30 de março de 2025

A mãe da mãe de sua mãe e suas filhas

 

Editora Globo

A ideia do livro de Maria José Silveira é boa: uma saga da história do Brasil através de mulheres - a começar de uma indígena que viu o barco de Pedro Álvares Cabral chegar na Bahia, se apaixonou por um português e tiveram o primeiro brasileiro - mistura do que estava aqui e do que chegou. A história continua daí, bem romantizada, nesse ideal de miscigenação e força - daí eu entendo porque fez fama fora do Brasil. 

Não é que todas as mulheres são fortes, espertas, inteligentes, bonitas e especiais, mas é quase isso. Então cansa. 

Se for para ler uma saga brasileira ficcionalizada, que seja Um Defeito de Cor.




18 de março de 2025

Quando a alegria não vem pela manhã

 

Editora Ultimato

Ricardo Barbosa de Sousa, pastor, escreveu esse livro depois da morte do seu filho devido a um câncer agressivo. Apesar de muita oração e fé, ele não recebeu a resposta desejada - a cura - e após passar pelo luto mais intenso, escreveu esse livro sobre as parábolas de Jesus sobre oração, dando uma outra dimensão para elas.

É um livro que serve de consolo e também mostra um caminho de esperança e amor com Jesus, não importa o que aconteça. Recomendo fortemente para quem duvida ou se sente inseguro com relação às orações, em qualquer fase da vida.

13 de março de 2025

Yellowface

 

Editora William Morrow

Esse livro faz parte da nova safra de literatura com perspectiva asiática na américa, que é muito interessante - diferente da perspectiva dos negros, mas também marcada pela história e por uma grande diferença cultural e um preconceito latente.

Assim, o título do livro já remete ao "blackface", brancos que pintavam o rosto de preto para apresentações de zombaria. No caso de "Yellowface", temos uma mulher que rouba o manuscrito da amiga que morre, publica, fica famosa, e aí começa a dar a entender que é de descendência chinesa, a fim de corroborar mais a autoria do livro que trata de um evento específico relacionado ao país.

A história de R.F. Kuang é direta na discussão sobre "lugar de fala" que acometeu alguns círculos literários. Eu não tenho dúvidas que alguém que cresceu numa cultura tem mais informações e vivência sobre ela, para poder escrever com mais densidade uma história que se passa na mesma cultura - e isso vale para características como ser mulher, ser brasileira, ser cristã, etc. 

No entanto, literatura é ficção: importa bastante a imaginação do escritor ou escritora, sua habilidade de escrita, e sua pesquisa sobre o assunto. Assim, é totalmente válido um escritor fazer personagens de outro gênero, de outra cultura, de outra posição social, ou mesmo de outra época (passado ou futuro). (Por favor, não confundam o escritor com o narrador!)

O problema do livro é justamente a personagem - levada por seus editores - tentar criar uma identidade que não é real. 

Eu gostei muito da leitura, mas achei que, no final, o livro se perde, então não é 5 estrelas, mas merece o sucesso.





3 de março de 2025

Causas não naturais

 

Editora Autêntica


O livro de Ana Elisa Ribeiro, Causas não naturais, traz contos cotidianos com pontos surpreendentes, muito bem relatados. É um bom livro, mas não muito marcante.

Homens ao Sol

 

Editora Tabla

"Homens ao Sol" foi discutido no clube de leitura da Livraria da Travessa, e o livreiro mediador, Gustavo, conhece muito bem do assunto história do Oriente Médio e enriqueceu muito a discussão - então fica aqui minha recomendação para participar de bons clubes sempre que possível. 

O livro de Ghassan Kanafani tira da zona de conforto, porque ele é seco como a terra do deserto e ainda traz um tema espinhoso, a Palestina. Se era difícil quando ele escreveu esse livro na década 1960, agora continua, certo? E é bem difícil pegar esse bonde andando e achar que uma frase de efeito explica a situação.

Fiquei com vontade de ler mais literatura da região - eu não gosto de política, mas as relações humanas sempre me interessam bastante.

26 de fevereiro de 2025

The Disciple

 

Editora Cascade Books


Eu conheci a teóloga Lucy Peppiatt falando sobre mulheres na Bíblia, e esse livro - O Discípulo - não é sobre isso, mas sobre a jornada de ser cristão - independente de ser homem ou mulher.

É um livro embasado teologicamente, mas que reconhece e compreende as limitações de um ser pecador, que não desaparecem da noite para o dia. A autora propõe atividades práticas, com explicações objetivas, úteis para o novo cristão e para aqueles que, como eu, continuam nessa jornada de santificação e podem agir como discipuladores também. 

Afinal, o cristianismo não é uma religião de um episódio de salvação, uma declaração emocionada sobre o Senhorio de Cristo (que é real e verdadeiro), mas uma caminhada com muitas pessoas, diária, onde as misericórdias do Senhor se renovam.

24 de fevereiro de 2025

The ABC murders

 


Os assassinatos ABC são literalmente o que proclamam: ocorrem em ordem alfabética e somente nosso incrível Hercule Poirot poderá desvendar esses crimes sem razão lógica aparente.

Acredito que daria um bom filme.