13 de março de 2015

A felicidade é fácil

Editora Record - Capa Leonardo Iaccarino

É interessante ler romances modernos brasileiros, porque conhecemos o cenário, as circunstâncias, a história fica mais próxima e real. O livro "A felicidade é fácil", de Edney Silvestre, gira em torno do sequestro do filho de um publicitário, envolvido num esquema de corrupção, na época do governo Collor.

Embora algumas referências sejam bem claras (como o nome do Collor), outras são um pouco mais veladas - algo do tipo: "a cor da fita era do tom azul daquela loja para cuja vitrine a personagem no filme olhava enquanto tomava café" - uma frase muito longa, para brincar um pouco com as referências culturais e políticas do leitor, um recurso que eu considerei meio cansativo.

Fora isso, o livro é bom e a trama é boa, dá para ler rapidinho, em um ou dois dias, para relembrar um passado bem recente.


11 de março de 2015

Little Women

Domínio Público
Nostálgica do filme "Adoráveis Mulheres", que eu lembro de ter gostado muito na adolescência, peguei "Mulherzinhas" ou "Little Women" para ler no kindle (de graça, eles explicam que a versão virtual foi feita a partir de edições físicas por voluntários). Essa edição é completa, pois inclui a continuação feita por Louisa May Alcott, "Good Wives" / "Boas Esposas" alguns anos depois do sucesso da primeira parte da história.

A história se passa no século XIX, e as mulherzinhas são 4 irmãs de uma família de certo nível social, mas sem muitos recursos, e protestante, nos Estados Unidos. A inocência e a simplicidade delas são dignas de nota, e para nós, mulheres modernas, é quase irritante. Engraçado que eu não sinto isso com os livros da Jane Austen, então acho que as personagens desse livro são levemente pedantes.

Pesquisando na internet, vi que há mais dois livros com os mesmos personagens: "Little Men" (Homenzinhos) e "Jo's Boys" (Meninos da Jo), mas eu realmente vou dar um intervalo para essa autora - de período indefinido (e talvez reassistir o filme para ver as diferenças - embora eu sempre visse as atrizes nas cenas durante a leitura, principalmente a Winona Ryder).


9 de março de 2015

Amor Líquido - sobre a fragilidade dos laços humanos

Editora Zahar - Capa Sérgio Campante

Eu me interesso muito sobre relacionamentos humanos, principalmente os amorosos, por isso fiquei curiosa para ler esse livro de Zygmunt Bauman, um sociólogo polonês que, depois de descrever a sociedade atual como "líquida", escreveu o livro "Amor Líquido - sobre a fragilidade dos laços humanos".

Ao contrário das minhas expectativas, o autor não fala só sobre relacionamentos amorosos, mas de relacionamentos em geral, o que inclui por exemplo a relação entre refugiados e os cidadãos dos países que os recebem.

Para quem gosta de sociologia, é uma leitura interessante pela análise abrangente, principalmente considerando a questão dos relacionamentos virtuais e o comportamento das pessoas nas redes sociais (mas não algo muito extensivo). 

O único ponto que eu achei um pouco viagem do autor é do que ele fala sobre as separações entre as pessoas de classes sociais diferentes, que as pessoas "mais ricas" querem se sentir parte de grupos exclusivos, então criam muros e redes de segurança em volta de si mesmas para se manterem afastados das pessoas "mais pobres", como se a questão da violência urbana não existisse e fosse uma ameaça real a propriedade de pessoas muito ricas, ricas, e nem tão ricas assim (e Bauman cita especificamente São Paulo nesse capítulo).

22 de fevereiro de 2015

La Valse Lente des Tortues

Editora Le Livre de Poche - Capa Studio LGF
Katherine Pancol além de escrever bem inegavelmente, também sabe criar títulos originais e intrigantes como: "A Valsa Lenta das Tartarugas", cujo sentido só vai ser compreendido no final do livro.

Esse pequeno tijolo (750 páginas) é a continuação de Os Olhos Amarelos dos Crocodilos, e nós continuamos seguindo a vida de Josephine, especialista em Idade Média. São tantos comentários interessantes sobre essa época, que me fazem desconfiar de metade do que a gente aprende na escola sobre o período. O que eu acho mais legal é quando ela faz comparações entre a vida contemporânea e aquela da Idade das Trevas, e mostra que algumas coisas são iguais. Eu acho que algumas pessoas tem uma nostalgia muito grande até do tempo que não viveram - então comentam que antes era diferente, as pessoas eram mais tranquilas e contidas, ou os jovens menos rebeldes, mas gente é gente desde sempre, e natureza humana não é algo que muda assim de uma geração para outra.

Em comparação com o primeiro livro, esse envereda para uma história de mistério, com direito a serial killer e uma grande dose de emoção. Tudo acontece com Josephine e/ou algum de seus familiares, mas essa é mesmo a graça da literatura - que aconteçam coisas!

20 de fevereiro de 2015

Um Crime Adormecido

Editora L&PM - Capa: designedbydavid.co.uk

Eis que o ano começa (pós Carnaval) e eu consigo tempo para resenhar o primeiro livro do ano (lido na primeira semana de verdade). Escolhi Agatha Christie para que esse seja um ano de leituras abundantes (visto o tanto que ela escreveu) e leve (como são seus livros) - e vamos parar a analogia por aí, porque mortes e mistérios só me interessam no campo da ficção.

Eu já tinha lido "Um crime adormecido" muitos anos atrás, então eu fui lembrando de algumas coisas a medida que lia e assim consegui desconfiar logo do assassino correto. Assim não vale, né? O legal mesmo é ser enganada pela Dama do Crime...

31 de dezembro de 2014

Estatísticas 2014

Em 2014, descobri que cuidar de filho, casa e trabalhar é possível, mas não sobra muito tempo para ler, infelizmente (se não contar todos os livrinhos que eu li e reli para a Anna).

Então, objetivamente:

- 45 livros;
- 7 brasileiros (muito pouco!);
- 38 estrangeiros;
- 3 infanto-juvenis (registrados aqui);
- 17 em português;
- 28 em inglês (a maioria no Kindle);
- 8 no estilo audiobook (funcionalidade de viva voz do kindle - e praticamente todos foram pelo menos parte lidos - mas ajudou muito para render a leitura enquanto eu dirigia).

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Top 2014


Contos:
The Imperfectionists - Tom Rachman

Infantil:
Ter um patinho é útil - Isol

Contemporâneo:
Não me abandone jamais - Kazuo Ishiguro

Clássico:
To kill a Mockingbird (O sol nasce para todos) - Harper Lee

Não ficção:
Crianças Francesas não fazem manha - Pamela Druckerman

Hors Concurs:
Harry Potter, claro!