28 de novembro de 2020

Uma cidadezinha distante: A Diamantina de Helena Morley

 

Editora Companhia das Letras

Esse pequeno livro - um e-book gratuito! - é Elizabeth Bishop contando o que achou do livro de Helena Morley e como foram suas visitas a cidade de Diamantina, em que ela morava. Esse livreto é a propaganda para "Minha vida de menina", o diário de Helena Morley quando passava da infância para a juventude no interior de Minas. 

26 de novembro de 2020

A Improvável Jornada de Harold Fry

 

Editora Suma das Letras

A la Forrest Gump, Rachel Joyce descreve em "A Improvável Jornada de Harold Fry" um homem que recebe uma notícia sobre uma antiga amiga e resolve caminhar até chegar até ela. Sem lenço, nem documento, é daquelas histórias que provam que ainda existe algum tipo de comunidade - benfeitora, aproveitadora, curiosa.

Harold Fry é aposentado, então um viva também para livros que colocam idosos como protagonistas - não só lembrando de eventos, mas também agindo e criando novas memórias. 

É um bom livro - mas confesso que me decepcionei com o final. Mas a vida é assim, cheia de finais imperfeitos.


25 de novembro de 2020

Dupla Falta

 

Editora Intrínseca

Eu gosto muito da autora Lionel Shriver - e é por isso que eu tenho e já li tantos livros dela, mas esse, Dupla Falta, me decepcionou. A personagem principal é chata demais - e entendo que ela foi feita para ser chata - mas aí se foi um suplício se casar com ela, também foi ler sobre ela.

Talvez para quem gosta muito de tênis ou se interesse por esse tema de tensão por competição entre pares, vai curtir o livro mais que eu. 

De qualquer forma, a autora não se abstém de tratar temas difíceis com franqueza.

21 de novembro de 2020

Junia is not alone

Nesse pequeno livro, Scot McKinght fala sobre Junia - uma mulher citada pelo apóstolo Paulo - e que, pelo contexto, levou a estudiosos recentes (dos últimos 200 anos) a identifica-la como homem. Era mais fácil justificar que "Junia" talvez - remotamente - com uma pequena probabilidade - fosse um nome masculino do que dar a ela uma posição de liderança na igreja primitiva, e isso mostra como a cosmovisão pode mudar a forma de ler a Bíblia, mesmo contra todas as evidências.

Assim, "Junia não está sozinha", e há outras mulheres incríveis que foram ignoradas para manter uma posição confortável sobre o que se espera dos papeis dos homens e das mulheres na sociedade. 

Esse livro é uma pequena provocação e uma porta de entrada, mas não é definitivo pelo tema que é urgente dentro do contexto cristão. Recomendo!

15 de novembro de 2020

Melodia Mortal

 

Editora Fábrica 231

Eu quiser ler o livro "Melodia Mortal: Sherlock Holmes investiga as mortes de gênios da música", pois eu gosto de 1 - Sherlock Holmes, 2 - Música clássica, 3 - o autor Pedro Bandeira. Esse último escreveu esse livro com Guido Carlos Levi, que colaborou com a parte médica, que é bem específica.

Em cada capítulo, é apresentado um conto do Sherlock Holmes investigando a morte de alguém como Chopin ou Beethoven, discutindo se o motivo alegado de morte (mesmo sendo uma doença e não criminal) é o verdadeiro motivo. No final, há um grupo de amigos médicos que leram junto esse conto e discutem a perspectiva da morte considerando as informações atualizadas, também como bons detetives, mas científicos.

O Pedro Bandeira dá um tom de humor ao Sherlock Holmes, abrindo uma cortina para desmascara-lo através do olhar do Watson quando suas deduções estão erradas, mas ele é poupado de ser confrontado com seus erros.

É um livro ok e interessante, mas às vezes parece muito técnico (do ponto de vista médico) e não tão divertido.






7 de novembro de 2020

Princesas, bruxas e uma sardinha na brasa


 O que são contos de fadas?

Definitivamente não é necessário que apareçam fadas, mas eles são facilmente reconhecíveis pelos temas, um pouco de mágica e fantasia, a linguagem e o tamanho.

Neste livro de Helena Gomes e Geni Souza, temos contos de fadas contemporâneos - colocando as mulheres como protagonistas das suas próprias jornadas - atualizando algo da linguagem, mas sem quebrar o clima. Então, há Princesas, Bruxas e uma Sardinha na Brasa literalmente, e não celulares, maquiagem e decisões de carreiras, mas garantindo boas mensagens para as garotas - e, claro - os garotos também.

Boa literatura brasileira infantil!


6 de novembro de 2020

Resta Um

 

Editora Companhia das Letras

Resta Um é um jogo de pecinhas redondas, mas também pode ser o resultado de uma divisão, e aqui é um livro de Isabela Noronha, no qual a personagem principal é uma matemática, professora universitária, cuja filha desaparece ainda pré-adolescente.

A história toda parece um pesadelo - e só de pensar o tanto de criança desaparecida que existe no mundo - o apelo fica mais real e desesperador.

A prosa é encantadora, na toada do Flautista de Hamelin, totalmente envolvente sem ser muito apelativo. Um ótimo livro brasileiro.



3 de novembro de 2020

Tudo que você não soube

 

Editora Rocco

"Tudo que você não soube", livro de Fernanda Young, é uma carta de uma mulher para seu pai, que está morrendo, contando e comentando sua vida, e o impacto da sua família nas suas escolhas (escolhas mesmo?), e sua relação com a família atual - marido, filhos. 

É incrível ter uma personagem mulher tão franca e tão fora dos padrões da modernidade (padrões mesmo?), principalmente em relação ao relacionamento amoroso e a maternidade. Ela se justifica? Sim. Mas é sempre bom pensar nos outros lados das histórias.

1 de novembro de 2020

Lugar de mulher é onde Deus disser

 

Editora Peregrino


O livro "Lugar de mulher é onde Deus Disser, de Renata Veras, me decepcionou.

Ele não desenvolve a ideia do título completamente, são só vários textos de blog - curtos, tendendo a superficialidade (há até comentários do tipo: "não tenho tempo/espaço para desenvolver a ideia").

Há boas referências teológicas, mas é uma visão mais tradicional (o lugar da mulher é mesmo cuidando da casa, do marido e dos filhos).