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18 de maio de 2025

Uma Livraria com Aroma de Canela

 

Editora Intrínseca


Laurie Gilmore entrega um livro de romance de entretenimento romântico padrão - todo mundo lindo, problemas bem encaminhados para soluções, dificuldades de comunicação que tornam a paixão mais forte.

Promete uma "grande aventura", mas não entrega: é só um passeio de barco e enfrentar um pequeno trauma (medo de altura), sem maiores consequências.

Tem essa capa com vibe de outono - que, pelo que eu entendi do Goodreads, é quase um sub-gênero - mas a história se passa no verão de algum lugar meio frio - com mosquitos. 

Para passar o tempo.



31 de dezembro de 2021

Amsterdam

 

Editora Companhia das Letras

Ian McEwan é um autor ótimo, que consegue criar um clima e construir uma história consistente e envolvente como poucos.

No caso de Amsterdam, temos o retrato de uma amizade entre dois homens. Há um pouco sobre política, jornalismo, composição e música, amantes e relações sociais, mas a história é mesmo sobre essa amizade cheia de ressalvas, que a princípio não parece nem amizade, mas não deixa de ser. Enquanto eles vão vivendo suas vidas, a princípio tão diferentes, o final mostra como eles são parecidos num aspecto crucial. 

Não é meu livro preferido do autor, mas é claro o motivo de ter ganhado o Booker Prize. 


12 de dezembro de 2021

Nada me faltará

 

Editora Companhia das Letras

O livro de Lourenço Mutarelli - Nada me faltará - é escrito num estilo peculiar: só há o que os personagens falam, sem descrições, sem identificação de personagens, sem informações extras além do que você pode ouvir. 

A premissa da história também é muito interessante - um homem volta um ano depois de ter desaparecido da face da terra com a mulher e a filha, mas simplesmente não sabe o que aconteceu com elas - ou melhor - nem se importa com o que aconteceu com elas.

Dá para discutir tantas implicações a partir do que acontece, mas eu fiquei um pouco decepcionada com o final, mas acho que isso faz parte do fato de ter várias interpretações possíveis.

Life

 

Kindle Editions

Life, de Lu Yao, fala sobre um homem no interior da China e sua trajetória como jovem adulto - a perda de emprego para o filho de alguém mais influente, a volta para o trabalho braçal, e mais para frente duas possíveis candidatas ao seu coração, e o que o amor representa numa sociedade tão regulamentada ou controlada a fim de funcionar bem.

Escrito por um chinês, é uma forma de conhecer pequenos mecanismos da sociedade, que nem sendo turista seria fácil de observar. 



23 de agosto de 2021

Identidade

 

Editora Harper Collins


Identidade é um livro da primeira metade do século XX sobre duas amigas negras com trajetórias diferentes na sociedade dos Estados Unidos - uma delas se passa por branca e está no meio de brancos profundamente racistas.

É uma história curta, mas muito intensa e profunda pelos temas de raça, amizade e família. A autora, Nella Larsen, escreveu sobre sua época e dizem que parte do livro é autobiográfica.

Um ponto interessante é que um dos personagens quer mudar para o Brasil, por ser uma sociedade menos opressora do ponto de vista racial. 


15 de agosto de 2021

Precisamos falar sobre Kevin

 

Editora Intrínseca

Lionel Shriver é uma ótima escritora para abordar temas complexos em ficções muito bem construídas. No caso desse livro, Precisamos falar sobre o Kevin, eu sabia que ia ser algo difícil, mas com certeza não imaginei que tanto.

Na página do livro na plataforma Goodreadas, há quem diga que é um livro de horror e, de certa forma, é mesmo. Incrivelmente perturbador. Assustador. Mas é um livro para se pensar bastante nas relações humanas.

Mais do que um livro sobre um jovem atirador - materializando tantos que existiram nos Estados Unidos nas últimas décadas - esse livro é sobre maternidade. A maternidade no extremo, é claro, pois não há tantas crianças que crescem para fazer barbáries como essa, graças a Deus, entretanto não há como não fazer paralelos até situações corriqueiras.

É um livro muito, muito bom mesmo. Mas a leitura não é simples, e se estiver despertando sentimentos complicados, não leia. Eu não pretendo ver o filme também.



25 de julho de 2021

Lições de Vida

 

Editora Novo Conceito

O primeiro ponto do meu comentário sobre esse livro de Anne Tyler é que tanto o título em português como essa capa estão redondamente equivocadas.

O título original é "Breathing Lessons", algo como "Aulas de Respiração" e há uma cena muito bem feita que faz alusão a esse termo, e não acho que nem a ideia traduz como "Lições de Vida".

A personagem principal é a Maggie, uma mulher lá pelos seus 40 anos (quando se já era avó aos 40 anos e nem se sentia mais jovem), e no único dia em que se passa a história ela faz uma viagem bem tensa de carro com seu marido. Nada que remeta a essa garota nessa paisagem idílica pensando sobre as tais lições de vida.

Isso posto, é um livro espetacular. Ganhador do Pulitzer, retrata muito bem a dinâmica familiar do casal, os filhos, a nora, a neta - e como alguém bem intencionado pode meter os pés pelas mãos recorrentemente.

Recomendo, com certeza.


6 de julho de 2021

Mrs Palfrey at the Claremont

 

Editora Virago

Mrs Palfrey é uma senhorinha inglesa que, para não morar sozinha e cuidar da casa e de si, pega todas as economias e vai morar em um hotel em Londres. A filha mora na Escócia e tem suas preocupações. O neto trabalha no Museu Britânico e não tem tempo de visita-la. 

Mas no hotel, há outros idosos que vivem ali na mesma situação - entre alguns turistas que são a população flutuante, eles são os residentes, tornam-se uma comunidade, e o livro de Elizabeth Taylor vai acompanhar essa dinâmica.

O livro "Mrs Palfrey at the Claremont" é de 1971, então fala sobre um mundo que não existe mais - mas o que eu mais gostei é de ser uma história sobre uma idosa, sem ser depressivo - e os personagens mais jovens são secundários. 


9 de abril de 2021

The Vanishing Act of Esme Lennox

Eu sou fã de carteirinha da Maggie O'Farrell, então estou nessa jornada de ler todos os livros que ela escreveu e, entre eles, O ato de sumiço de Esme Lennox, que não tem disponível em português. O estilo da autora está lá, histórias começando em paralelo, que se cruzam e entre o passado e o presente a trama vai se desenrolando, segredos são revelados e você passa a entender mais os personagens. Há passagens chocantes (principalmente do ponto de vista psicológico), e uma visão interessante da psiquiatria no meio do século passado. Recomendo para quem gosta de tramas com boa densidade de personagens.

31 de março de 2021

A noite da espera

 

Editora Companhia das Letras

Milton Hatoum é um grande autor brasileiro contemporâneo cujos livros fogem do eixo Rio-São Paulo e isso os torna tão interessantes. Em "A noite de Espera", acompanhamos alguns anos da vida de um adolescente - e então jovem universitário - em Brasília, na década de 60.

Temos ali a família que se rompe, com o pai querendo se afastar fisicamente da mãe que iniciou um novo relacionamento, as novas amizades e namoros, a cena cultural, o relacionamento com a política turbulenta e o movimento estudantil da época. É um retrato incrível, muito tangível, desse momento na vida de Martim.

Senti uma grande inquietação, um desconforto com esse jovem tão distante da mãe (que não consegue ir visita-lo) e do pai que transfere a raiva pelo fim do casamento para o filho. Ele é amparado por alguns amigos, surgem mentores, mas a quebra da estrutura familiar é uma dor real para ele.

Planejada como uma trilogia, o segundo volume da série "O Lugar mais sombrio" já foi lançado - Pontos de Fuga.



16 de fevereiro de 2021

Três Mulheres

 

Editora Harper Collins

É particularmente difícil escrever sobre a sexualidade das mulheres sem cair para uma super sexualização, sensacionalização ou  vitimismo, mas a Lisa Taddeo escreveu um livro muito bom abordando o tema, sem perder de vista a essência humana e a complexidade dessas Três Mulheres. 

Há o desejo de cada uma, mas também seus sentimentos, a sua criação, seus relacionamentos passados e o potencial de relacionamento futuro - amor e sexo ligados profundamente.

Esse é um livro bom para clube do livro ou para conversar com as amigas, pois as situações se desdobram em muitas possibilidades e paralelos com a vida real. 


31 de dezembro de 2020

Crônicas de Nárnia

 

Editora WMF Martins Fontes

Comecei a ler para as minhas filhas o volume único de As Crônicas de Nárnia com a proposta de ler o livro antes de assistir os filmes, em junho de 2020. Era uma proposta ousada, mais de 700 páginas lidas 6 páginas por vez, antes de dormir, no dia que eu fazia a rotina de coloca-las na cama. Para a minha surpresa, elas se envolveram com a história - com a Anna logo vendo que Aslam era uma representação de Jesus, e as duas curtindo o protagonismo das crianças, Diggory, Polly, Pedro, Susana, Edmundo, Lúcia, Eustáquio, Jill. 

Quando eu percebi, elas já estavam envolvidas e eu curtindo muito mais as histórias do que quando eu tinha lido alguns anos atrás. Foi possível perceber o talento de C.S. Lewis na construção de paralelos, no seu conhecimento teológico, e como ele fez verdadeiramente uma história infantil, sem menosprezar a inteligência das crianças.

Fazendo as contas, foi possível perceber que era possível terminar tudo ainda esse ano - e agora em dezembro lemos "A última batalha", o livro que fala dos fins dos tempos, e dá tanto nervoso e sofrimento.

Mas o final é feliz, amigos, todos chegam ao país de Aslam, onde não há medo, dor ou tristeza, onde correm e não se cansam, onde a comida é mais saborosa e onde a história não tem fim. Há esperança logo ali após um portão de ouro e dentro dos nossos corações, e é com essa esperança que eu vejo 2020 terminar - e espero que 2021 seja melhor. 


26 de dezembro de 2020

Sonhos de Trem

 

Editora Companhia das Letras

Sonhos de Trem é um livro curtinho, para se ler num dia, que ganhou um merecido prêmio nos Estados Unidos. Denis Johnson, sem delongas, descreve a vida de um homem no final do século XIX, quase na fronteira do Canadá. Ele se casa, tem uma filha, ocorre um desastre, e a vida dele continua (não continua sempre?).

É incrível como um livro curto e direto pode ser tão profundo e dramático. Fiquei com vontade de ler mais obras do autor.


19 de dezembro de 2020

Nadando de Volta para Casa

 

Editora Rocco

Eu me interessei pelo sinopse desse livro, Nadando de volta para casa, e esperei um tempão para entrar em promoção e compra-lo. No entanto, foi realmente uma decepção lê-lo, uma história confusa e pretensiosa, cheia de conflitos, mas que não me fez simpatizar com nenhum dos personagens do livro.

Esse livro de Deborah Levy entrou na lista curta de indicados para o Man Booker Prize, mas não ganhou, e as críticas na Plataforma Goodreads apresentam bem os dois lados - quem ama e quem odeia. Depois que eu acabei de ler, percebi que, até o que as pessoas que gostaram dizem trazem indicações de que não é mesmo o meu tipo de livro.

Assim, recomendo a plataforma Goodreads para considerar uma compra de livro - mesmo se ele quase ganhou um prêmio literário. Ela indica com bastante acurácia quando há um spoiler relacionado a história, e ele é geralmente escondido (é preciso clicar para que a frase apareça).

26 de novembro de 2020

A Improvável Jornada de Harold Fry

 

Editora Suma das Letras

A la Forrest Gump, Rachel Joyce descreve em "A Improvável Jornada de Harold Fry" um homem que recebe uma notícia sobre uma antiga amiga e resolve caminhar até chegar até ela. Sem lenço, nem documento, é daquelas histórias que provam que ainda existe algum tipo de comunidade - benfeitora, aproveitadora, curiosa.

Harold Fry é aposentado, então um viva também para livros que colocam idosos como protagonistas - não só lembrando de eventos, mas também agindo e criando novas memórias. 

É um bom livro - mas confesso que me decepcionei com o final. Mas a vida é assim, cheia de finais imperfeitos.


25 de novembro de 2020

Dupla Falta

 

Editora Intrínseca

Eu gosto muito da autora Lionel Shriver - e é por isso que eu tenho e já li tantos livros dela, mas esse, Dupla Falta, me decepcionou. A personagem principal é chata demais - e entendo que ela foi feita para ser chata - mas aí se foi um suplício se casar com ela, também foi ler sobre ela.

Talvez para quem gosta muito de tênis ou se interesse por esse tema de tensão por competição entre pares, vai curtir o livro mais que eu. 

De qualquer forma, a autora não se abstém de tratar temas difíceis com franqueza.

6 de novembro de 2020

Resta Um

 

Editora Companhia das Letras

Resta Um é um jogo de pecinhas redondas, mas também pode ser o resultado de uma divisão, e aqui é um livro de Isabela Noronha, no qual a personagem principal é uma matemática, professora universitária, cuja filha desaparece ainda pré-adolescente.

A história toda parece um pesadelo - e só de pensar o tanto de criança desaparecida que existe no mundo - o apelo fica mais real e desesperador.

A prosa é encantadora, na toada do Flautista de Hamelin, totalmente envolvente sem ser muito apelativo. Um ótimo livro brasileiro.



3 de novembro de 2020

Tudo que você não soube

 

Editora Rocco

"Tudo que você não soube", livro de Fernanda Young, é uma carta de uma mulher para seu pai, que está morrendo, contando e comentando sua vida, e o impacto da sua família nas suas escolhas (escolhas mesmo?), e sua relação com a família atual - marido, filhos. 

É incrível ter uma personagem mulher tão franca e tão fora dos padrões da modernidade (padrões mesmo?), principalmente em relação ao relacionamento amoroso e a maternidade. Ela se justifica? Sim. Mas é sempre bom pensar nos outros lados das histórias.

18 de outubro de 2020

Amigo de Infância

 

Editora Companhia das Letras

Donna Tartt é uma escritora premiada e famosa - eu já tinha lindo "O Pintassilgo" dela (que agora é uma série também) e apesar de achar que ela enrolou-se no meio, é um livro muito bem construído.

"Amigo de Infância" é um tijolo de quase 600 páginas, e começa acompanhando Harriet, uma garota querendo investigar o crime que seu irmão foi vítima enquanto ela ainda era um bebê: ele foi morto no quintal de casa. 

Cria-se expectativas sobre essa investigação e a descoberta do "sub-mundo" da pequena cidade do interior do Mississipi na década de 70, mas a história é um retrato da sociedade e o crescimento de suas crianças nesse ambiente interiorano e racista.

Eu persisti, mas não gostei.



9 de outubro de 2020

The Keeper of Lost Things

 

Editora William Morrow


"O guardador das coisas perdidas" (Ruth Hogan) é um título muito bonito - com um apelo particular para mim, que perde tanta coisa.

A história começa interessante - um homem que acha pequenas coisas, não necessariamente valiosas (como um enfeite de cabelo, uma peça de quebra-cabeça) e depois deixa uma orientação para a herdeira devolver tudo para os donos. 

Entre capítulos da história principal, há pequenos contos que mostram como os itens foram perdidos - se são verdadeiros ou se são fruto da imaginação dos personagens, não é claro.

No entanto, achei que a história foi ficando complexa demais - além das coisas perdidas - e tudo dando certo automaticamente, então me decepcionei.