3 de outubro de 2011

Dom Casmurro

Editora Saraiva de Bolso
A Heloiza do blog Aprendendo com as diferenças me surpreendeu dia desses ao dizer que adora os clássicos. Convenhamos, quantas pessoas jovens como ela saem dizendo isso por aí? A moda é gostar de vampiros e adolescentes assanhadas, magia, mistérios ou chick lit (nada contra, realmente, eu gosto também bastante desse tipo de coisa).

Todo mundo gosta de culpar a escola, por tornar os nossos clássicos da literatura, tão obrigatórios e maçantes pelo repúdio que muita gente tem por eles, mas eu acredito que a mesma escola, com uma abordagem não convencional, pode fazer o contrário.

Machado de Assis, em toda sua genialidade, não é um autor fácil de engolir aos 14 anos. É difícil apreciar suas sutilezas e sua análise da natureza humana, toda a fotagrafia que ele fez de uma sociedade que passou, e é bem diferente da atual.

Quando a professora sugeriu que fizéssemos um tribunal para a Capitu, baseando-nos somente no próprio livro Dom Casmurro (que, como vocês sabem, foi escrito na perspectiva do próprio corno - ou não), eu pulei na oportunidade de defendê-la - o que era realmente o desafio.

Lá fui eu então reler o livro, cuidadosamente, destrichando o texto, lendo nas entrelinhas, buscando pegar o narrador no pulo, traído por suas próprias palavras (e não pela Capitu, é claro). Não foi difícil encontrar vários argumentos, vários pontos de dúvidas (e olha que eu nem tenho talento para o direito), para usar numa discussão acalorada na sala de aula que, se não me falha a memória, terminou em empate...

Mas a vitória foi minha, de realmente apreciar um livro que merece ser estudado com vontade, e não por obrigação.

2 comentários:

  1. Oi Taci!

    Que coincidência, eu estou relendo Dom Casmurro! E o meu livro esta' cheios de frases grifadas, por que sera', hein? hehehe

    Beijos

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  2. Por incrível que pareça eu gostei de Dom Casmurro da 1ª vez que li, ainda no colégio, mas concordo que as escolas poderiam tratar os clássicos de uma forma diferente para despertar o interesse dos jovens pela leitura.

    E eu sempre achei que Capitu não tinha traído Bentinho (assim como vc). rs

    Bjus!

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