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16 de agosto de 2025

The Exception to the rule

 

Editora Amazon Original Stories

Ah, às vezes, só precisamos de uma história para descansar a cabeça, não é? Esse livro - quase um conto - da dupla Christina Lauren faz isso com maestria: quase toda em troca de e-mails, sem complicar muito (com direito a uns: ah, vá! no meio), e com o final feliz que queremos. 

Menção honrosa a um título que funciona bem desde o começo: "the exception to the rule" começa com o mocinha falando que garotas só escrevem com muitos pontos de exclamação - e ela é a exceção a regra. 

Recomendo. 


13 de abril de 2025

Teto para dois

 

Editora Intrínseca

Nada como um livro de chick lit para uma leitura leve - embora esse "Teto para dois" tenha um relacionamento abusivo (da personagem principal com o ex-namorado) - eu li praticamente em 24h, o típico livro com capítulos curtos e leitura fluida super difícil de parar de ler.

Eu fiquei com vontade de ler outros livros da Beth O'Leary, bobo, mas bem construído e você não fica com vontade de matar o autor enrolando a história, mas também não fica insatisfeito de ser um livro muito curto. Entrega o que promete!




23 de abril de 2021

Queenie

 

Editora Orion Publishing

Na plataforma Goodreads, é dito que Queenie é uma encontro entre o Diário de Bridget Jones e Americanah, e esta pode ser uma boa dica do tom do livro, mas não dá para resumir nisso.

Queenie, nossa personagem principal na casa dos 20 anos, descobre que sofreu um aborto (apesar do DIU). O seu namorado está pedindo um tempo para pensar na vida - que inclui ela sair da casa em que eles moram juntos. Inicia-se uma crise de proporções épicas, e começam a sair todos os monstros da caixa - problemas no emprego, de identidade, relacionamentos com a família, com as amigas, com os homens - que poderia acontecer com qualquer mulher o mundo, mas, colocando a questão racial e todos os seus desdobramentos por cima, é de arregalar os olhos e sofrer junto.

É mais denso que a literatura chick lit normal - está mais na linha da Marian Keyes - mas é bom ter histórias assim que mostram o que as mulheres de diferentes tons tem de igual, e o que tem de diferente e o como a balança pesa para as mulheres negras, de qualquer condição social. 


3 de março de 2021

O Ano em que Te Conheci

 

Editora Nova Conceito


Em princípio, é interessante ler uma história dessas de chicklit com o tema principal de amizade entre dois adultos, que é a proposta do livro da Cecelia Ahern, O Ano em que Te Conheci, ainda mais um homem e uma mulher. É um mote não convencional, e eu estava animada.

No entanto, o enredo da mulher já cai para toda a ladainha convencional que já sabemos - vai dar tudo certo, pois ela é mais bonita do que acha, apesar de querer o controle sobre tudo, vai ser bom abrir mão para o inesperado, vai achar um emprego melhor - ou que lhe dê mais qualidade de vida - e ainda vai ficar com um cara bonitão e perfeito para ela no final. 

Eu realmente canso de tanta previsibilidade. 

23 de julho de 2020

Lendo de Cabeça para Baixo

 

Editora Rocco

A capa desse livro de Jo Platt, Lendo de Cabeça para Baixo, tão bonitinha, tem alguns elementos importantes dessa história: um gosto por livros e chá, a participação especial de um porquinho da índia, uma cerca e o vizinho do outro lado.

A frase do título é mencionada na história, mas, realmente talvez funcione melhor em inglês.

Há romance, drama, comédia, reviravoltas e o final feliz tão esperado - um chick lit razoável, leve para essa época de pandemia.


8 de março de 2019

The One and Only

Editora Hodder & Stoughton

"The One & Only" é um chick lit padrão, com uma personagem feminina bonita, inteligente, independente, e seus conflitos para ter um romance a altura das outras áreas da sua vida. Encosta-se em um ou outro assunto mais sensível, mas é isso.

Eu precisei ler a sinopse para lembrar da história, então não é nada marcante. A personagem principal adora futebol americano, e se torna jornalista esportista, então o assunto aparece pelo livro todo.

8 de outubro de 2017

The Birthday Girls

Editora Poolbeg Press
"The Birthday Girls" (não encontrei edição traduzida) é um livro sobre 4 amigas de infância na Irlanda que chegaram aos 39 anos e se reúnem em Miami para comemorar o que é o último aniversário de todas (já que uma delas se recusa a fazer 40 anos, então vai passar a ignorar a data no próximo ano). Depois da infância, elas passaram por histórias bem diferentes - a que engravidou e casou cedo e já tem filhos adultos, a que virou atriz, casou e descasou várias vezes e está passando por uma crise com vício em álcool e remédios, a workaholic sem relacionamentos, e a artista que passou por uma tragédia e está num relacionamento estável pensando em casar.

O livro é bem simples - dá para ir adivinhando o que vai acontecer - mas o que eu achei curioso é que a autora Pauline Lawless às vezes apresenta as personagens como muito velhas, que não conseguem lidar com novas tecnologias ("melhor dar um computador para a fulana, ela não vai conseguir usar um tablet") e às vezes como jovens com corpo sexy (todas possuem corpos esculturais, umas mais outras menos, mas ninguém sofre com peso acima do normal), prontas para aventuras amorosas com desconhecidos. É claro que um livro desses - fácil - não pode dar muita profundidade para os personagens, mas eu sinto que houve exageros demais que o deixa artificial.

De qualquer maneira, foi curioso ler um "chick lit" com mulheres mais velhas.






1 de outubro de 2017

A lista de Brett

Editora Verus - Capa Arrow Books

A lista de Brett: livrinho fácil de ler, com aquele final feliz encomendado, com empoderamento feminino e príncipe encantado. Nessa história, a mãe de Brett, que criou um império de cosméticos, falece e ao invés de promovê-la a presidente, deixa no seu testamento uma lista de sonhos a realizar (que a própria filha escreveu aos 14 anos) para que possa receber a parte do dinheiro que lhe é devida.

Para dar uma filosofada, a autora Lori Nelson Spielman coloca foco no que a gente abre mão de ser e fazer por causa do dinheiro, e como isso pode estar relacionado com uma tristeza intrínseca e falta de realização pessoal.

Mas esse livro é para ler de passatempo mesmo, não é de filosofar não! (E está no kindle unlimited.)

21 de dezembro de 2016

O Segredo do Meu Marido

Editora Intrínseca 
Lendo pela segunda vez Liane Moriarty, dá para confirmar que a autora escreve sobre o universo das mulheres com filhos, mas colocando ali uma pitada de drama de consequências inimagináveis. Ou melhor, ela imagina e escreve o livro todo com esse fato fora do comum, afetando e mudando a vida do círculo de personagens, mas é difícil prever o que o mesmo fato faria na vida de outras pessoas, ou mesmo na sua.

Em "O Segredo do Meu Marido", você pode achar que sabe que tipo de segredo é esse que marido tem, mas não é bem isso. Aliás, nem perto. Depois, você desconfia antes de ela contar, mas aí você fica com aquela batata quente na mão, sem saber como lidar. Ainda bem - quem precisa lidar são pessoas ali do outro lado do mundo, e você só se recosta, e curte um livro fácil e emocionante. Leitura de férias para entreter mesmo. Mas fica pensando: e se fosse você?

19 de abril de 2016

A Lua de Mel

Editora Record

Lottie tem 30 e poucos anos e quer casar. Depois de alguns anos de relacionamento sério, uma série de mal entendidos a levam a crer que será pedida em casamento - mas o tal do namorado só quer saber como eles podem usar as milhas nas próximas férias (an-ham, você tem que aceitar que ela é delirante). Ela termina o relacionamento, e logo em seguida reencontra um ex-namorado que está numa fase reflexiva e propõe que eles se casem mesmo sem terem se visto nos últimos dez anos (ou mais) porque o namoro deles foi ótimo e eles são "almas gêmeas". 

Em paralelo, sua irmã Fliss está passando por um divórcio traumático e tem que dar conta de sua própria recuperação emocional, do emprego, do filho e da preocupação com a irmã que acaba de tomar uma decisão precipitada e errada ao aceitar casar com o namorado da juventude em plena fase de rebound (alguém lembra o termo em português?). 

"A Lua de Mel", de Sophie Kinsella é um chick lit leve e bem forçado para cair na comicidade (e por isso é melhor que o livro do post anterior, Simplesemente Acontece), mas dá vontade de bater nas duas irmãs de vez em quando. Delirantes e obcecadas, tomam atitudes que pelamor, viu. No entanto, as duas são bem sucedidas em suas profissões, principamente a Fliss que é a editora principal de uma revista renomada de turismo. Post isso, me pergunto se é comum que mulheres com tanto sucesso na carreira possam realmente ser tão limitadas em sua inteligência relacional...

(De qq forma, daria um filme lindo - já que boa parte da trama se passa na Grécia, o tal lugar da lua de mel).


27 de julho de 2015

Anexos

Novo Século Editora - Capa Equipe Novo Século
No livro "Anexos" (cujo título fica melhor pelo duplo sentido em inglês - Attachments), a autora Rainbow Rowell (ainda quero descobrir se é nome artístico ou os pais eram realmente hippies) usa uma situação pela qual toda mulher moderna já passou ou ainda passa: a troca de e-mails com amigas - com um pequeno diferencial: o fato de um cara estar lendo tudo - e ele é pago pela empresa para isso - "ler e-mails e dar advertências para quem descumpre as regras". É claro que ele se interessa pela troca de e-mails e faz vista grossa, e daí é um pulo para ele se interessar por uma das garotas. 

É chicklit, despretensioso, divertido e, claro, um pouco forçado para dar tudo certo no final, mas eu gostei. Eu leio para ver tudo dar certo mesmo.

27 de janeiro de 2013

I've Got Your Number

Editora The Dial Press - Capa Shasti O'Leary Soudant e Anne Keenan Higgins

O último livro da Sophie Kinsella, "Fiquei com seu número", é um chick lit delicioso! É maravilhoso ler uma história que você sabe exatamente como vai acabar, mas isso não faz diferença, porque o caminho percorrido é emocionante.

Eu li em praticamente 24 horas - não dá vontade de largar, são várias surpresas e reviravoltas, dignas de filme. Eu já quase ASSISTI esse livro, tem tudo para ser uma deliciosa comédia romântica - por favor, me digam que já estão pensando num roteiro! Então, fãs de boa literatura para garotas, não percam esse livro que é de apaixonar!

26 de dezembro de 2012

The Mistery of Mercy Close

Editora Penguin
Marian Keyes é minha autora preferida de chick lit. Talvez porque seus livros não são simplesmente entretenimento leve num romance bobo para fazer sonhar um pouquinho, mas ela aborda assuntos sérios de maneira direta, sem perder o bom humor quando ele é possível.

Seu último livro, "O mistério de Mercy Close", é sobre Helen, a última das irmãs Walsh, mas mais do que isso, é sobre depressão, drama particular da autora. Na minha opinião, isso deixou o livro mais pesado e triste do que os outros, já que você é teletransportada para a mente em branco e preto de uma pessoa depressiva.

Este foi o livro dela que eu menos gostei - o humor de Marian Keyes está lá - mas o foco principal é a doença, então não é mesmo o que você espera de um livro de chick lit. Mas para quem quer entender melhor o que é depressão (de verdade, não quando você acorda triste e quer comprar um monte de sapatos e comer chocolate), vale a pena ler esse livro.

16 de outubro de 2012

Mammy Walsh's A-Z of the Walsh Family

Editora Penguin

Marian Keyes lançou recentemente mais dois livros sobra a família Walsh - personagens da maioria dos seus livros, um deles um romance propriamente dito sobre Helen ("The Mistery of Mercy Close") e o outro é como um "teaser" de filme, um e-book curtinho: "Família Walsh de A a Z - pela Mamãe Walsh" (numa tradução minha de "Mamy Walsh's A-Z of the Walsh Family").

É uma leitura curta, de uma hora ou menos, mas muito divertida. Está ali pingando de ironia e o humor ácido da Marian Keyes que você pode conhecer de outros livros. Além disso, é uma boa perspectiva unificada dessa família (confesso que eu já me perdi entre tantas irmãs e histórias). Algumas partes são apelativas - é estranho pensar numa mãe - avó falando tanto sobre sexo, mas também é interessante ver um pouco de "gente real" com bons e maus sentimentos de uma forma tão cândida.

Eu sou fã das Walshs, então o segundo livro sobre a Helen é definitivamente um dos próximos da minha lista!

4 de julho de 2012

Nick and Norah's Infinite Playlist

Editora Random House Children's Book
Eis que eu adorei esse livro: Nick and Norah`s Infinite Playlist. Adorei de ficar muito triste quando acabou, simplesmente porque eu não ia mais acompanhar os dois personagens principais depois de uma noite muito louca em Nova York, em que eles descobrem a paixão, quiçá, o amor.

Eu também pensei na hora que o livro seria um filme fantástico, mas aí eu errei. O filme existe e chama-se "Um noite de amor e música", e tem a atriz morena de 2 Broke Girls e o garoto nerdinho de Juno, e não é NADA do que eu imaginei. Eles incluíram detalhes nojentos e aumentaram a participação de personagens secundários provavelmente para dinamizar e atrair a juventude, mas eu achei o filme bem forçado, no geral. Perdeu o encanto, principalmente porque não traduziram na tela a sucessão de capítulos escritos do ponto de vista do Nick e da Norah, em que a gente mais sabe o que eles estão pensando e sentindo do que simplesmente fazendo (talvez os dois autores também tenham se intercalado, Rachel Cohn e David Levithan).

Vale o aviso que a história é fofinha, mas há alguns trechos levemente desconfortáveis para os mais tradicionais, nada que realmente tire o encanto desse livro (típica história adolescente, mas com detalhes picantes para agradar os jovens adultos). Recomendo, recomendo! 

28 de maio de 2012

O melhor de mim

Editora Arqueiro - Capa Raul Fernandes

Se você já conhece Nicholas Sparks, sabe o que pode esperar de "O melhor de mim": um romance cheio de clichês, muito drama, aquela narrativa feita para tocar fundo no seu coração e fazë-la desabar em lágrimas. Eu já estive lá, e agora estou mais vacinada... Ou então as histórias que estão saindo dramáticas de mais, muito forçadas mesmo - até a temática de um casal que não pode ficar junto na juventude e depois se reencontra, é parecida com a de outro livro dele.

Por isso, eu queria refletir aqui não sobre a história em si, mas sobre um comportamento do personagem principal - o cara que não fica com a mocinha, porque ele é de uma família de criminosos, ela é a riquinha popular da cidade, e, 20 anos depois, eles continuam se amando, apaixonados como sempre. A diferença é que ele se tornou um misantropo, e ela namorou, casou e teve 4 filhos. O amor que ele sentia por ela, não abriu espaço para mais ninguém, mas para a mulher não, ela conseguiu "reconstruir" a vida. E não é a primeira vez que o Nicholas Sparks escreve sobre isso - como eu citei, na outra história, isso se repetia.

O engraçado é que, em Persuasão, da Jane Austen, que eu li praticamente em paralelo, a personagem principal feminina defende justamente o contrário: que uma mulher pode manter um sentimento aceso se não deu certo o relacionamento com um homem, e continuará sozinha, mas o sentimento do homem se esfriará e ele terá outros relacionamentos...

Quem será que está certo? Em pouco mais de 100 anos, o mundo mudou tanto, ou homens e mulheres não são tão diferentes assim?

19 de janeiro de 2012

Heartburn

Editora Vintage
Eu "descobri" Nora Ephron numa entrevista da revista Lola, mas se ela não é muito conhecida de nome, dificilmente você não assistiu algum filme dela, como Harry e Sally, Mensagem para você ou Julia e Julie. Eu gostei muito do papo dela e fui procurar seus livros, e escolhi Heartburn pelo título - que é intraduzível em português, já que significa "gastrite", "queimação", rementendo a comidas, mas sem o jogo de palavras do coração sendo machucado.

Sabe aquela amiga que não para de falar, vai emendando uma história na outra com muitos comentários paralelos para explicar esta ou aquela pessoa que vai surgindo, ou as emoções que ela está sentido? Esta é Rachel Samstat, que começou com uma coluna de jornal em que entrevistava pessoas e passava receitas delas, e tornou-se uma pequena "celebridade" com programa de TV e livros culinários na mesma linha, em que as receitas fazem parte de um contexto maior (neste, não é diferente, há diversas receitas no meio de parágrafos, a medida em que ela associa uma situação a um prato, como carne assada ou torta de limão).

O ponto de partida do livro é quando ela descobre que, grávida de 7 meses, o marido a está traindo desde praticamente o começo da gravidez (eles tem outro filho pequeno também). Então ela vai contando como tudo aconteceu, com flashbacks do namoro, do 1o casamento dela, de amigos, do trabalho, tudo numa linha contínua como um monólogo. Ela é engraçada e fala coisas muito inusitadas, então o livro não fica melancólico, embora a situação seja grave e ela esteja triste.

O livro é da década 80, então é interessante também ver referências a um mundo tão diferente em certos sentidos (em que grávidas tomavam drinks), mas não tão diferentes nas relações entre homem e mulher. Há muitas citações que eu gostaria de compartilhar aqui, mas eu vou colocar duas (longas, eu sei):

"Às vezes, eu acredito que o amor morre mas a esperança dura eternamente.
Às vezes, eu acredito que a esperança morre, mas o amor dura eternamente.
Às vezes, eu acredito que sexo mais culpa igual a amor,
e, às vezes, eu acredito que sexo mais culpa igual a sexo bom.
Às vezes, eu acredito que amor é tão natural como as marés,
e, às vezes, eu acredito que amor é um ato de vontade.
Às vezes, eu acredito que algumas pessoas são melhores no amor do que outras,
e, às vezes, eu acredito que todo mundo está fingindo.
Às vezes, eu acredito que amor é essencial,
e, às vezes, eu acredito que a única razão do amor ser essencial é que de outra forma você passaria toda sua vida procurando-o."

"Muito tem sido escrito recentemente sobre o fato de que homens não choram o suficiente. Chorar é tido como uma coisa desejável, um sinal de sensibilidade masculina madura, e acredita-se geralmente que quando meninos pequenos são ensinados que chorar não é coisa de homem, eles crescem incapazes de lidar com dor e angústia e desapontamento e sentimentos em geral. Eu gostaria de falar duas coisas sobre isso. A primeira é que eu sempre acreditei que chorar é uma atividade superestimada: mulheres fazem demais, e a última coisa que devemos querer é que isso se torne um excesso universal. A segunda coisa que eu quero dizer é: cuidado com homens que choram. É verdade que homens que choram são sensíveis aos e em contato com sentimentos, mas os únicos sentimentos que eles tendem a ser sensíveis a e em contato com são seus próprios."

Por fim, esse livro foi publicado recentemente no Brasil como "O Amor é Fogo", mas o filme adaptado do livro, com Meryl Streep e Jack Nicholson, chama-se "A difícil arte de amar" e é de 1986.

22 de dezembro de 2011

Desculpa se te chamo de amor

Editora Planeta - Capa Renata Milan
Sim, eu tenho minhas reservas. Coisas que eu não gosto. Ou não boto fé. Desconfio. Preconceito, se você quiser. Casos de Lolitas são justamente uma dessas coisas. Amor verdadeiro de um cara mais velho, meia-idade, e uma adolescente. 20 anos de diferença. E esse é justamente o tema do livro, que já avisa na contra-capa: E se for amor, amor de verdade?

ok, pode até ser amor de verdade, e tenho certeza que você, caro leitor, conhece alguém ou um amigo de alguém, ou a prima do amigo de alguém, que passou por uma história dessas e deu suuuper certo, então isso é possível e tal. Mas fazer o quê? Eu desconfio.

E não gosto dos clichês: adolescente linda, cheia de vida, animada, mas sentimentalmente madura para a idade; homem de meia idade, inteligente, com boa forma, bem sucedido, precisando de "vida", alguém que o relembre de como é se sentir pleno. E é claro que dá certo. Muito certo, em todas as áreas.

É verdade que eu comecei a ler esse livro com os dois pés atrás, mas acabei me decepcionando com outros detalhes também: como tramas paralelas dispensáveis, personagens caricatos demais, e uma tradução não lá muito boa (como se fosse literal, mas simplesmente não funciona em português. Algumas construções de frases pareciam bem estranhas).

Por outro lado, há vantagens também, como poder ler um romance contemporâneo italiano e ver como é um pouco da socidade (se alguém souber mais sobre o que se trata o tal exame de maturidade que eles fazem, contem aí - é um nome bem engraçado para um exame final de colegial) e da paisagem (descrições de Roma e algumas redondezas), e mais que isso, vale para ter a visão de um homem italiano - que, receio, atende a todos os esterótipos também, a ponto de ter a seguinte frase sobre uma noite do casal em Paris:

"E uma noite que perde os seus limites. E por fim até aquelas estrelas francesas devem admitir. Sim. É mais uma vitória. Os italianos o fazem melhor."

rá-rá-rá.

Bom, se você quiser saber um pouco mais sobre a história lendo outra crítica desfavorável (com a qual eu concordo), clique aqui. Sem mais.

9 de novembro de 2011

Melancia

Editora Bertran Brasil
Melancia foi o livro que me introduziu ao mundo da chick lit - literatura para garotas, com personagens e dramas contemporâneos. Eu o li anos atrás, e adorei o humor ácido e irônico da personagem principal Claire. O título já é uma referência a si mesma, grávida, e a narrativa começa no dia em que sua filha nasce e o marido a abandona porque está tendo um caso com a vizinha...

Com esse livro, eu virei fã da Marian Keyes que consegue fazer histórias engraçadas, românticas, dramáticas, sem cair no banal: fazer compras - arranjar um namorado - emagrecer (não necessariamente nessa ordem, claro). Esse livro apesar do ponto de partida crítico, prende a leitora logo de cara (não sei de homens que lêem esses livros, mas devem existir por aí), e flui que é uma maravilha. Entretenimento puro, como toda chick lit de qualidade.

Chick Lit está muito associada a minha amizade com a Debô, aniversariante do dia. Ela gosta, eu gosto e isso resulta em livros desse tipo fazendo a ponte aérea SP-RJ tão regularmente quanto possível. Com certeza, ela já leu vários dos livros desse blog por conta disso - já que assim como o meu, o gosto dela não se restringe a esse tema. É tão bom ter uma amizade assim, de anos compartilhando histórias, aventuras, alegrias e tristezas e muitos, mas muitos livros mesmo! Que continue assim por várias décadas! Parabéns, Debô!

5 de novembro de 2011

Something Borrowed

Editora St. Martin's Griffin
Em inglês, existe a expressão: "something old, something new, something borrowed, something blue" ou "algo velho, algo novo, algo emprestado, algo azul", que a noiva deve levar no casamento para ter sorte. O título desse livro, e também um filme, perdeu parte da graça e do sentido quando traduzido para o português, e virou: "O noivo da minha melhor amiga". Mas aí dá para entender quem está "emprestando" algo sem saber é a própria noiva, e se trata do noivo para a sua melhor amiga.

O que é mais difícil é que há todas as justificativas possíveis: a amiga e o noivo se conheceram antes e eram amigos, depois ele começa e namora por anos a amiga, que na verdade é uma egocêntrica não tão amiga assim, eles sentem coisas que nunca sentiram antes por mais ninguém. Mas existe a preocupação em magoar a noiva, terminar a amizade e ficam meses de impasse...

O que eu não entendo, e nunca entendi mesmo, é como alguém acha que esconder que engana uma pessoa traindo-a com outra (sendo namoro ou amizade) é uma forma de proteção a essa "terceira". Eu acredito que a pessoa só quer se resguardar de um conflito e de ter que aceitar as consequências, geralmente públicas, de terminar um namoro ou uma amizade, para ficar com quem "se ama". (E "amor" entre aspas mesmo, porque eu acredito que amor não se esconde). 

Esse assunto é mega polêmico e eu só queria compartilhar a indignação com a qual eu li o livro ao acompanhar esse triângulo amoroso. O final é esse mesmo que você imagina, super previsível, mas eu achei um pouco decepcionante, como um antí-clímax mesmo. Alguém assistiu o filme e gostou?