3 de abril de 2010

As mil e uma noites

O que vem a sua cabeça quando você pensa em as mil e uma noites??
Sherazade contando pedaços de histórias para um rei, para que ele não a mate no dia seguinte, como a outras esposas?
Ali babá e a caverna dos 40 ladrões?
Lâmpadas mágicas e tapetes voadores?
Eu também associava tudo isso a essa lenda das mil e uma noites, e foi com empolgação que eu recebi emprestado do Lucas esse livrão em 2 volumes, com trocentas páginas. (não me lembro quantas, eu acabei de ler esse livro em fevereiro e esqueci de fazer o comentário aqui! - também, já são 18 livros lidos esse ano!)
Mas o mais interessante foi poder vislumbrar a cultura árabe, porque são lendas sim, são histórias fantásticas sim, mas também é um registro histórico de uma sociedade, já que elas também retratam o cotidiano e alguns hábitos das pessoas.
Graças a wikipedia, sei que esse livro "apareceu" por volta do século IX, e possivelmente tem influência dos persas, árabes e indianos, e obviamente foi bastante modificado ao longo do tempo. Essa versão, é a tradução do francês de Antoine Galland, que compilou as histórias - que vão até a noite 282, e depois continua como um conjunto de contos (certamente não dá 1001... mas tudo bem).
O que mais me impressionou foi o protagonismo de algumas mulheres, administrando a casa, o dinheiro, o reino, viajando,  escolhendo maridos e às vezes companheiros de algumas noites - isso tudo num livro em que praticamente todos são seguidores de Alá, Maomé, e mencionam isso a todo momento - vendo o mundo islâmico de hoje, e livros como A Cidade do Sol, como a sociedade deles pode mudar tanto, e para trás? Ao contrário do mundo ocidental, que se tornou mais liberal, eu digo...
Bom, não vou entrar nessa discussão, porque realmente não é da minha competência, mas os livros em si são bastante interessantes, e há algumas histórias bem criativas, mas gostaria de dizer que eu demorei cerca de 4 meses para ler tudo... Fui lendo aos poucos, com longas interrupções, porque o livro pode ser bem cansativo, com muitas descrições e detalhes, nada parecido com os livros que a gente devora em 1 dia! Mas recomendo, por ser clássico, por ser algo tão distante da nossa realidade (temporal e geograficamente) e pela curiosidade, claro...

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