch e Duda Teixeira não são socialistas, marxistas ou de esquerda, e deixam isso bem claro ao se posicionar contra "heróis" dessas correntes de pensamento. Claro que há parcialidade na análise - eu sei - sempre há um viés ideológico em livros históricos, mas eu admiro nesse livro o mesmo do livro anterior: há muitas referências biográficas, todas listadas, e eles também declaram ter visitados os diferentes países, para colher informações "da fonte". Para quem gosta de história, não importa o lado, vale a pena.


23 de agosto de 2013

Waking up married

Editora Harlequin Kiss

De graça até injeção na testa? Bom, o livro eletrônico "Acordando casada" (Waking up married), da Mira Lyn Kelly, é gratuito na Amazon, mas definitivamente não é lá muito bom - ainda mais quando você acabou de ler um ótimo livro e está fresco com ele na cabeça (no meu caso, Memória da Pedra). Trata-se de um livro de banca, com aquela forçação de barra característica - tudo é superlativo e até os defeitos dos personagens são qualidades relativas... Fulaninha e fulaninho se conhecem em Las Vegas numa noite e na manhã seguinte, quando acordam, estão casados, e o príncipe encantando que parece sapo pede um prazo para convencer a moçoila que eles devem continuar casados, mesmo ela estando bêbada quando decidiu casar-se com ele e nenhum dos dois está apaixonado (sim, foi uma decisão "racional"). (Olha que o filme Jogo de Amor em Las Vegas é algo parecido, mas muito mais legal). 

Eu li porque era curto e fácil, queria ver como se chegaria ao final óbvio (sim, eles ficam juntos), mas há livros mais interessantes por aí, realmente. 

19 de agosto de 2013

Marias

Editora Campus - Capa Digital Happenings Design

A ideia do livro "Marias" é apresentada no subtítulo: "A Jornada heróica de 50 mulheres que fizeram história", o que é muito interessante - conhecer e se inspirar na vida de mulheres reais. No entanto, eu não gostei desse livro, e vou explicar meus motivos. 

O primeiro é que o livro é claramente parcial pela posição filosófica (ou religiosa?) dos autores (o livro começou a ser escrito por Eduardo Castor Borgonovi e depois de sua morte foi finalizado pela filha Lara Braun), que é a Teosofia - pelo menos 2 perfis são de mulheres relacionadas a essa filosofia, e eu tenho minhas dúvidas sobre a relativa importância delas frente a outras mulheres - as biografias dessas mulheres são até mais longas do que outras, mais conhecidas.

O segundo ponto é a estrutura de cada texto: os primeiros parágrafos são "um resumo" da resumida biografia, que tem de 3 a 4 páginas, então, dá a sensação de deja vu, realmente não necessária numa leitura que é tão breve.

Por último, um ponto mais pessoal, eu não gostei do estilo de escrita - parece redação de colégio (com direito a alguns erros internos, como idade e ano de morte não coerentes) - com mais adjetivos e advérbios do que substantivos e fatos. Os autores procuram "provar" que as mulheres são destinadas para seus feitos, mas os argumentos não são claros ou tão convincentes.

Para algumas pessoas, pode ser um ponto de partida para conhecer mais sobre algumas personalidades, para outras, valem as curiosidades para um papo variado, mas eu não achei uma leitura gostosa.