16 de dezembro de 2016

Quando os Livros foram à Guerra

Editora Casa da Palavra - Capa Sérgio Campante
Eu já li muitos livros sobre a II Guerra Mundial, mas a abordagem desse é completamente diferente: "Quando os livros foram à Guerra - As histórias que ajudaram os aliados a vencer a segunda guerra mundial". 

Primeiro, palmas à Molly Guptill Manning para dar o devido valor aos livros e à leitura. Ela desenvolve isso bem dentro do texto, mostrando tanto o valor da distração - estamos falando de soldados ao redor do mundo, sem acesso a redes sociais, jogos virtuais e conversas de whatsapp - como no sentido de divulgar os valores que estavam sendo defendidos ao enfrentar o Eixo, principalmente considerando a saudade de casa e as condições "de trabalho".

Além disso, tem toda a parte técnica de prover livros específicos para as tropas: como escolher os textos (literatura clássica, moderna, técnica, etc), como definir o formato do livro (precisavam ser leves, práticos, legíveis, baratos), quantos produzir (estamos falando de milhares de homens), como pagar e como distribuir.

Foi um trabalhão, mas é incrível ver tantos relatos de soldados agradecendo pelos livros, como foram importantes para eles. Como eles esperavam pelos novos carregamentos, como eles trocavam livros entre si, como eles se agarravam a alguma história em particular, e até como um deles caiu num buraco no meio de um fogo cruzado, e por falta de algum lugar melhor para se proteger ficou lendo ali até os ânimos se acalmarem. Também há uma análise do efeito dessa população "mais lida", já que não acontecia do "homem comum americano" ler tantos livros - uma maior parte deles voltou para fazer curso superior e tinham ótimo desempenho.

Por fim, há todo o contexto da II Guerra Mundial vista dos Estados Unidos, a política e a sociedade da época, claro que relacionado ao assunto principal, mas é um vislumbre importante de outra perspectiva, sem o foco tradicional de judeus e nazistas.

Uma ótima leitura sobre o poder e o alcance dos livros num mundo que não existe mais (e eu realmente não sei julgar se o que temos colocado no lugar do livros muda para melhor ou para pior a sociedade em geral).

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