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| Editora Zahar |
O assunto sobre maternidade muito me interessa - e embora eu esteja cada vez mais certa das minhas opiniões a respeito - eu continuo lendo bastante sobre o tema.
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| Editora Zahar |
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| Editora Fósforo |
Pequeeeeeeeeeno, menos de 70 páginas, li de uma sentada só numa tarde tranquila de domingo.
É bom, a leitura flui e parece que você vai vendo as pessoas (ela descreve bem fotografias, por exemplo, como essa da capa), e é interessante conhecer uma realidade diferente (pobres da França durante o século XX), mas não fiquei com vontade de comprar os livros dela - só se realmente cair nas minhas mãos novamente.
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| Editora Todavia |
Eu gosto de livros assim - ficcionais ou não - que nos levam através de uma narrativa, mas me pareceu que a potência do primeiro capítulo não se concretizou - e olha que ele cria uma expectativa alta, de uma ficção científica ou uma distopia futurista - ah! muitas possibilidades.
É um bom livro mesmo assim. Literatura brasileira (escrita por mulheres) brilha!
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| Editora Arquipélogo Editorial |
O título do livro: Cheguei bem a tempo de ver o palco desabar
Minha expectativa: causos divertidos sobre a música brasileira recente
O que eu recebi: memórias da vida do autor: sua carreira, seu relacionamento com o trabalho, os artistas, sua visão de mundo e, sim, mau humor. Quase nada realmente divertido ou engraçado. MUITAS referências que eu não conheço (sim, pelo jeito, não sei quase nada de rock brasileiro) e muitas críticas ao pop que eu também não consegui acompanhar.
Recomendo só para iniciados no tema e que gostam de jornalismo cultural.
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| Editora Knopf Publishing Group |
"O Retrato de Casamento" é um romance histórico sobre Lucrezia de Medici, com muitas partes inventadas - mas principalmente o que sabemos sobre ela é que morre jovem, logo após casar com 14 anos, e há um suspeita de que tenha sido assassinada pelo marido.
A história é boa - e como só tem essa história - a autora fica alternando entre diferentes momentos da vida da garota, acaba ficando um pouco cansativa, pois tudo está em cima dessa tensão do momento que ela vai morrer.
No final (sem spoilers), há um pequeno comentário sobre vários personagens da época, e como vários deles parecem ter matado suas esposas, por motivos bem fúteis. Uma tristeza.
Eu gosto muito do estilo de escrita da Maggie O'Farrel, mas há livros dela melhores.
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| Editora 34 |
Temos aqui um pouco do dilema do adultério, mas principalmente a crise de dois homens que se chocam e se retroalimentam até chegar a loucura e de volta a sanidade. Um livro que funcionou muito bem no clube do livro, e termina, por enquanto, minha jornada russa.
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| Editora Carambaia |
O conto de Tolstói tem um talento literário diferente, mas as histórias dela são boas, e acredito que o valor está principalmente em ter uma visão feminina de questões da sociedade da mesma época (e talvez até atuais).
No final, temos uma análise das obras, e até mais dados biográficos complementares sobre a família Tolstói. Uma ótima edição.
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| Editora Todavia |
Um livro contemporâneo brasileiro muito bom.
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| Editora Intrínseca |
Eu fiquei curiosa a respeito de um mistério (relacionado a uma investigação de crime) e depois ele me pareceu um anti-clímax... Mas uma amiga me disse que o livro não era sobre isso, e sim sobre a vida da personagem principal, bem comum, a Violette. Bem, se olhar por essa ótica, o livro é melhor do que eu achei.
Eu também não gostei muito dos interesses românticos masculinos, eu acho que o livro seria melhor se eles não fossem tão obcecados por uma só pessoa a vida toda.
Assim, com vários poréns, eu ainda recomendo esse livro para mulheres, e para clubes de leitura, especificamente.
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| Editora Autêntica |
É um livro muito bonito, e que ressoou bastante comigo, mas eu gostei mais da primeira parte do que da segunda - parece que o livro tem uma quebra, e a velocidade muda. O final é bom - e faz pensar na nossa vida.
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| Editora Fiel |
Na sua narração, ela cita várias passagens bíblicas (não especificamente sobre pecados), mas sobre Jesus, milagres (como do cego que voltou a ver) e santificação.
Os comentários do Goodreads atacam um pouco a autora, mas também quem avaliou bem o livro. É um livro bem particular sobre a trajetória da autora - no final que tem alguns conselhos sobre caminhada cristã, mas achei que passa longe do que falam por aí como "cura gay". Acho, inclusive, que quem for ler esse livro buscando ajuda para alguma situação específica, vai entender que é mais sobre Deus do que qualquer coisa.
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| Editora Objetiva |
Não é o seu melhor livro, mas ainda é bom. Que descanse em paz.
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| Editora Companhia das Letras |
É incrível como podemos conhecer a menina, a jovem, e depois a mulher adulta - com filhos, obras publicadas, e um vício em opioides que a levou a morte - essa obra em particular termina quando ela está tentando a desintoxicação pela segunda vez.
Ela veio de uma classe baixa, então é interessante também o cenário social - o que são pessoas pobres no pós II Guerra na Europa.
É um livro sofrido e muito bom de ler.
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| Editora Kalinka |
É um bom panorama da sociedade soviética privilegiada, na segunda metade do século XX. Mas a narração é confusa, ela vai e volta, e é fácil se perder sobre quando e com quem os episódios que ele conta acontecem.
Aprendi bastante de história recente na discussão no clube do livro, mas não recomendo, porque achei meio chato.
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| Editora Mundo Cristão |
No começo, fala que é um livro voltado para pastores, mas a medida que ele avança, fala diretamente com mulheres e homens membros da igreja.
É interessante por desconstruir algumas doutrinas sobre véus, vestes e estética, mas achei um pouco fraco o capítulo sobre trabalho (não é pecado a mulher trabalhar fora de casa, mas também não é necessário). Embora, pelos relatos de seu trabalho pastoral, ele seja bem compreensivo sobre as diferentes configurações das famílias brasileiras. Mas é isso, compreensivo, como se o ideal fosse ainda a casa da mulher de provérbios 31, que inclui, é claro, servos. (Eu sempre me questiono: esses servos tem família? Eles são filhos de Deus? Essas mulheres servas também não deveriam estar em casa e não servindo a mulher virtuosa?)
De qualquer forma, ele cita extensamente as atrocidades que são faladas por outros pastores, líderes e influencers cristãos (se é que são cristãos mesmo), então esse livro é sim uma postura bem moderada e razoável.
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| Editora Alfaguara |
Apesar da linguagem antiquada, o livro é uma crítica social muito condizente com a atualidade, o que é interessante, mas realmente descaracteriza como romance histórico, na minha opinião. Mas será que é possível não ter esse viés, mesmo quando não for tão óbvio quanto o é nesse livro?
Recomendo a leitura - mas pode ser um pouco cansativo.
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| Editora Todavia |
Acredito que os leitores locais devem já ter muitas referências sobre os personagens - a começar pelo Thomas Cromwell, e aí algumas piadas internas, ou sacadas de desenvolvimento de personagens, estão além da minha compreensão.
Mesmo assim, é interessante ver a construção ficcional desse período tão crítico: o momento que Henrique VIII quer se casar com Ana Bolena, e como nada é tão simples como "ele queria o divórcio, então criou a Igreja da Inglaterra separada da Igreja Católica".
É um bom livro, merece seus prêmios, mas incrivelmente me parece muito regional.
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| Editora Vida Nova |
É um bom livro: muito claro, com atividades para interação e momentos claros que falam: vai contar isso para a sua mãe! (e, adivinhem, um livro específico para as mães ajudarem as crianças a lerem esse livro). (não comprei nem um nem outro, li no kindle unlimited).
Em um dos capítulos, que fala sobre a mentira de ter mais liberdade, a autora justifica que as meninas precisam primeiro de mais responsabilidade, afinal, com 14 anos antigamente já se casava... Mas no capítulo sobre namoro, fala que não é para namorar porque se é muito novo - ou seja, o mesmo argumento não vale. (Não sou a favor de namoro para meninas de 8 a 12 anos, a quem esse livro é destinado, mas não gosto de argumentos fracos sobre esse assunto).
O outro ponto é que eu achei bem radical a regra de aplicar a todo entretenimento em Filipenses 4.8. Eu acredito que deve existir limites, claro, mas vai sobrar pouca coisa no mundo se aplicarmos as regras que a autora sugere:
- Não tem nenhuma inverdade, como ensinar sobre evolução ou dizer que Deus não é real.
- Não tem cenas, letra ou situações que fazem coisas coisas ruins, como beber ou usar drogas, parecer atraentes
- Seus pais diriam que não tem problema você assistir ou ouvir (A única regra que deve valer, na minha opinião)
- As pessoas se vestem e falam com recato.
- Não deixa em sua mente pensamentos ou imagens feias ou violentas.
- Você mostraria para seus pais, seu pastor, seus professores e outros.
- Foi criado com cuidado e a ajudou a usar a imaginação.
- Você recomendaria para outros.
Claro que, provavelmente, a ideia seja levar a não assistir por nografia, mas vai pelo ralo quase tudo.
Assim, eu estou considerando ler com minhas filhas, acho que tem muitas lições valiosas, mas tem realmente esses dois poréns.
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| Editora Recriar |
Os primeiros capítulos parecem ter uma linguagem mais técnica, de quem estuda Humanas, e para mim, ficou menos fluido, mas os capítulos de interpretação prática são mais claros.
A autora questiona o Cânone das Escrituras e a autoria de alguns livros, mas contribui para nossa reflexão sobre o texto bíblico, o contexto cultural e a identidade e o papel da mulher hoje, mostrando claramente como Jesus, além de Salvador, foi totalmente disruptivo em relação a sociedade da época, respeitando e valorizando as mulheres com as quais interagia, e os conhecimentos que passava.
Eu recomendo para quem se interessa sobre feminismo e fé cristã.
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| Editora Todavia |
A leitura flui sem esforço, mas parece não chegar em lugar nenhum - apesar de termos alguns vislumbres sobre a vida e características da narradora através da interação com outras pessoas. Consigo ver que a autora escreve bem, mas a histórica ficou um pouco sem sentido - ou sem direção - ou então abriram-se tantas possibilidades que não se chega a lugar algum.
Nota 3.5, e recomendo apenas para quem já ouviu falar do livro e ficou curioso (Tem no app Biblion).
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| Editora Boitempo |
É um livro curto (cerca de 250 páginas), mas ele trata de temas significativos: justiça, moral, censura, colonização... Não é um livro fácil, mas é denso e muito pertinente para a época (ele foi considerado o revolucionário Zero do que viria a ser a Revolução Russa em 1917) e também para hoje em dia. A discussão sobre censura e liberdade de imprensa, por exemplo, ecoa na nossa época de redes sociais.
Recomendo para quem se interessa por uma ficção que parece quase uma não ficção, quem gosta de história russa, e quem se interessa por temas filosóficos - e se ler num clube do livro, a discussão pode ser bem boa!
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| Editora Todavia |
A personagem principal é uma senhorinha, com a qual eu já simpatizei nos primeiros capítulos. Ela tem umas tiradas muito boas, e vai vivendo a vida dela do jeito que quer, o que eu sempre admiro.
A história é boa - mas, veja bem, não deu para entender porque ela ganhou o Nobel. Eu admiro muito mais o trabalho da Han Kang em termos de originalidade e forma. Aqui é mais o simples bem feito (o que eu também recomendo).
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| Editora Kalinka |
Ao longo da história, ele vai enlouquecendo, tendo alucinações, achando que está sendo perseguido - pela polícia, pelo gato, por pessoas escondidas atrás do papel de parede... é muito bizarro. As pessoas ao redor não se alarmam - ou melhor, consideram tudo um motivo para dar risada e provoca-lo mais. Lá pelo meio do livro, surge uma história paralela entre uma mulher adulta e um garoto que deve ter uns 13 anos, muito estranha e desconfortável também. Tudo parece ter um tom de humor, mas aí eu já não estava achando nada divertido.
Pode ser uma crítica a vida russa do começo do século XX, ou a estrutura de cargos do governo, ou às expectativas de carreira de um funcionário público, mas fiquei perdida, e só restou um ódio de todos os personagens - com exceção do Sacha, de quem tive dó.
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| Editora Bookouture |
O que eu fiquei mais impressionada é com o subtítulo: atrás de portas fechadas, ela vê tudo. Só que não. Ela não vê mesmo.
Entendo o sucesso, mas tem coisa melhor por aí.
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| Editora Thomas Nelson |
O autor realmente foca no que o subtítulo diz: sobre o verdadeiro cuidado das almas, e baseado em Ezequiel 34, define o serviço do pastor, como selecionar e formar pessoas para exercer esse serviço, e também classifica os tipos de ovelhas, e como podem ser cuidadas em cada caso. É lindo de se ver.
Ele também fala do argumento dos pastores casarem: para alguém cuidar da vida deles enquanto eles se dedicam ao trabalho ministerial - e enquanto é um serviço por deveras nobre e respeitável, não menciona nada sobre mulheres também trabalharem para o serviço de Deus (parece que as freiras e outras mulheres de vocação ao serviço ministerial foram esquecidas nesse momento).
Recomendo fortemente. Está no kindle unlimited e no aplicativo Pilgrim.
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| Editora Amazon Original Stories |
Menção honrosa a um título que funciona bem desde o começo: "the exception to the rule" começa com o mocinha falando que garotas só escrevem com muitos pontos de exclamação - e ela é a exceção a regra.
Recomendo.
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| Editora Todavia |
Também há uma discussão sobre colorimetria - sempre pertinente, e sempre relevante culturalmente.
Recomendo muito.
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| Editora Companhia das Letras |
Jonathan Haidt é um psicólogo social e fez uma pesquisa muito bem fundamentada para escrever esse livro (nota-se pelas dezenas de páginas de notas e bibliografia). Além de analisar a situação, ele propõe soluções práticas para lidar com a questão da infância hiperconectada. Há muitas dicas para quem é dos Estados Unidos, mas é possível aplica-las aqui também. Proibir celulares nas escolas é uma proposta desse livro, e espero que outras possam ser implementadas aqui.
Há recomendações simples para as famílias também, independente de governos ou instituições escolares, então sugiro não deixar para depois (mesmo se o seu filho tiver 3 anos e você ainda nem sonhar em dar um celular para ele ainda).
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| Editora Venus |
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| Editora Nova Fronteira |
Italo Svevo cria um personagem chato - o Zeno - mas muito interessante, porque ele mesmo sendo o narrador da sua vida, dá para perceber o quanto ele se engana (aparentemente) ao contar o que acontece, e o tanto que dá para presumir da realidade ou das pessoas ao seu redor.
A ideia é ser engraçado, eu suponho, mas dá raiva também de como pode ser tão besta um homem sem necessidade de trabalhar e sem muita inteligência (o próprio pai deixa um testamento dizendo que ele não pode administrar os próprios bens recebidos em herança).
É uma boa leitura e rendeu ótimas discussões no clube do livro desse mês.
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| Editora Todavia |
É muito sensível a descrição da conexão entre duas mulheres, a amizade, e como pode ser delicado e complexo esse relacionamento. Belíssimo.
A trajetória da personagem através do país, as descrições de paisagens, céu, mar, árvores, e neve - muita neve - são muito bonitas, é como se estivéssemos lá (de uma forma não óbvia).
Por fim, a descrição de um outro massacre na história da Coreia do Sul (além daquele de Atos Humanos) é algo que realmente me impressionou e me doeu.
Han Kang merece com toda certeza seu Nobel de Literatura, e agora é certo: vou ler tudo o que ela publicar.
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| Editora Companhia das Letras |
Dá para entender que pode ser um filme bom (e talvez lembrar de outros filmes de mistério / terror por aí), e acho muito legal que é um autor brasileiro nessa temática, em histórias contemporâneas, mas acho que a minha dose de violência explícita já deu.
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| Editora Planeta |
No goodreads, alguns leitores disseram que "o livro melhora", mas atenção, não é a forma de escrita, e sim acredito que o interesse na história "distrai" do formato.
O livro me lembrou "tudo é rio", uma história forte e com cenas explícitas, que pode acabar ganhando o leitor pelo assombro - mas sem a linguagem poética de Carla Madeira, dificilmente vai fazer tanto sucesso assim.
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| Editora Alelph |
Por ser um livro de 1965, até que tem bastante gente que já leu ou conhece, é realmente um clássico da ficção científica e uma construção de mundo MUITO boa - história, sociedade, ecologia, ciência, espiritualidade.
Ainda não assisti os filmes (nem o antigo, nem os mais recentes), mas vou chegar lá.
O passo seguinte foi ver a lista de livros, e já são 22! Mas a maioria não foi escrita pelo autor original, Frank Hebert, que escreveu seis. Ainda não sei se vou ler todos - há opiniões que a qualidade dos livros vai decaindo ao longo do tempo...
O que vocês acham???
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| Editora Todavia |
"O perigo de estar lúcida" é de 2022, e de maneira bem coerente com o mundo pós pandemia, discute loucura, lucidez, saúde mental e as relações humanas, claro.
Adorei.
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| Editora Nova Fronteira |
O plot twist supreende, e a leitura flui - foi o livro que eu escolhi para ler em um dia de férias. Sucesso!
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| Editora Cultura Cristã |
Os capítulos são alternados entre o pastor Kevin DeYoung e o líder de louvor (pelo que eu entendi) Ted Kluck, sendo que a proposta do primeiro é ser mais técnico e do segundo é trazer mais "cultura" e "humor", mas que me pareceu muito mais com deboche.
Há alguns pontos interessantes, alguns argumentos bem fundamentados na Bíblia sobre ser igreja / fazer parte de uma igreja local, mas muito do livro é datado e específico demais para eu recomendar para esse momento (2025) aqui no Brasil.
Queria muito ler um livro sobre igreja atual escrito por brasileiros. Alguém indica um?
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| Editora Companhia das Letras |
Demora um pouco para nos envolvermos com os personagens, e o final é tão apressado que parece que estava acabando o papel do mundo, mas o livro é ótimo para abrir uma cortina sobre eventos recentes do mundo.
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| Editora Companhia das Letras |
Logo no começo de Depois do Trovão, eu me peguei emocionada lembrando de Grande Sertão Veredas, um livro que eu amo. Era as reminiscências ao contar a história, um narrador mais velho, a linguagem, o sertão...
Mas o livro de Micheliny Versunschk traz outras camadas: o foco da narrativa é indígena, assim como seus outros livros. Estamos no século XVII, no meio das guerras entre os colonizadores e a população indígena nativa, algo que não se vê nas aulas de história do Brasil. A linguagem também oscila, variando com o que está sendo narrado: às vezes temos uma proximidade maior com o português padrão (há até uma carta em escrita formal) e às vezes temos tantas palavras de idiomas nativos, que fica um pouco confuso (mas, como é dito no final do livro, é possível achar o significado das palavras na internet, e por isso que não há notas - e temos aí outra semelhança com o livro de Guimarães Rosa: o melhor é se entregar a história e ao estranhamento e a releitura, até ao encantamento).
A capa do livro é linda e totalmente pertinente: estamos sim falando da identidade do nosso país.
Agradeço a editora por me disponibilizar esse livro pelo NetGalley.
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| Editora Record |
Venho aqui comunicar a todos que achei uma série melhor que o livro. No caso, a série Dept. Q da Netflix, que se baseia no livro A mulher enjaulada do autor dinamarquês Jussi Adler-Olsen.
Eu assisti primeiro a série, e gostei tanto dos personagens, principalmente, que acabei querendo mais. Quando eu vi que tinham 10 - DEZ - livros na série, queria ler todos. Mas aproveitei que o primeiro, em português, estava no kindle unlimited, baixei e comecei a ler (só tem os dois primeiros traduzidos, pelo que eu vi).
Só que, como sempre, tem diferenças entre o livro e a série, e TODAS as diferenças melhoraram a trama do livro. Há mais personagens femininos e eles não são descritos apenas pela sua beleza ou utilidade para o personagem principal (que é mais chato no livro), o personagem sírio é menos caricato e traz uma outra camada de mistério para a história, e até a justificativa do crime é melhor.
Então é isso, assistam a série, e torçam comigo por uma segunda temporada!
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| Publicação Diogo Carneiro |
Na edição de capa dura que eu li, as ilustrações são lindíssimas - e é o maior trunfo do livro. Os personagens da fauna brasileiras são interessantíssimos - temos uma capivara antes de capivara virar esse animal famoso. Mas a narração tropeça um pouco, e poderia ser melhor editada, sendo confusa em algumas partes.
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| Editora Henry Holt and Co. |
A premissa do livro é interessante: uma pessoa resolve se suicidar depois de curtir os seus últimos momentos num hotel maravilhoso, mas a noiva que vai ter seu casamento ali nos próximos dias pede que ela mude de ideia para não estragar a semana perfeita que ela planejou - e que não envolvia alguém morrendo em um dos quartos. A personagem principal então resolve aguentar mais uns dias (que envolvem ficar no quarto de graça, já que ela mesma só tinha dinheiro para uma noite). Aí que a história vai tomando um rumo cada vez mais bizarro, e encaminha-se para um romance padrão (previsível sobre quem vai ficar com quem, e todos felizes no final).
O que cansa, realmente, é o tanto que o narrador explica o que os personagens estão sentido, como se fosse uma contínua sessão de terapia. Dá para entender o apelo, e o que é discutido muitas vezes é muito pertinente para as situações dos personagens, mas, mesmo assim, fica tudo parecendo forçado.
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| Editora Record |
Ao contrário do primeiro livro que eu li do Edney Silvestre, A felicidade é fácil, esse eu não gostei tanto. Até fui ver que eu achei umas partes cansativas - e esse livro "se eu fechar os olhos agora" é quase todo cansativo. Eu geralmente gosto de personagens idosos, mas o idoso da trama e os dois garotos são muito autoconscientes, esclarecidos até demais, numa época que não condiz com o discurso. As partes violentas são muito gráficas - principalmente sexuais, então é um sofrimento grande.
Além disso, o prefácio é de algum diretor da globo que adaptou o livro para uma minissérie (que eu não assisti), e logo de cara ele já fala das alterações que fez na história - então realmente parece que o livro está aí publicado para quem primeiro viu na TV (e, olha, pela quantidade de diálogo, parece que o autor já estava focando essa adaptação).
Realmente, não sei como ganhou um Jabuti.
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| Editora Paralela |
Cheguei um pouco tarde para essa festa (o livro é de 2019, a série é de 2023), mas estava precisando de uma leitura mais leve e o livro Daisy Jones & The Six caiu muito bem. Não que a história seja totalmente leve em si - há drogas e rock n'roll - mas Taylor Jenkins Reid escreve de maneira fluida, e entrega um ótimo romance de entretenimento.
A estrutura do livro também é muito interessante: a narrativa é só feita através de trechos de entrevistas das pessoas que fizeram parte da banda ou que conviveram com ela, como se fosse uma história real.
A descrição dos personagens e de algumas cenas é tão boa, que chegou a decepcionar quando eu busquei na internet como foram feitas as imagens da minissérie - PUXA! a capa do disco parecia perfeita mesmo - sem o rosto de Daisy e Billy - e a foto da piscina também.
A Daisy talvez exista por aí, a Camilla também, e o Billy definitivamente não - alguém sabe de onde estão saindo esses caras de livros de romance?
E sim, eu recomendo para férias, distrair e entreter.
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| Editora Bertrand |
Eu adoro os livros da Marian Keyes - mas esse realmente deixou bastante a desejar... Não simpatizei com nenhum personagem, e o livro foi se arrastando por semanas até eu finalmente encarar as últimas 2 horas que faltavam (num total de 600 páginas)
Os temas sérios da vez são bulimia, gestão de negócios, imigração na Europa, pobreza menstrual e fidelidade conjugal. E sim, muitos temas sérios e muitos personagens, e a parte do humor foi muito pouca.
E, para coroar, aparece um brasileiro filho de banqueiros chamado Tristão!
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| Editora Record |
O livro tem aquele humor pastelão, inocente e violento, que é engraçado, mas me deu um nervoso também (tadinho do Geraldo Viramundo!)
Certamente faria sucesso com adolescentes, e boas discussões sobre humor, bullying, respeito e preconceito.
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| Editora Companhia das Letras |
O que sobra de alguém?
Seus ossos, seus registros num caderno, suas fotos, suas histórias contadas por outras pessoas.
O que vai sobrar de nós?
Nessa narrativa reflexiva, acompanhamos um presente muito recente e um passado muito doloroso, tudo muito realista - parece mas não é auto ficção - sem cair em clichês ou pieguice, sem ser muito violento ou cru, mas deixando aquele desconforto de temas difíceis.
Literatura brasileira contemporânea de qualidade.
Agradeço a editora pela cópia pré-lançamento.