30 de maio de 2014

Ter um patinho é útil

Editora Cosac Naify

Agora, eu tenho uma ótima desculpa para expandir meus horizontes literários de volta para a literatura infantil - a Anna. Certo é que para ela interessou primeiro virar as páginas e ver figuras, e agora ela nos entrega os livros e espera que contemos uma história, mas há poucos interesses em comum entre eu e uma criança de 1 ano no que se refere a livros. Aliás, infelizmente, pelo nível de algumas publicações, há pessoas que consideram bebês como pessoas sem capacidade mental alguma - justamente porque eles estão aprendendo sobre o mundo, as histórias deveriam fazer algum sentido, viu? 

O fato é que no meio de tudo isso, a Anna ganhou de outra Ana, um livro que é uma pérola (indicação do Arthur): Ter um Patinho é Útil, da argentina Isol (Marisol Misenta). Há uma história, há desenhos (meio feiosos, mas simpáticos, vai - eu que não entendo de arte), e há uma surpresa incrível no final. (Se você procurar na internet, descobre o que eu estou falando, mas eu gostei demais do fator surpresa). E aí eu li 300 vezes o livro e me senti realmente emocionada. Isso que é literatura infantil. 

A Anna ainda não entendeu, claro, mas vai entender. E vai rir e vai adorar. E vai querer ler 300 vezes. E eu vou ler 300 vezes junto, porque vale a pena mesmo. Obrigada pelo presente! Mirou a filha, acertou a mãe. :)

26 de maio de 2014

Confie em mim

Editora sextante - Capa Raul Fernandes

Harlan Coben é um autor popular no trem (é um bom indicativo do que "as massas" estão lendo - geralmente, Bíblia, livros espíritas, e outras cositas más - da fase Harry Potter, a fase Crepúsculo, e Tons de Cinza). Assim, eu fiquei curiosa de ler algo do autor, pelo menos para conhecer, não é? A minha estratégia para dúvidas literárias populares  é sempre assim: pegar emprestado quando possível - e eu consegui depois de muito tempo "Confie em mim" com meu cunhado.

A história tem um preceito interessante: há um limite para o que os pais podem fazer para saber sobre a vida dos filhos? Ou há um limite do que eles podem fazer para controlar ou direcionar os filhos? Na história, o casal principal coloca um software espião para ler tudo o que o filho adolescente faz no seu computador pessoal. Verdade seja dita, eles se sentem incomodados ao terem acesso a tanta informação, mas continuam espionando com a melhor das intenções. 

O problema é que há várias tramas se cruzando e uma delas é MUITO violenta. Foi tanta violência explícita e gratuita (realmente não acho que agregou ao livro, poderia ter algo mais insinuado do que descrito), que eu realmente considerei parar de ler. (Continuei porque meu cunhado garantiu que o pior já tinha passado, ufa). Li inteiro, achei interessante todo desenrolar, mas realmente não pretendo er outro livro do mesmo autor, a menos que muito bem recomendado (e sem tanta violência). 





14 de maio de 2014

Sh*t my dad says

Editora Harper Collins - Capa Milan Bozic

Uns anos atrás, um twitter fez muito sucesso: "Sh*t my dad says", e o filho do tal cara, jornalista, aproveitou para lançar um livro com o mesmo título, que aqui no Brasil virou: "Meu pai fala cada m*rda". Eu coloquei esse livro na wishlist faz bastante tempo, porque fico curiosa com essas pessoas assim, super sinceras, e só li recentemente.

Justin Halpern voltou a morar com os pais perto dos 30 anos, quando estava sem namorada, sem casa, e com pouca renda - então o livro contempla essa sua fase da vida, mas é basicamente memórias da sua adolescência, quando o pai deu lições de vida valiosas e engraçadas por serem tão diretas. É claro que o pai é um cara legal, e o final do livro é desnecessariamente meloso, mas sendo curto, é um entretenimento leve.

Fizeram uma série com esse nome, retratando esse período da vida do Justin Halpern com seu pai, e sim, a recente série "Surviving Jack" é baseada nos mesmos personagens, só que agora na década de 90, com o filho ainda adolescente.  

10 de maio de 2014

The four loves

Editora First Mariner Books

C. S. Lewis é um autor fantástico que sabe explicar conceitos cristãos como ninguém. Em "Os Quatro Amores", ele distingue quatro tipos desse sentimento que é de uso tão geral, que por vezes se banaliza. Os conceitos que ele apresenta são: Afeição, Amizade, Eros e Caridade, explicando como é o lado positivo e quando eles podem se tornar danosos.

Eu fui impactada bastante por esse livro, principalmente pelo capítulo da Amizade, que realmente foge um pouco do conceito atual, em era de rede social, principalmente. Nele também, há um ponto super polêmico sobre o fato de que homens e mulheres não podem ser amigos porque não tem assuntos em comum. Que se uma mulher está num grupo de homens, eles não conseguem conversar sobre política e filosofia, ou qualquer um desses assuntos sérios, porque ela não acompanha, e vai trazer a discussão para assuntos mais mundanos, como moda ou crianças.

De primeira, é fácil ficar ofendida. Aí você se lembra que esse livro é de mais de 50 anos atrás, então o autor estava simplesmente observando o seu ambiente (ele era professor de faculdade em Oxford, Inglaterra). Então, você pensa que o mundo mudou, as mulheres estão no mercado de trabalho, e as conversas num grupo misto podem conter um alto nível intelectual, e serem sobre "ideias" e não sobre "pessoas", como dizem por aí... Ou nem sempre. (E nem por culpa de um dos lados).

2 de maio de 2014

13 reasons why

Editora Penguin
Depois de eu ler "A Culpa é das Estrelas", a Amazon me sugeriu "Os 13 porquês", na mesma temática drama na adolescência. Nesse livro, Clay recebe um pacote com fitas cassetes de um destinatário desconhecido e ao começar a ouvir percebe que é a última mensagem de Hannah Baker antes de se suicidar - em cada lado de uma fita, uma pequena história envolvendo a lista de pessoas que vai receber as fitas, com a sua "culpa no cartório".

Eu realmente fiquei interessada na sinopse - vamos ouvindo a Hannah contar sua vida, com alguns comentários de Clay, que não está entendendo nada porque está relacionado a morte de Hannah, por quem ele era apaixonado. Mas eu não gostei do livro. Primeiro, porque não simpatizei com a Hannah - ela traça sua própria rota de auto-destruição, embora, claro, tenha sido mesmo uma vítima em algumas situações. Segundo, estou muito longe do universo que se passa o livro - o high school americano - tempo e culturalmente. Não reconheci as situações, e, talvez, esteja realmente ficando velha para histórias adolescentes que não sejam realmente boas.

Parece que vão fazer o filme... mas é esperar para ver (ou não).