27 de abril de 2014

Morte na Mesopotâmia

Editora L&PM

É uma delícia ler Agatha Christie - acho que é o equivalente às séries policiais de hoje em dia, tipo CSI, Criminal Minds - um misteriozinho, uma complicação, mas sempre se descobre o assassino no final. Em "Morte na Mesopotâmia", tem se o bônus de uma história levemente misturada com arqueologia, área de especialidade de um dos maridos da autora. 

24 de abril de 2014

Quinze tons de constrangimento


Nem eu sei porque gosto de Ana Paula Barbi, considerando que odeio filmes de humor escrachado e não dá para dizer que você vai encontrar algo com muito mais classe em seus livros ou seus blogs... Talvez seja porque eu me impressiono com fato de que tudo o que ela conta tenha acontecido realmente, e ela sabe extrair humor de situações tristes, para não dizer outra coisa.

Em "Quinze Tons de Constrangimento", Polly conta 15 de seus casos sexuais (inclusive a primeira vez), quando vocë acha que não pode ficar pior, piora. Mas sem perder o humor. O livro é bem curto, para ler em meia hora meeeeesmo - e pelo menos você vai se divertir com o embaraço alheio... Ao contrário do outro livro de tons, que parece ser bem mais presunçoso que isso.

21 de abril de 2014

The Other Boleyn Girl

Editora Harper - Capa HarperCollins

Eu adoro a história da Inglaterra, mas não conhecia Philippa Gregory e seus romances históricos. Na verdade, eu já tinha assistido "A Outra", com Natalie Portman, então ler "A irmã de Ana Bolena" foi lembrar do filme, mas preenchendo algumas lacunas e tendo mais detalhes.

As duas irmãs Bolena são as personagens principais, e mostra como elas se tornaram as principais da corte do rei Henry VIII, sucessivamente - primeiro Mary, como amante e depois Anne, como rainha. (Por isso que o título inglês é melhor: A outra garota Bolena - porque quando uma era a principal, a outra era... a outra simplesmente.)

Eu ouvi esse livro, que é narrado do ponto de vista de Mary, e me lembro de pensar: nossa, como essa garota é idiota, uma hora ela quer algo, outra hora muda de ideia, e não sabe se gosta ou se odeia... Até que eu lembrei que ela tem uns 13 anos de idade no começo da narrativa... Naquela época, isso já era ser adulto - e agora, bom, veja bem...


18 de abril de 2014

Crianças de 1 a 3 anos - Manual do Proprietário

Editora Gente - Capa Marcelo S. Almeida
Como feliz proprietária de uma criança de 1 ano e engenheira, gostei muito do fato de Brett R. Kuhn e José Borgenicht escreverem o livro "Crianças de 1 a 3 anos: manual do proprietário, Instruções e conselhos para solução de problemas e manutenção permanente". É claro que se brinca ao referir a criança como "modelo", mas o interessante mesmo é que o livro não supõe nenhum conhecimento prévio, e explica tudo de maneira clara e objetiva. Por exemplo, quando fala em como ensinar o seu modelo a se vestir sozinho, o livro apresenta um método para isso, que inclui desenhos!

Eu também gostei da parte da disciplina, em que ele dá alternativas para comportamento do tipo A (morder, atirar comida) e do tipo B (acesso de raiva e choradeira), ou estratégias específicas de "como ensinar a reação correta ao não", como ensinar a dizer 'por favor' e 'obrigado'" ou "como ensinar a esperar" (que realmente parecem adestramento, mas deve funcionar, o futuro dirá).

7 de abril de 2014

The fault in our stars

Editora Dutton Children's

Finalmente li meu primeiro livro do Jonh Green, e percebi que não será o último. Gostei do estilo do autor, com várias frases bonitas, que dá vontade de grifar (não cheguei ao ponto de querer tatuar, como eu vi pela internet - rs).

A culpa é das estrelas (em inglês, achei melhor: The fault in our stars) é um livro daqueles que pega pesado: é a história de amor de dois adolescentes com câncer. E não parece piegas ou uma chantagem emocional, é sensível e delicado. 

O autor afirma se tratar de ficção, mas parece realmente que foi inspirado numa garota que existiu de verdade - não me interessei em saber mais sobre ela, porque eu gostei muito do livro e isso me basta. Não sei se o filme, que estreia esse ano vai conseguir corresponder ao livro, já que, como eu disse, há citações tão boas que valem a leitura.

25 de março de 2014

1Q84

Editora Vintage International - Capa Chip Kidd

Se alguém quiser liberdade criativa total, é só escrever sobre um mundo que não existe. Cria-se um mundo, e ali é possível ditar as regras, as leis da natureza, a história prévia (vide Guerra dos Tronos). Desafio mesmo é trazer a fantasia, o fantástico, para dentro desse mundo e misturar uma sensação de estranhamento e verossimilhança.

Haruki Murakami faz isso com o tijolinho que é 1Q84 - a história de Aomame e Tengo numa outra dimensão, vamos colocar dessa forma, em um mundo que tem duas luas e alguns seres não tão humanos assim. Assim, a personagem principal - que se vê nesse mundo sutilmente distorcido - coloca uma indagação no ano em que se encontra - 1?84 ou 1questão84 ou 1Q84. 

E sim, a história se passa no Japão em 1984, claramente dialogando com 1984 de George Orwell (a origem do BBB, lembrem-se!). Gostei de voltar no tempo e ir para um lugar completamente diferente - são 30 anos atrás, mas como o mundo mudou!

O livro é envolvente, mas não é daqueles que não dá para largar (vide que eu demorei 2 meses, com outras leituras e outros afazeres para termina-lo). Como estamos falando de mais de 1100 páginas (no Brasil, foi publicado em 3 volumes), é para quem está disposto mesmo.

4 de março de 2014

Meu Coração de Pedra-pomes

Editora Companhia das Letras - Capa Elisa Von Randow

Um livro cujo título é Meu Coração de Pedra-pomes não nasce para ser convencional. Mas esse é tão fora do comum, que incomoda e impressiona ao mesmo tempo. O estilo também é tão peculiar, que eu fiquei pensando se a Juliana Frank realmente inventou a Lawanda - personagem principal - com todo seu jeito louco de ser e pensar, ou se parte é ela mesmo. Em outras palavras, não consegui diferenciar bem o que é o estilo da autora e o que é a personagem...

Lawanda é encarregada de limpeza de um hospital, mas faz servicinhos para os pacientes depois das 23h (tipo levar no show do Wando), mora numa pensão, coleciona borboletas (mortas) e besouros (vivos), e prepara umas macumbas para o amante se separar da mulher. O livro tem um toque de humor e horror, e eu diria censura 18 anos (Lawanda tem 19, Juliana ainda não fez 30), então não é recomendado para os mais pudicos, além da história já ser bem estranha em si.

De qualquer forma, é muito bom ver a literatura contemporânea brasileira efervescendo por aí, trazendo originalidade l para as prateleiras de nossas livrarias.