27 de março de 2010

Doutor Jivago

Doutor Jivago é outro livro russo que eu li, motivada por ouvir falar do filme, um sucesso da década de 60, que popularizou a música "Tema de Lara" e o nome Larissa - a personagem principal.

Esse livro se passa por um longo período de tempo, o romance de encontros e desencontros e revoltas e ventos políticos entre o doutor Jivago e Lara. Sinceramente, não gostei tanto assim desse livro, geralmente eu gosto de histórias felizes! (espero não estar estragando o filme para ninguém, depois de 50 anos!)

Anos depois de ler o livro, descobri que o meu futuro sogro tinha gostado tanto do filme, que sempre sonhou em ter uma filha chamada Larissa. Deus deu a ele dois garotos primeiro, mas a caçula veio a tempo de receber esse nome que parece russo, mas na verdade é grego. Larissa signifca alegria, o que cai bem nas minhas duas irmãs de mesmo nome.

Eu assisti o filme - de 3 horas ou mais, em 2 dvds - na casa do tio Joel, meu sogro muito querido - que fez aniversário no começo do mês e só agora que eu associei um livro a ele! Demorou, mas chegou. Ele não leu o livro, mas não precisa, o filme é impressionante de tão belo, e toda a emoção está lá. Recomendo, para inspirar outros pais e mães e Larissas...

24 de março de 2010

Anna Karenina

Era uma vez, a muito tempo atrás, uma garota que viu um livro chamado Anna Karenina e achou o título muito bonito. Karenina, que nome diferente. Aí ela resolveu ler, claro. Era um livro enorme, com letras pequenas, mas o título!
Foi assim que eu comecei a ler e gostar de livros russos. Esses livros que os personagens tem vários nomes e vários apelidos e você fica perdida. Esses livros antigos que se passam num lugar longe que não existe mais daquela maneira. Esses livros que os personagens, pobres e ricos, urbanos e rurais, discutem filosofia e política na mesa do jantar.
Adorei.
Claro que aos 14 anos de idade, não são muito fáceis de ler, e eu acabei pulando umas partes (prometo que vou ler de novo inteiro!), mas Anna Karenina me fez me apaixonar por livros russos, e eu li quase todos da seção de literatura russa na biblioteca municipal de Valinhos.
Biblioteca que era o ponto de encontro com outra Ana, a Ana Paula, durante todo nosso colegial. Era sair de casa a pé, ir para a biblioteca, trocar os livros que já tínhamos lido por novos, sentar na praça e tomar sorvete. E conversar, conversar, conversar. Essa é uma das lembranças mais queridas da minha adolescência, que não faz tanto tempo assim, mas não volta mais...
Dez anos depois, a amizade permanece, assim como o apelido também: Ania, como as russas dos livros que a gente leu.

PS: Karenina é o feminino de Karenin, o marido de Anna - eu só descobri Kariênina depois e não gostei. Mas isso eu acho que só funciona na Rússia, que não ia ser nada bonito eu sendo chamada de Taciana Triga.

PPS: Anna Karenina é sobre uma mulher que entra em crise no casamento, apaixona-se por outro. Mas veja bem, quase toda literatura russa dessa época é uma discussão sobre a situação atual deles, a crise política, a sociedade, a revolução iminente e filosofia. Eles são cristãos ortodoxos geralmente, ou ateus, e muito críticos. Depois eu li Crime e Castigo, Dr. Jivago, A mãe, O Idiota, e outros, mas os que eu mais gostei foram Irmãos Karamazóv e, top dos tops, Guerra e Paz.

22 de março de 2010

Beber, jogar, f@#der

Parece e tem tudo a ver com o livro Comer, Rezar e Amar. Só que pelo título já dá para ver que é a versão masculina, e dada a moda de paródia, você já imagina: é zueira.
E é mesmo!
Confesso que eu só comecei a ler Comer, Rezar e Amar. Estava na praia, num feriado. E bem no começo já cansei daquela mulher se lamentando - pensei cá comigo: tanta coisa boa no mundo para ler e eu aqui ouvindo a mulher ter uma crise no casamento e se jogar no mundo? Não, muito obrigada.
Algumas amigas também não conseguiram ler, ou demoraram muito, então eu pulei.
Um tempo depois, a mesma amiga que me emprestou o primeiro livro, me emprestou esse daqui (a debô). E eu já fui pensando: se for muito besteirol, eu desisto.
Mas increvelmente superou as expectativas, é um livro bem divertido e o fato do personagem principal e narrador ser um bom caráter ajuda muito o livro não descambar.
Começa o casamento dele acabando, porque a mulher o está traindo com outro cara (embora às vezes ele dê a entender que é a mesma mulher do outro livro). Então ele vai beber todas na Irlanda, gastar tudo em Las Vegas, e aproveitar os prazeres físicos na vida na Tailândia. 
Recomendo fortemente para quem quer uma diversão leve e rápida, apesar das 200 páginas. E pode ir sem medo, porque o humor está bem mais para inteligente e sarcástico do que para explícito - ainda bem!
E para quem aguenta esperar, vai ter filme também (disseram que os direitos do filme foram vendidos antes da publicação).
   

20 de março de 2010

The Soloist

O Solista é uma história real, escrito na primeira pessoa por Steve Lopez, um jornalista que cruza o caminho de Nathaniel Anthony Ayers, um músico, que, por causa da esquizofrenia, acaba morando nas ruas de Los Angeles. A cidade de Beethoven, segundo o próprio, por causa de uma estátua perto da sala de concerto da Disney. Essa aqui ó:
 
Já fizeram o filme desse livro, mas eu não assisti, e não sei se vou assitir. Não sei se o filme é tão legal quanto o livro, e sempre fico receosa nesses casos.
Essse livro pode ser visto como um livro sobre solidariedade, ou a miséria nas ruas de uma grande cidade, o poder da música ou sobre uma pessoa talentosa marcada por uma doença mental, mas eu prefiro dizer que é sobre amizade. Como a amizade pode nascer, na maneira que você menos espera, e o que é ser amigo de verdade. Em determinado ponto do livro, um médico diz ao Steve que a amizade entre eles teve algum efeito bioquímico no cérebro do Nathaniel - relacionando com o início da mudança na vida dele. Não é emocionante isso?
Outro ponto que eu achei bem legal é a sinceridade do autor, que escreve sobre os seus conflitos em ajudar o Nathaniel, porque ele se interessava, queria ajudar, mas ao mesmo tempo não sabia como, e às vezes se sentia "desperdiçando" o seu tempo, perdendo tempo que ele poderia curtir com sua família - esposa e filha pequena (no filme, me disseram que elas não existem). Tudo isso sem fazer pose de mártir, vítima, ou com uma falsa hipocrisia ou orgulho por estar ajudando outra pessoa "necessitada".
Gostei muito de ler esse livro, tão humano no sentido real da palavra, com suas coisas boas e ruins. Agradeço a Juliana, que me deu esse presente de natal ano passado. E aproveito para agradecer a todas as minhas grandes amigas queridas, longe ou perto, por suas amizades, Lari, Lalá, Ju, Debô, Tati, Fér, Ania (viu, vc apareceu no blog!). Amo vocês.
Por fim, como curiosidade, Mr. Lopez e Mr. Ayers:

 

18 de março de 2010

Os espiões

Obviamente, sou fã do Luís Fernando Veríssimo, isso já foi possível de ver em outro post. Principalmente porque é o tipo de humor que eu gosto, inteligente, articulado, refinado. Não desce o nível.
Só ele mesmo para escrever um livro de comédia em que os personagens principais são um editor de livros (que seleciona textos para uma editora minúscula), um professor de cursinho, um bêbado de bar, tudo isso com várias referências a literatura, mitologia grega, futebol e o interior do Rio Grande do Sul.
A história é bem leve e absurda, os caras vão se infiltrar numa cidadezinha em busca de uma autora secreta que eles desconfiam que sabe de um crime e talvez vai se matar (lá, eles são os espiões).
Bom, é legal ver uma história mais longa, um romance de novo do Veríssimo,o último que eu tinha lido era Clube dos Anjos, da série dos 7 pecados capitais (que também é legal!).
Ok, chega, sou fã. Adoro livros para ler em um dia!

13 de março de 2010

El Plan Infinito

Como eu mencionei no post anterior, ler Isabel Allende em espanhol é bem fácil, e acho que acabei contaminando minha amiga Debô a também comprar livros dela "no original" - embora eu tenha até pensado que esse era um dos meus! Confesso: comprei / ganhei tantos livros ano passado, que perdi o controle, hehehehe. Eu descobri a Isabel Allende nas mãos de outras pessoas no trem, 2 anos atrás. A pessoa estava lendo "A soma dos dias", eu sentei do lado dela, e fui assim, acompanhando a leitura (confesso: não consigo me segurar nesses casos), e achei muito interessante um livro que parece uma carta, a autora se dirigindo a alguém!, e quando ela se levantou para ir embora, eu vi o título e corri atrás (de conseguir o livro, não da pobre garota do trem!). Aí descobri que A Soma dos dias era continuação do livro Paula, dois livros autobiográficos, e a minha amiga Fér comprou os dois na argentina para mim, por serem bem mais baratos que aqui. E realmente, são muito fáceis de ler.
Esse último, El Plan Infitino, por vários elementos da história que são coincidentes com os livros autobiográficos, parece a história do atual marido dela e da família dele nos Estados Unidos, mas o livro apresenta como ficção, o nome é diferente, então realmente não dá para saber.
Eu particularmente achei esse livro muito triste e sofrido, o personagem principal passa por poucas e boas, de guerra do vietnã a casamentos errados (sim, no plural, pq ele comente o mesmo erro duas vezes), mas sempre tem um pouco de humor. Para quem se interessar, realmente recomendo começar por Paula e Soma dos dias. São histórias muito bonitas, emocionantes e incrivelmente reais.
Para terminar, uma frase que eu gostei muito, ou uma dica para os garotos:
"Mi amigo era buen mozo, galante y rico, pero yo bailaba mejor, podía tocar de oído varios instrumentos y sabía cocinar , esas tonterías llamam la aténcion de algunas mujeres."
Eu digo, ou de várias!

10 de março de 2010

De amor e outros demônios

Se eu gosto de ler, a culpa é da minha mãe.
Não culpa, vai, motivo. Ou causa.
Gosto de dizer que também há um componente genético - porque embora com a mesma mãe, eu e a minha irmã temos "ritmos" ou "gostos" de leituras diferentes.
E a minha mãe sempre gostou de ler, desde pequena (de lanterna, embaixo do lençol no quarto que dormia com os irmãos) e até a vida adulta. E na vida adulta, o que mais tem na biblioteca da minha mãe é Gabriel García Márquez, e foi mais ou menos aos 12 ou 13 anos, que eu li o meu primeiro - Do amor e outros demônios, um livro de contos, histórias curtas, uma verdadeira introdução ao grande escritor.
A primeira história é de uma garota que, depois de morta, ainda tem seus cabelos crescendo (e obviamente eles descobrem isso quando "desenterram" o crânio com um tamanho de cabelo impressionante, em metros - que eu não me lembro mais, dado o tempo!) Por esse detalhe, já dá para entender um pouco o que é o tal realismo fantástico do García Marquez, em que um pouco de absurdo sempre é aceito normalmente no cotidiano das pessoas (ok, essa pode não ser a definição formal, mas é a minha, hehehehe).
Minha mãe tem vários livros dele, e eu fui me deliciando com cada um deles, inclusive os clássicos Cem anos de solidão e Amor nos tempos do cólera, sendo que esse último foi o que eu mais gostei. O final é o melhor!!!! E especificamente a frase do personagem principal, que eu não posso comentar, claro, porque é o final!
Por fim, vale o comentário: eu comecei a ler livros em espanhol da Isabel Allende, que é uma maravilha, super fácil de ler (para mim, que fiz 3 anos de espanhol na escola e para minha mãe que só teve uma mãe espanhola). Minha mãe comprou a autobiografia do GGM, e achou bem difícil de ler... Realmente, não dá para falar que espanhol é tudo igual! Está aí a dica!
Bom, esse post é para minha mãe (outro!), porque ela fez aniversário agora no dia das mulheres (parabéns a todas nós), porque ela é uma mãe maravilhosa, que "inoculou" em mim esse gosto por leituras!

2 de março de 2010

A mulher do viajante do tempo

É um best seller auto-declarado, na capa já diz que venderam mais de 5 milhões de livros vendidos no mundo todo. E tem até filme - Sempre te amarei. (o qual eu ainda não assiti!)
Mas a verdade é que se trata realmente de um livro inusitado. Embora essa história de viajar no tempo possa parecer muito ficção científica, o enredo desse livro vai por outro lado: o cara tem uma doença genética, que, quando ele fica nervoso, ele viaja no tempo - passado, futuro, outro tempo, outro lugar, sem poder de escolha. (E o intereressante é que como "ele" que tem esse problema, o Henry sempre aparece nu e tem que se virar para arranjar roupas... Assim, a melhor estratégia de um viajante no tempo é correr, segundo o próprio!)
E como é possível perceber, já que o título não fala do personagem mais "chamativo" e sim da mulher dele, Clare, o livro é sim uma história de amor. Henry viaja no tempo para o passado dela, quando ele já passou pelo namoro e casamento dos dois. Quando Clare o conhece, no "presente", ela já passou a infância inteira recebendo visitas do futuro marido (embora ele não saiba ainda). Confuso? É uma história claramente circular, que discute um pouco o que é destino e livre arbítro. Num momento, o Henry chega a comentar que ele não consegue mudar algo que já aconteceu. Ele pode voltar no passado e fazer atividades que complementam o acontecimento, mas não alterá-lo em sua essência. (lembra um pouco o Harry Potter e o prisioneiro de Azkaban).
Um dos trechos que eu mais gostei é quando Clare fala da rotina do marido viajante (ele pode desaparecer e ficar 1 minuto ou dias até "voltar ao presente"): que quando ele não está, ela às vezes fica feliz - ao sair com os amigos, ir ao cinema, fazer coisas simples. Mas ela SEMPRE fica feliz quando ele volta. Lindo, né? Acho que a vida de quem encontrou o amor da sua vida é assim mesmo (porque não dá para prendê-lo numa caixinha, eu sei).
Esse livro é da Vivi, que trabalha comigo e é uma pessoa maravilhosa que compartilha comigo os seus livros de romance! Obrigada!