5 de maio de 2011

Youth


Nos últimos tempos, eu esbarrei figurativamente em J. M. Coetzee três vezes. Na primeira, um amigo poeta me sugeriu o livro "Mecanismos Internos", depois eu vi a reportagem na veja falando sobre o mesmo autor e o lançamento desse livro, e então eu vi o Youth na mão de um amigo do trabalho. Pronto, modo cara de pau on, pedi emprestado para "experimentar" o autor.

E adorei! J. M. Coetzee é um escritor sul africano, que ganhou o Nobel em 2003. Ele escreve ficção, mas também é conhecido por ser um ótimo crítico literário (que é o assunto de Mecanismos Internos). Esse livro em questão, "Juventude", é uma auto-biografia ficcional, ou seja, ele escreve sobre si mesmo em 3a pessoa e não sabemos se tudo que é dito é verdade ou não. (E esse é o 2o livro em que ele faz isso, o primeiro chama "Boyhood" ou "Infância", e ainda tem um outro, chamada Springtime.)

A história é sobre um rapaz da África do Sul, Jonh, estudante universitário que quer se tornar um artista  - poeta - e faz matemática porque ele a considera como o pensamento mais puro que se pode ter... (Vai entender!) Estamos na década de 60, e como ele não vê muito futuro num país que promete ser destroçado pelos embates em volta do apartheid, ele vai para Londres - "onde a vida pode acontecer".

Ele gosta muito de literatura e estuda bastante o assunto, então no livro há várias partes em que ele comenta sobre os autores, compara estilos, discute obras de uma maneira impressionante, e torna o livro delicioso.  Ele incita a nossa vontade para ir atrás desses escritores e ver por nós mesmos o que ele viu.

No entanto, Jonh parece ser muito ingênuo, com relação a carreira de escritor e principalmente com as mulheres. No primeiro tópico, ele acha que a inspiração para fazer uma obra espetacular virá como mágica. No segundo, ele espera que magicamente encontre a mulher de sua vida - e ele acha que precisa de uma, porque todos os artistas possuem amantes. No entanto, quando uma garota se interessa por ele, Jonh desconfia que é por ter visto a chama de artista que existe dentro de si, a qual as mulheres (todas, em geral) não tem, e que quando elas fazem amor com um artista é para roubar essa chama... (hein?)

Eu recomendo esse livro para todos que tiverem interesse em literatura, ou para quem quer ver um retrato de uma época via uma pessoa não lá muito normal...  A leitura é fácil, nada do que você possa imaginar de um Nobel - simplicidade é uma arte!

3 comentários:

  1. Gostei da dica! Não conheço o autor e vou procurar saber mais!

    Verdade, simplicidade é tudo, sobretudo no que diz respeito à obras de premiados do Nobel, tenho na minha lista o livro Neve, do Nobel Orhan Pamuk, e ouvi dizer que é super complexo que beira o cansaço. Até desanimei! rs

    beijos

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  2. Nossa, me empolguei pra ler esse livro. Vai entrar na minha wish-list agora!

    Bjus!

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  3. Pensei q ia encontrar um livro q vc se identifica hj nesse blog,... Estou esperando.... Minhas sugestões sao: uma casa muito sonolenta ou princesinha! Te amo muito irmã! Parabéns mais uma vez!
    Lari

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