13 de abril de 2016

Toda luz que não podemos ver

Editora Intrínseca
É fácil criar expectativas a partir de um título tão poético: "Toda luz que não podemos ver". Melhor ainda é descobrir lá pelo meio do livro que é uma alusão ao espectro não visível da luz - física pura. Anthony Doerr faz um livro assim: poético com um toque de tecnologia - no caso, o rádio.

A maior parte da história se passa durante a segunda guerra mundial, e embora eu concorde que esse tema já tenha sido bem explorado, eu gostei da abordagem do autor: tem um pouco de Alemanha, um pouquinho da fuga de Paris frente a Ocupação, e a convivência forçada com o Eixo numa cidadezinha litorânea, Saint Malo.

Além disso, temos duas personagens muito carismáticas - Werner Pfennig, um garoto pobre alemão que se mostra um técnico de rádios incrível e por isso tem as portas abertas para uma carreira promissora - no caso, no exército alemão, e Marie-Laure LeBlanc, uma garota cega que é filha do chaveiro do museu do Louvre, e que foge com o pai para Saint-Malo. É claro que as histórias estão entrelaçadas, mas o como eu vou deixar você descobrir. 

É um livro mais leve do que se pode esperar (considerando que estamos falando da Europa em guerra), e ficção descarada (até com um elemento fantástico), mas com uma visão diferente do evento histórico de quem está acostumando a ler sobre os judeus, os campos de concentração e o front de batalha. Daria um belo filme!

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