3 de maio de 2025

O Caderno de um ausente

 

Editora Alfaguara

João Anzanello Carrascoza é o autor desse livro que o narrador já se coloca na ausência: porque é um privilégio de pai já olhar para a criança pensando em não estar e isso não ser automaticamente condenado. O narrador, cheio de lirismo e imagens poéticas, sofre por ser mais velho e, por isso, mais perto da morte, quando sua filha nasce. Não é uma ausência planejada (como do primeiro filho, cuja mãe ele traiu e se divorciou e não está mais presente), mas, mesmo assim é a ausência de uma pessoa de 50 anos que pode viver até os 80, mas já avisa que não estará.

Olha, o livro tem passagens bonitas e é meloso de ser um risco para diabéticos, bem escrito, mas não gostei desse narrador, não gosto dessa paternidade que já se desculpa antes mesmo de ir embora, e acha tudo lindo maravilhoso de longe. (Não parece que é isso que ocorre, pela sinopse dos outros 2 livros da Trilogia do Adeus, mas realmente ainda não sei se vou dar uma chance para eles).

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