10 de junho de 2025

Daisy Jones & The Six

 

Editora Paralela

Cheguei um pouco tarde para essa festa (o livro é de 2019, a série é de 2023), mas estava precisando de uma leitura mais leve e o livro Daisy Jones & The Six caiu muito bem. Não que a história seja totalmente leve em si - há drogas e rock n'roll - mas Taylor Jenkins Reid escreve de maneira fluida, e entrega um ótimo romance de entretenimento.

A estrutura do livro também é muito interessante: a narrativa é só feita através de trechos de entrevistas das pessoas que fizeram parte da banda ou que conviveram com ela, como se fosse uma história real.

A descrição dos personagens e de algumas cenas é tão boa, que chegou a decepcionar quando eu busquei na internet como foram feitas as imagens da minissérie - PUXA! a capa do disco parecia perfeita mesmo - sem o rosto de Daisy e Billy - e a foto da piscina também. 

A Daisy talvez exista por aí, a Camilla também, e o Billy definitivamente não - alguém sabe de onde estão saindo esses caras de livros de romance?

E sim, eu recomendo para férias, distrair e entreter.


6 de junho de 2025

A Polícia da Memória

 

Editora Companhia das Letras

Yoko Ogawa escreveu uma distopia delicada sobre memória e identidade, um livro muito bonito, para pensar sobre.

Adultos

 

Editora Bertrand

Eu adoro os livros da Marian Keyes - mas esse realmente deixou bastante a desejar... Não simpatizei com nenhum personagem, e o livro foi se arrastando por semanas até eu finalmente encarar as últimas 2 horas que faltavam (num total de 600 páginas)

Os temas sérios da vez são bulimia, gestão de negócios, imigração na Europa, pobreza menstrual e fidelidade conjugal. E sim, muitos temas sérios e muitos personagens, e a parte do humor foi muito pouca. 

E, para coroar, aparece um brasileiro filho de banqueiros chamado Tristão!


3 de junho de 2025

O Grande Mentecapto

 

Editora Record

Mentecapto é definitivamente uma palavra que não se usa mais, assim como todo o mundo d'O Grande Mentecapto de Fernando Sabino. Publicado em 1979, temos um louco "de carteirinha" passeando pelo estado de Minas Gerais numa viagem nonsense digna de D. Quixote. 

O livro tem aquele humor pastelão, inocente e violento, que é engraçado, mas me deu um nervoso também (tadinho do Geraldo Viramundo!)

Certamente faria sucesso com adolescentes, e boas discussões sobre humor, bullying, respeito e preconceito.





Caderno de Ossos

 

Editora Companhia das Letras


O livro de Julia Codo, Caderno de Ossos, pode ser sobre a ditadura no Brasil, sobre a busca dos desaparecidos da ditadura, sobre o fim de um casamento, sobre crises de família, sobre envelhecimento, sobre luto, mas é muito sobre memória e lembrança. 

O que sobra de alguém?

Seus ossos, seus registros num caderno, suas fotos, suas histórias contadas por outras pessoas. 

O que vai sobrar de nós?

Nessa narrativa reflexiva, acompanhamos um presente muito recente e um passado muito doloroso, tudo muito realista - parece mas não é auto ficção - sem cair em clichês ou pieguice, sem ser muito violento ou cru, mas deixando aquele desconforto de temas difíceis.

Literatura brasileira contemporânea de qualidade.

Agradeço a editora pela cópia pré-lançamento.

31 de maio de 2025

Um rio preso nas mãos

 

Editora Kapulana

"Um rio preso nas mãos" é um título claramente poético, e o livro todo é assim - tanto que estranhei muito a classificação de "crônicas" para os textos reunidos. Ana Paula Tavares é de Angola, então o nosso idioma é o mesmo, português, mas o vocabulário é bem diferente (e o glossário no final não está indexado ao longo do texto), e tanto na cultura é diferente, que ficou difícil acompanhar.



28 de maio de 2025

Toda mulher trabalha

 

Editora Fiel

Em algumas esferas cristãs, há todo um debate entre mulher que trabalha e mulher que não trabalha, ou que se dedica a família em tempo integral, mas Naná Castillo e Cláudia Iotti trazem "Sabedoria aplicada aos dilemas modernos", que é o subtítulo da declaração de verdade que é: "Toda mulher trabalha".

Toda mulher trabalha, hoje ou antigamente, e o que importa é se esse trabalho é feito em obediência a Deus, para servir a Ele e a outras pessoas. Essa é a tese principal do livro, e com certeza o capítulo em que isso é discutido é o melhor, até porque os princípios apresentados ali são aplicáveis para bastante coisa na nossa vida, não só a decisão de trabalhar ou não.

Depois de ler tanto sobre esse assunto (com viés cristão ou não), eu fico imaginando que realmente espantoso seria um livro como "Todo homem se dedica a família", "Todo homem cuida", "Todo homem é um ser humano integral e funcional".